Brincando de detetive

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Com o rosto molhado, olhou-se de novo no espelho. Fechou os olhos e repassou cada momento desde a noite em que estivera no balcão do bar em que a vira pela primeira vez. Não a conhecia. Nunca a tinha visto. O encontro tinha sido casual. Ele tinha oferecido uma taça de Champagne a ela. Ela não tinha o abordado, apenas quando recebeu a taça. No carro, apenas dissera que não queria ir para sua casa, porque morava numa república com outras duas amigas. Ele que a tinha levado para sua casa, até porque ele também não gostava de motéis. Ela tinha lhe dado o número do celular dele, não o contrário, quem tinha a procurado depois daquela noite tinha sido ele. Ela mandava fotos nuas e de rosto ainda, não ele. 

Repassou de novo os detalhes na sua mente. Gostava de fazer isso, seja nos negócios, seja quando estava à beira da entrega. Não gostava de pontas soltas e de saber onde pisava. Ele sempre gostava de saber como as peças se movimentariam no xadrez, mas julgava que dessa vez ele estava com a vista embaçada. Ela parecia sempre fazer um movimento diferente do que estava habituado.

Parecia que aquela garota gostava de jogos e de sedução. Gostava de sexo. Gostava de mandar. Talvez tivesse vontade de ser uma domme, talvez já fosse uma, apesar da idade, talvez só gostasse de controlar, nem soubesse o que era bdsm.

Havia mistério. Para um amante de romances policiais desde quando aprendera a ler, aquilo era um convite sedutor. Havia tesão. Ela tinha uma beleza exótica: cabelos cor de jabuticaba, cabelos longos na altura dos ombros, lábios carnudos, não era magra, mas cheia de curvas, tinha seios fartos e uma bunda gostosa, como ele gostava. Ela gostava de sexo. Ela mexia com o tesão dele, misto de mistério, excitação e um receio.

Sim, ele tinha receio do incerto. Quem seria ela de verdade? O que ela faria? Ela fazia sempre assim com outros? Ou ele era o primeiro? Ela estava planejando alguma coisa? Ou aquilo era uma brincadeira para gozarem diferentes?

Para quem gostava de Hercule Poirot, aquelas perguntas o deixavam com vontade de respondê-las. Jogou mais água no rosto, desabotoou a camisa social e a deixou dobrada sobre a tampa. Tirou a calça jeans, as meias, os sapatos. Ficou de cueca apenas. O pau duro se destacava. Ele baixou a cueca. Pegou o tapa olho com a mão esquerda e nu andou pelo corredor. Respirou fundo quando viu a porta dela fechada. Havia um som de música vindo de dentro. Como ela estaria vestida? Nua mesmo? O que haveria ali dentro? Haveria mais surpresas? Ou apenas sexo selvagem entre dois estranhos? Haveria algum perigo? Ou era tudo uma brincadeira para rir da cara dele?

Colocou o tapa olho cobrindo sua vista e bateu na porta. Em instantes, descobriria respostas às suas dúvidas e veria em qual situação de risco ele estava.

A máscaraOnde histórias criam vida. Descubra agora