Sem mimimi

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***

Ele não conseguia mirar os olhos dela. Olhava o chão, o pé do recamier, os saltos altos dela, a barra da calça jeans justa. Não conseguia também levantar os olhos para encarar a Lena, nem de soslaio poderia tinha coragem de obter mais detalhes físicos do que tinha visto quando entrara no quarto: devia ter menos de 30 anos, era morena, cabelos longos abaixo dos ombros, olhos castanhos, estava sentada no recamier. Ele podia ver que ela também estava de saltos altos e que também vestia calça jeans.

Elas estavam vestidas. Ele estava com uma cueca em V com um fio dental na parte traseira que roçava a base do plug que ele tinha comprado em Nova York e tinha enfiado no banheiro dela sob as ordens dela. Quando ele pensou nisso, um arrepio novamente perpassou a espinha, as mãos suaram e a testa ardeu em brasa como se ele estivesse em uma fase dolorosa de malária. Mas a doença dele tinha outro tipo de cura, outro tipo de remédio, outro tipo de médica. Ele engoliu a seco. Os braços tremiam. A risada que saiu das bocas delas criou ainda mais constrangimento. O pau dele parecia ainda mais duro sob o pano da cueca. Não dava para esconder que a humilhação e a incerteza tinham mexido com o tesão dele.

- Seu pau respondeu já, mas preciso ouvir da sua boca: vai encarar ou eu não vou te ver mais?

- Vou.

- Vai o quê? – ela se aproximou dele.

- Vou...

- Vai...

-...ser seu... – a voz sumiu ao fim da frase.

- Meu o quê?

- Seu...

- Meu submisso?

- Sim...

- Você vai ser o quê?

- Seu submisso...

- Meu cachorro?

- sim....

- Meu puto?

- Sim...

- Minha puta?

- Sim... – a voz praticamente sumia ao responder.

- Vai confiar em mim? Se entregar para eu explorar meus limites, meus sonhos mais insanos e perversos e para eu testar seus limites e ver o que você fará para me satisfazer?

- Sim – ele disse com as mãos trêmulas, mirando o chão, os pés dela, sentindo o perfume dela, se excitando com o controle que ela exercia sobre ele, com medo do que viria, mas com a vontade de tentar o caminho desconhecido.

- Lena, agora você testemunhará o contrato – ouviu-se ao fundo a risada de Lena.

- Mas imagino que esse contrato não será assinado com tinta... – disse Lena rindo da situação, a gargalhada fez com que ele se encolhesse ainda mais, que o pau ficasse mais duro sob a cueca.

- Não, lógico que não. Me dê a coleira.

Ela se aproximou dele e sussurrou no ouvido:

- Ajoelhe-se.

Ele se ajoelhou à frente dela, com as mãos sobre seus joelhos. Sentiu o frio metal sendo colocado no seu pescoço.

- Comprei o enforcador. Não gosto de coleiras normais. Não gosto de usá-las, mas esse ritual pede isso. A assinatura pede que você esteja como o cachorro que eu te farei ser. Entendeu?

- Sim – disse ele com a voz bem baixa.

- Encoleirado, plugado e com esse fio dental roçando o rabo. Agora está perfeito pra eu tomar posse do que é meu. Antes de ficar de quatro, vira a bunda pra Lena o plug.

Ele escutou a ordem, mas não se mexeu. O chão parecia se abrir sobre ele. A vergonha era avassaladora. Engoliu a seco. Pensou em fugir pela porta.

Ela se aproximou dele:

- Vira! Odeio repetir ordem e odeio mimimi! Quer aprender do pior jeito?

As palavras ecoaram nos seus ouvidos. Ele virou de costas para Lena.

- Tira a cueca, seu puto! Até porque, para o que a gente vai fazer, você só vai precisar de uma coisa: obedecer!

Baixou a cueca.

- Olha o pau como está duro e babado! Agora é hora de usar outra coisa que não é tinta, nem mancha!

Ele estremeceu. Ele estava prestes a assinar o contrato mais importante de sua vida e dessa vez ele não estava na posição de quem ditava as ordens. Pior: não sabia o que viria pela frente. 

A máscaraOnde histórias criam vida. Descubra agora