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- Você confia em mim?
- Nunca imaginei essa cena...isso muda...
- Não muda nada. Você tem de confiar na sua dona, no julgamento dela, no instinto dela. É a entrega mais completa que se pode ter. A maior bobagem que se diz é que o submisso é fraco. Ao contrário. Só um ser muito forte renuncia à liberdade para assumir sua condição. A testemunha é um teste meu a você. Apenas isso. Conheci a Lena naquele bar que te encontrei. Ela é uma switcher. Trocamos palavras. Ela não me conhece. Sabe apenas onde moro. Ela não sabe quem é você, até porque eu também não sei. Sua condição e sua identidade continuam protegidas. Se você quiser sumir, entenderei. Não o procurarei mais e duvido que o celular com o qual falamos seja o seu celular número um. Ou seja, você está protegido. O máximo que passará é vergonha de sair agora. Vai até o banheiro, pega suas roupas, se vista e fecha a porta. Acabou. Simples. Pega as coisas que comprou nessa sacola e joga no lixo ou guarda ou deixa aqui para eu usar no seu devido momento com alguém que aceite o desafio de um relacionamento entre uma dona e um sub. Continue nos seus sonhos, nas suas salas de bate papo, vendo filme de inversão, dominação e se masturbando e pensando no que poderia ter sido e não foi. O preço que se paga para realizar o que se quer é confiar, é entregar-se, é assumir o risco. Tudo na vida tem um preço, uns pagam, outros não. Uns vivem, outros sonham. Se você quiser ser meu, será sob as minhas regras e a primeira delas é que a confiança absoluta tem de ser mútua. Eu confio em você. Eu quero você. Você me faz ser a mulher super poderosa que eu gosto de ser. Sua submissão me deixa no cio, me deixa ensopada, querendo subir as paredes. Eu quero você, quero testar seus limites, quero explorar meus desejos, os mais insanos, os mais perversos. Você quer ser meu ou não? A resposta é sua, não aceito entregas pela metade. Você terá direito à sua palavra de segurança e eu terei de acatá-la, mas eu quero que você renuncie à liberdade total que usufruiu até hoje. Quero que peça permissão para ir ao banheiro quando estiver ao banheiro, deixe a porta aberta se eu o quiser, use o cinto quando estiver longe do meu alcance, plugue-se quando eu quiser, aprenda prazeres que você nunca imaginou, me satisfaça de jeitos que você nunca pensou e que te dão calafrios. Essa sou eu, seu melhor sonho, o mais molhado, seu pior pesadelo.
Ele mantinha o olhar no chão.
- Você vai encarar ou fugir por essa porta e pela da sala e ir embora para sempre?
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A máscara
General FictionEle tinha 41 anos, era empresário bem-sucedido, divorciado, parecia viver para o trabalho. Era o primeiro a chegar, o último a apagar as luzes. Ele parecia perfeito demais. Devia ter um segredo a esconder. Todos usavam máscaras. Talvez naquele bar e...