Coadjuvante

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O corredor que eles haviam atravessado minutos antes agora parecia o roteiro de uma maratona. De quatro, encoleirado, puxado pela guia, com o fio dental roçando o plug enfiado no seu, ele sentia-se excitado e temeroso. O coração não saía da boca, a respiração estava ofegante e o pau babava.

Quando chegaram ao salão principal, conseguiu escutar vozes. Devia haver pelo menos mais de dez pessoas ali sentadas, esperando o momento. Ela passou a mão sobre a cabeça dele. Ele parou, ficou ali ajoelhado, encarando o chão.

Alguém se aproximou deles.

- O palco é seu, ou melhor, de vocês.

- Ótimo – disse rindo.

Ela subiu dois lances de escada e fez com que ele de quatro acompanhasse. Era um palco de madeira, luzes vinham do teto de uma forma que ele mal conseguia enxergar direito quem estava nas mesas à frente. O rosto dele ardia, ele sentia que tudo girava ao seu redor, mas a excitação não cedia.

Um casal também subiu as mesmas escadas. Ele não sabia quem eram eles.

- Estamos aqui para apresentar nossos subs, finalmente?

- Chegou a hora, né?

- Finalmente!

As duas riram. Ele movimentou ligeiramente a cabeça, sem levantá-la e notou que o sub a que a mulher se referia tinha a pele ruiva e sardas no braço. Ostentava no pescoço um enforcador. Também encarava o chão.

Vi que ela deu um puxão na coleira. O sub reagiu ao movimento. Foi até o centro do palco com ela.

Sentiu uma mão nos seus cabelos.

- Ajoelha. Olha e veja os detalhes, o poder que emana de quem encontra um cachorrinho.

Ele ficou ajoelhado olhando a cena que se desenrolava à sua frente. Era uma domme que parecia ter 40 anos, cabelos longos loiros e lisos, olhos verdes, ela vestia uma roupa de látex preta bem justa, o que realçava seus seios, as botas eram de couro. O sub devia ter também uns 40 anos. Vestia apenas uma cueca boxer e usava uma corrente com um par de grampos presos nos mamilos.

Ela fez o sub andar de quatro ao redor do palco, sendo puxado pela guia. Depois o fez parar no centro.

- Ajoelha, páris!

O sub se ajoelhou.

- Quem é sua dona?

- A senhora.

- Levanta, Páris!

Ele logo se pôs de pé. Encarava o chão. As mãos estavam atrás das costas.

- Tira a cueca.

Ele puxou-a para baixo. Ficou nu. Risos vieram das mesas. Não estava nu. O cinto de castidade revestia o pau. O rosto dele ardia. Ela se aproximou dele e tocou as bolas, que pareciam inchadas. Ele estremeceu.

- Há quanto tempo está com o cinto?

- Dois meses, senhora.

- Está sem gozar há quanto tempo?

- Dois meses, senhora.

- Está com vontade?

- Estou.

- E vai ficar mais porque eu quero assim, Páris.

- Sim, senhora.

- de quem vc é, Páris?

- Da senhora.

- Faz o que eu quiser?

- Sirvo para servir.

- Pode ajoelhar.

Alguns aplausos se ouviram das mesas. Eles foram até o outro lado do palco. 

Um frio perpassou a espinha dele, o rosto ardeu em brasa, por breves segundos perdeu a respiração.

Ela puxou-o pela guia. Era a vez dele.

A máscaraOnde histórias criam vida. Descubra agora