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Ele acordou com o barulho de mensagem vinda pelo celular. Tinham vindo duas imagens: um bolo com dez velas e uma foto dela nua.
- Dez meses de posse! Teremos festa surpresa à noite!
Ele leu com um misto de excitação e receio e surpresa. Fazia dez meses que vivia intensamente um relacionamento D/s, como nunca anteriormente. O que tinha se iniciado como uma brincadeira tomou outras proporções ao longo do tempo: ele cedera a liberdade das pequenas e grandes coisas pelo prazer da submissão. Era cada vez mais submisso. O prazer dela ditava as pequenas e grandes coisas do seu cotidiano.
Não moravam juntos, nem se viam todos os dias, mas não importava, a tecnologia encurtara distâncias e permitia que ela visse e soubesse de todos os passos dele. A dieta dele era controlada, seja para que ele conseguisse tornar seu físico mais tesudo para ela, seja para que alimentos afrodisíacos estimulassem ainda mais sua libido, seja para reduzir os odores quando fosse ao banheiro.
Suas idas ao banheiro só ocorriam após ela autorizar. Se estivessem juntos, além da autorização para fazer o número um ou o dois, tinha de pedir se podia ou não fechar a porta para ter privacidade. Em grande parte das ocasiões, fosse em reuniões com clientes, idas ao escritório ou saídas com ela, sua roupa, seus acessórios, seu perfume eram escolhidos por ela.
Quando não estavam juntos, ele tinha de tomar banho com a câmera aberta. Se estivessem juntos, ela geralmente entrava no banheiro e fiscalizava a limpeza e assumia a higiene principalmente referente ao cinto. Retirava para depilar a região ao redor e evitar que pelos pudessem encravar ao redor do dispositivo. Também o tirava para fazer a higiene íntima e evitar que acumulassem odores de urina. Toda vez que ele ficava sem o cinto, o pau subia e ficava duro como pedra, mas ele sabia que a liberdade era fugaz. Sabia que pedir não iria mudar nada. Submissão e castidade rimavam e tinham sentido.
Quanto mais casto, mais solícito, mais responsivo, mais preparado para servir, mais aberto aos pedidos. Havia seis meses que usava o cinto todos os dias, que sua ereção era controlada, que suas idas ao banheiro o lembravam de sua condição. Já tinha aprendido que o maior problema era quando estava fora, seja em eventos, em restaurantes, hotéis. Nesse caso, quando tinha de usar o banheiro, tinha de torcer para que o banheiro em que pudesse se trancar não estivesse ocupado, uma vez que não tinha condições de usar mais o mictório de pé como fizera toda a vida. Se usasse, a chance de ser visto era enorme. Submisso fazia xixi sentado. Ela tinha alterado até esse detalhe.
O cinto não permitia ereção, nem masturbação. A punheta de todo o dia não existia mais. Ela controlava por uma simples razão: maior o acúmulo de porra, maior a submissão. Fazia dois meses que ele estava sendo provocado por ela, mas sem poder gozar. A via nua, dava banho nela, a chupava, frente e trás, enfiava dedos nela, a via se masturbando, a comia com um consolo acoplado à sua cintura e que não permitia nenhum prazer, mas não penetrava de verdade, nem gozava, nem se masturbava. Ela via nos olhos dele o tesão, mas não permitia que ele aliviasse e gozasse. Fazia parte do relacionamento. Ela ditava as cartas, ele obedecia.
Ele já estava acostumado a ir a reuniões plugado, a sair plugado com ela para restaurantes e bares, a dormir nu apenas com plug e coleira. Ela gostava de que ele sempre estivesse preenchido. Fazia parte da equação que ela julgava mais eficiente para adestrar ao seu novo papel e sua nova função: submisso.
Era meio dia quando ele recebeu a mensagem dela. Deveria chegar às oito na casa dela. Ao término do curto texto, uma imagem de dois dedos molhados e a calcinha encharcada na parte da frente. Tentou se concentrar à tarde, mas as mensagens e as imagens dela tinham mexido com a libido. Ele ficou pensando se iria ter a permissão de finalmente gozar depois de dois meses. Pensou em como seria esse gozo, se permitido, se seria algo forte, inesquecível, marcante. Fazia ainda mais tempo que ele não sabia o que era penetração. Três meses.
A última vez tinha sido na casa dela. Ela disse que queria sentir o pau dele. Tirou o cinto. Mandou que ajoelhasse. Olhou nos olhos dele, pegou um plug e mandou que ele o chupasse. Quando ele o deixou molhado, mandou que ficasse de quatro e empurrou de uma vez. "Penetrar só preenchido, né?", ela riu. Deu um leve tapa no rosto dele.
Ela se ajeitou sobre a cama e pediu que ele se aproximasse. Passou um gel em todo o pau dele. Era para retardar o gozo. "Preciso de um pau que coma forte e por muito tempo e você não tem, né?". A humilhação fez seu rosto ferver, suas mãos pinicarem, suas nádegas contraírem ainda mais o plug e uma gota se formar na cabeça do pau. Ela pegou a gota e levou à boca.
Ela o encarava. Quando ele penetrou, sentiu um arrepio por seu corpo. Ela sentiu sua excitação. "É para controlar, esse gel reduziu sua sensibilidade, quero que você me foda, me coma, meu puto safado, quero sentir esse pau em mim, se não me quer comer direito..."
Ele começou as estocadas. Quanto mais metia nela, mais sentia o plug entrando no seu cu, mais sentia a coleira ao redor do pescoço, mais se sentia submisso, mais se sentia dela. O gel reduzia drasticamente a sensibilidade do pau, o que facilitava retardar o gozo e penetrá-la por mais tempo que a castidade lhe permitiria. Nos olhos dela, via o tesão, o poder da situação. Ela apreciava cada movimento dele, cada olhar dele, cada apertão de lábios dele.
"Mete, puto, mete, quero sentir esse pau até o fundo, come como um macho come a puta dele, sacia a fome da puta pra ela nunca nem pensar em procurar outro, mete, mete."
Ele não cessava. Estocava. Metia. Fodia. Sentia o cu preenchido e a buceta dela molhada. Olhou-a. "Senhora?!", pediu.
"Já vai gozar? Caralho, já? Enche essa buceta de porra, enche, despeja bastante porra pra você depois limpar tudinho."
O gozo veio. Forte como ele nunca tinha sentido. As pernas bambearam. Ele pensou naquela noite nesse momento quando chegou à frente da porta dela. Eram oito da noite. As pernas estavam bambas, mas dessa vez ele não tinha gozado e nem sabia o que ela preparava.
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A máscara
General FictionEle tinha 41 anos, era empresário bem-sucedido, divorciado, parecia viver para o trabalho. Era o primeiro a chegar, o último a apagar as luzes. Ele parecia perfeito demais. Devia ter um segredo a esconder. Todos usavam máscaras. Talvez naquele bar e...