A Mansão Escarlate (Romance Gay)

A Sombria Realidade

Capítulo 3

Ulric olhava Adam com compaixão, ele se enxergava no jovem diante de seus olhos e ver seu estado, o pânico em seus olhos e a sede pela verdade não pode negar esclarecer toda a sombria história que cercava aquele reino porque assim como ele chegou aqui com medo, a face jovem e inocente de um menino que foi arrancado de um lugar horrível em direção a um destino ainda pior e olhando em seus olhos, observando seu peito sangrar o fez relembrar a dor que enfrentara ao cruzar os portões de ferro do palácio destinado a servir ao rei mesmo que não fosse seu desejo porque como um órfão do casarão não havia direitos, era apenas a escória da sociedade que deveria contribuir de alguma forma mesmo que isso significasse ter sua pureza arrancada.

Sua mão pousou sobre a dele e respirou fundo na tentativa de tornar as coisas mais fáceis, era difícil falar dos tempos sombrios de sua juventude, sentia as palavras ficarem presas em sua garganta, os momentos horrendos vividos e a dor que sentiu durante tanto tempo vivendo entre os grandes corredores do castelo como nada além de um escravo de prazer destinado ao rei, como sua presença enojava e até hoje causa desprezo. Todos ali tinham um passado sombrio, cheio de falhas e pecados mas, também tinham sofrido diante da mentira que era o perfeito reino de Sea e isso continuava em um ciclo sem fim que parecia ser impossível de ser parado.

Ele precisava explicar o mundo que agora rodeava Adam ou seu futuro ali poderia ser curto porque quando se é marcado não se trata de uma luta pela liberdade e sim pela sobrevivência, porque diante desse mundo infelizmente eles eram a fraca escória contra um sistema que vinha se sustentando durante milênios, principalmente porque até os lordes mais poderosos do reino se ajoelhavam diante dos Valero, todos ali eram escravos daquela família e muitos se sentiam satisfeitos ao dar a vida por pessoas que nunca viram reverenciando apenas quadros ondes seus rostos jovens eram representados, viviam entre idó@latras que não se importavam com a hierarquia que os esmagavam.

- Como você eu cheguei assustado e perdido a esse palácio, as coisas até hoje se mantêm da mesma forma...

Fui escolhido pelos Dominic, a família que serve diretamente os Valero mais conhecidos por todos no palácio como as pessoas de mantos negros. Logo que cheguei fui marcado com o brasão da família real e mesmo que tivesse prestes a entregar um menino ao seu próprio marido a rainha parecia satisfeita e me preparou com um sorriso no rosto.

Muitos sussurravam em meu ouvido que era uma pena eu não ser escolhido para servir aqueles que estão acima do soberano e logo me contaram a história da assustadora família que vivi na mansão nas montanhas, se referiam a eles como deuses e diziam que aquele que for escolhido para servi-los na mansão escarlate seria um sortudo porque o rei não era ninguém perto deles. Ouvi muitas histórias, desde deuses e demônios até vampiros e anjos, apenas vi a face deles através das pinturas e ninguém mais vê os jovens que são enviados para lá.

Apenas Dimitri pode vê-los, o membro mais velho dos Dominic que vem recrutando jovens para o sacrifício à décadas sem remorso apenas adorando essas estranhas criaturas com aparência humana. O rei as teme e deseja acabar com isso mas, a influência deles é maior do que podemos imaginar.

Ele falava olhando para as pinturas com desprezo, mesmo tendo essas poucas informações eles não estavam perto de entender as criaturas que viviam na mansão nas montanhas, seu poder sobre os outros era desconhecido e os murmúrios do palácio pareciam se distanciar da realidade, endeusando talvez assassinos sem poder algum mesmo que a existência da família com os mesmos membros durante tanto tempo fosse inexplicável baseado na realidade o que causava calafrios, os únicos monstros que ambos conheceram eram os próprios humanos e agora a possibilidade de mitos serem realidade fazia os dois temerem pelo futuro no reino de Sea.