Adaga Escarlate

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Capítulo 39

Obter a adaga escarlate ainda não era o bastante, visto que, a postura de Elaja diante dos nobres pode resultar em mais rebeliões se formando em todas as terras que agora os pertencem. Ele precisava ter certeza que todos aqueles com grande poder e riqueza permaneceriam aos seus pés mesmo que fosse por temer a morte que os cercaria caso traíssem os verdadeiros senhores dos humanos. Entre as tantas emoções ele sabia que os teria em suas mãos usando o medo, fazendo com que eles se estremecessem diante de sua presença e que um simples olhar fosse o suficiente para fazê-los confessar os desejos obscuros de trair aqueles que os governam.

Ele sorria diante do espelho sedento por um pouco de diversão. Faria de tudo para manter os sussurros medrosos e os clamores de adoração pelo palácio durante muitos séculos e iria ver com seus próprios olhos o império dos Valero se estendendo até onde não será possível enxergar, através dos tempos reinarão e ninguém será capaz de derrubá-los.

— Tenho que assegurar que não haverá mais conspiradores para me preocupar.— disse e saiu de seus aposentos apressadamente.

Estava decidido a não se preocupar com ninguém além de Elaja, não toleraria inimigos humanos e suas revoluções. Sabia que a postura de suas criações e a benevolência mostrada até agora poderiam despertar pensamentos que seriam o começo de inimigos que rastejariam pelo seu belo império. Eles ainda não tinham enxergado suas verdadeiras formas, ainda não tinham testemunhado sua força e como eles são grãos de areia perto de imortais.

As crueldades e os atos impiedosos ficaram apenas nas histórias. Os séculos na mansão escarlate os tornaram fracos e o seu senhor queria ver mais uma vez o brilho indescritível do mal em seus olhos. Queria ver as grandes batalhas e os adversários de joelhos se entregando para que pelos menos sirvam de meros saciadores da sede daqueles que realmente governam.

Estava na hora de eliminar os inimigos que estão entre eles na corte e partir em direção às terras que ainda não estão sob seu controle.

As portas reconstruídas da sala do trono foram escancaradas e com breves palavras o senhor das trevas ordenou que o clã Dominic se apresentasse diante dele. Dentro do palácio ele apenas sentia uma devoção genuína vinda da família que ficou encarregada de continuar perpetuando as histórias dos Valero e fazer com que ninguém se rebele diante do verdadeiro poder que rege a terra onde pisam.

Ele se sentou em uma cadeira majestosa que foi trazida pelos servos ainda tementes pelo simples fato de sua presença. Ao seu lado direito estava um servo que segurava em suas mãos uma bandeja com vinho e ao lado esquerdo um dos soldados o guardava como fiel servidor mesmo que se sentisse inferior e incapaz de proteger alguém com tanto poder. Ele era nada mais que um acessório para deixar claro sua posição de respeito.

Os Dominic entraram arrastando seus mantos no chão liso e brilhante da sala e caíram aos pés do senhor das trevas sem ousar encará-lo até que ele permitisse. Por muitas gerações eles foram ensinados a servir os Valero quando chegasse o momento e todos aqueles conseguiram estar diante do dia em que a profecia seria cumprida sentam apenas euforia e um desejo maior que qualquer outro de servir.

— A que devemos tamanha honra meu senhor? — disse Dimitri ainda mantendo sua cabeça baixa.

— Meu caro Dimitri, erga sua face que representa um fiel servo e ouça atentamente minhas vontades.

Dimitri ergueu sua face com um sorriso de satisfação pelas palavras ditas por aquele que deu início ao que ele dedicou toda a sua vida assim como seus ancestrais. Havia chegado o momento de glória após séculos servindo e ele podia sentir o gosto da riqueza e luxo que os esperavam se continuassem fiéis em seu trabalho.

A Mansão Escarlate (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora