A Mansão Escarlate (Romance Gay)

Poço Da Perdição

Capítulo 15

Adam é levado para um quarto, o lugar é repleto de cortinas vermelhas e pretas, o piso de madeira brilha sob a luz das velas e uma mesa pequena e dourada está no centro do local onde há uma bandeja repleta de maçãs vermelhas, o teto tem pinturas magníficas, paisagens belas do reino sempre retratado com muita riqueza revelando a imagem de uma época distante cheia de glória, Sea e suas terras banhadas por águas azuis como o céu, cada detalhe parecia ter sido pintado com esmero e a visão do artista era de pura devoção diante da forma que até as coisas mais simples eram retratadas.

Apenas seus passos eram ouvidos, aqueles servos mascarados que o seguiam pareciam flutuar pois, nenhum ruído era ouvido, caminhavam elegantemente sem cruzar o olhar com o jovem, arrastando seus mantos no chão com a cabeça erguida assim como servos do castelo, porém, estranhamente fiéis e silenciosos como se não houvesse vida, cascas vazias como seus senhores onde o silêncio era ensurdecedor e desconcertante para qualquer um que ficasse ao lado de um deles. De um lado para o outro, carregando bandejas e as colocando sobre a mesa, movimentos rápidos e sem pensar, belas refeições surgiam sendo carregadas por eles enquanto o vapor se espalhava fazendo o aroma se espalhar.

Ele estava faminto, não tinha noção de quanto tempo estava ali, o dia era exatamente igual à escura noite, repleta de gritos, ruídos, rugidos, sombras e desespero, o sol jamais iluminou as enormes janelas que se espalhavam tornando as terras da mansão um lugar onde a noite é eterna e repleta de terrores. Adam é um jovem que se perdeu na eterna noite, agora está ao lado de seu inimigo jurado buscando uma saída de um túnel cada vez mais escuro, um labirinto cada vez mais confuso que o deixa exausto.

Caminhou até a mesa posta, se sentou na cadeira macia e sem cerimonias começou ase deliciar com cada prato diante de si, seu estômago estava pedindo por isso. Seu corpo estava debilitado e nunca em toda a sua existência naquele reino havia provado tantas delicias que pareciam uma explosão de sabores em sua boca, a garganta seca sedenta por água ao beber um pouco da taça que transbordava foi como provar daquilo pela primeira vez. Aquele lugar era assustador, tinha seus perigos porém parecia o poço da perdição repleto das fraquezas humanas, a fartura, a luxúria, a riqueza que formavam uma armadilha difícil de se escapar.

Os pratos estavam limpos, vazios e brilhando como se tivessem sido lavados e seus olhos finalmente percorreram a cesta de maçãs vermelhas e brilhantes, amontoadas ali e aparentemente suculentas então sem pensar suas mãos se estenderam até o fruto o agarrando, nunca havia visto um fruto tão brilhante e mesmo que estivesse satisfeito estava curiosos em provar de seu sabor. O levou até a boca e antes que seus dentes perfurassem a superfície da maça uma sombra surgiu no quarto.

— A maçã vermelha, brilhante, suculenta. O símbolo do pecado para muitos humanos. — disse a sombra tomando forma.

Logo os servos rodearam Adam ficando entre ele e a pessoa que se aproximava, seu sorriso cínico, os olhos vermelhos, o desdém, a inveja, sua aura mais sombria que a dos demais tomava o local e ao encontrar o olhar do jovem não desviou.

— Derick. — sua voz era falha, sabia que o homem ali presente era um dos perigos que mais temia.

Os servos não se afastavam, mesmo diante do olhar de um dos Valero eles permaneceram de cabeças erguidas ao redor do jovem, como uma corrente que impedia a aproximação de Edgar que riu com a situação, sabia exatamente o porque disso, sabia que o único que tinha o poder de manipular os servos até contra um de seus mestres era seu irmão mais velho, o escolhido do criador, aquele que Derick acreditava ser o menos preparado, sentia inveja, queria até a última gota do poder presente em Elaja e todos naquela mansão sabiam disso, sabiam de seus pensamentos de traição e de seus anseios egoístas mesmo que inúmeras vezes ele tenha ouvido dos lábios de seu irmão que cada gota de poder era uma condenação maldita até mesmo para um ser das trevas.