Criação

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Capítulo 10

Ao longe pode-se enxergar as nuvens vermelhas se formarem, os dias estão passando e todos na mansão sabem disso porque cada minuto conta, cada segundo pode fazer a diferença uma vez que a lua de sangue chegar ao topo no céu escuro Elaja terá que cumprir com a missão que lhe foi dada, muito está em jogo e mesmo que ele tenha noção disso seus desejos são diferentes, seus anseios são fora de tudo que planejaram e a culpa por seu passado obscuro o corroí a cada dia, as palavras proferidas pelos lábios de Adam fizeram tudo voltar porque mais uma vez ele havia sucumbido à vontade maldita que o escravizava, que o transformava contra sua vontade e machucava aqueles ao seu redor.

Os seus irmãos tinham o verdadeiro sangue do rei das trevas em suas veias, nunca resistiram ao que se manifestava em seu interior os tornando tudo aquilo que ele se negava a ser, seu poder era superior porém de nada valia tanta capacidade se não queria usá-lo, sempre o trancafiando no fundo de sua casca vazia, resistindo ao inevitável até recair, desabar e novamente se perguntar se seria capaz de mudar ou deveria de uma vez por todas se entregar deixando que sua face mais medonha se tornasse seu ser por completo se sentando ao trono negro sem remorsos.

Ainda em seus aposentos, olhando o fogo destruir tudo que era arremessado em sua direção, transformando desde os mais delicados até os mais fortes em cinzas, se sentindo como o fogo que uma vez aceso jamais poderia ser controlado, ao alimentá-lo ele aumentará cada vez mais e aos poucos vai engolir tudo ao seu redor, cinzas, fumaça, tudo vai deixar de existir e sem controle ele pode continuar a devorar tudo que cruzar seu caminho.

Uma vez que alimentado...

Água foi jogada na lareira e o fogo se transformou em vapor, foi apagado por completo, Elaja desejava um antídoto para o monstro que era sua sombra, ele queria algo tão eficaz quanto a água apagando o fogo e desejava que nunca mais a chama pudesse se ascender novamente, um sonho distante que parecia se perder entre a escuridão que o cercava, um mundo que mesmo estando em seu poder iria transformá-lo, não parecia haver forma de mudar o cenário diante de si que a cada dia se tornava uma corda em seu pescoço, se apertando cada vez mais e o sufocando até que de seus lábios viesse a tão sonhada rendição caindo aos pés de seu soberano.

Cobriu-se com uma capa e caminhou até a janela, suas mãos empurraram os vidros fazendo a brisa fria das montanhas entrar no abafado quarto, colocou seus pés sobre a base e suspirando deixou seu corpo leve se jogando, ele caía rapidamente e nesse momento fechou seus olhos apenas sentindo o vento soprano seu rosto enquanto seu corpo pesado se aproximava cada vez mais do chão mas, isso não o abalava, seu corpo era diferente, uma pequena queda não era capaz de destruir sua casca por isso ele simplesmente sentia mesmo que não houvesse adrenalina.

Essa queda não é capaz de me matar, nada que eu conheça é, o que torna esses segundos caindo como se não fosse nada, o ser humano é frágil e sua vida desapareceria ao se chocar com o solo como peças finas e delicadas de porcelana que são macias e tentadoras diante de minhas presas.

Eu o feri com apenas uma mordida, minhas presas se cravaram uma única vez em suas pele e apenas isso foi o suficiente para o enfraquecer, pequenos furos fazem seu sangue jorrar e cada ferimento o torna mais vulnerável.

Como é a dor?...

Seria tão insuportável quanto a sede e a fome?...

Os olhos verdes assustados, a aroma adocicado e a forma de que as palavras revelaram uma voz agradável a através de palavras que me feriram tanto quanto ele em um jogo em que ambos somos vítimas, apesar que eu também seja o vilão, a razão para estar aqui sofrer dia após dia entre a morada sombria e o reino cruel sem escapatória para uma vida digna.

A Mansão Escarlate (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora