Aqueles olhos

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Niah Parrish
(Capítulo revisado).

Faço uma make bem básicona. Não quero mesmo que me confundam com uma modelinho fútil, apesar de ter porte para ser uma. Ao passar os batons esfrego os lábios uns nos outro a fim de espalha-lo.

Confiro a roupa me virando de vários ângulos admirando não só a combinação das peças,mas também a forma como cada uma beijava as curvas de meu corpo em veneração.

Especificações? Oooh sim,onde estão meus modos.

Hoje tenho uma entrevista de emprego. Na verdade é uma seleção.
Mas como de se esperar,eu fujo totalmente do convencional. Tentinho feminino é uma ova. Eu gosto de ser uma mulher marcante e esbanjar sensualidade.

Então vamos lá. Crooped preto com rendinha transparente? Confere.

Calça de couro que não deixa nem uma bolha de ar entre minha pele e o tecido? Confere também.

Salto quinze Vizzano também Preto? Marca um "vezinho" de confere please.

Sem modéstias,eu me achava uma mulher muito bonita.

Na fila da autoestima eu passei duas vezes e ainda furei a terceira.

Tenho dois irmãos e sou a única dos que puxou os traços de meu pai em tudo.
Desde os olhos verdes marcantes,aos lábios fartos e grossos, a até mesmo na tonalidade  castanha do cabelo super liso.

Obviamente não direi meu tipo físico. Isso aqui não é uma propagando de filme pornô.Nada contra a profissão, incluive amo assistir em noites entediantes para pegar o pique de uma masturbação daquelas.

Só não desejo que a primeira impressão deixada por mim seje essa.

Sou uma mulher muito eficiente no que faço. Fui eleita a melhor da turma inclusive. Não quero ser taxada de a bonitinha ou a gostosa...não mesmo. Pelo contrário,deixarei minha marca registrada logo de cara.

Minhas pernas torneadas pelos longos treinos na academia quântico. Isso sim é meu orgulho,minha marca registrada. Nada de peito,bunda ou cabelo.

Os homens com quem já fiquei reconheceriam especificamente esse meu detalhe. Que colocassem um pano em todo meu corpo e as deixasse expostas...seria reconhecida sem sombras de dúvida.

Olho-me no espelho satisfeita com o resultado. Dou uma piscadela para meu reflexo. Pegando por último, mas que não menos importante, meu acessório preferido, colar que fiz com meu papai na última viajem de família que fizemos em Tibete.

Os acessórios foram dados por um ex crush. Foi meu primeiro na verdade, tenho certeza de que se vê-lo novamente minhas pernas ficariam bambas,e meu interior se aqueceria.

Ajeito meu cabelo antes de parar de admirar meu reflexo e procurar ângulos que daria uma ótima Selfie.

Pego minha bolsa e casaco também preto sobre a cama. Aliso a cabeça de meu enorme cão que dorme esparramado sobre a cama e saio pela porta.

Se eu amo preto? Imagine mo na mour. Me chame de a mensageira da morte se quiser.

Dou um pulo na cozinha e pego uma maçã ,uma garrafa de suco e barras de cereais jogando tudo sobre a bolsa em meu ombro.

Mamãe logo acordaria e teria de inventar varias desculpas sobre para onde eu estaria indo.

O barulho no andar de cima faz-me ser rápida. A passos largos destravo a porta da sala passando por ela.

Na garagem pego meu capacete,monto em minha moto e sem fazer cerimónias dou partida.

Aperto o botão para que o portão da área central abra.  A adrenalina de imaginar  a liberdade que logo sentirei assim que estiver com as rodas na rua espalha por todo corpo.

A guarda costas Onde histórias criam vida. Descubra agora