Cap. 02 - Prólogo - Leon S. Kennedy

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Leon Scott Kennedy é confrontado por um homem que diz ser um agente do governo dos Estados Unidos.
Leon diz: "Deixe Sherry em paz. Ela é inocente.".
"Ela sabe demais." - O homem responde. Ele olha para Leon e diz: "Mas você tem valor. Este é um bom acordo. Tome sua decisão.".
Sem arrependimento ou hesitação, Leon fecha os olhos e responde firmemente...

(...)

Um ano se passou desde que aquele agente do governo procurou por Leon, e nesses últimos doze meses, o ex-policial passou por um intenso treinamento no Exercito Norte Americano. Aprendeu a usar todo tipo de arma, ganhou conhecimento sobre táticas e estratégias em campo. Seu próximo ano agora, seria em um treinamento intensivo diretamente com agentes da CIA, e hoje era o seu primeiro dia também como um deles.
Para Leon, fora reservada uma pequena cabine, com mesa, cadeira e um computador. Cartão de identificação. Sentou-se. Abriu sua pasta para começar a arrumar seus papéis quando se deparou com a última carta de Sherry. Ela dizia que estava bem, e que sentia falta sua e de Claire, mas para que eles não se preocupassem. Não sabia se podia confiar naquilo, era mais do que óbvio que toda e qualquer carta que viesse por Sherry seria imediatamente verificada - e corrigida - pelo governo antes que chegasse até ele. Um ano se passou, e eles prometeram que dessa vez não teria mais enrolação, ele poderia finalmente visitar Sherry. Estava muito preocupado, não sabia como ela estava, se brincava, se ia à escola... Nada.
O último contato que teve com Claire fora durante o incidente em Rockfort Island. Até então, tudo o que Claire sentia por ele era raiva, por ter deixado que capturassem Sherry. Mas ele teve que fazê-lo, e foi pela menina que aceitou ser um agente do governo. É como diz o velho ditado: "Se não pode vencê-los, junte-se a eles.". E foi exatamente o que decidiu fazer. Não tinha forma para impedir que a levassem, sendo assim, aceitou o único meio disponível para continuar tendo acesso a ela. E claro, de lutar contra o bioterrorismo.
Ligou o seu computador e rapidamente acessou arquivos restritos da CIA aos quais somente os agentes têm acesso. E lá estava ela, o pouco que sabiam sobre ela... Ada Wong. Não pôde evitar, e essa era a primeira coisa que tinha que fazer. Chris havia lhe contado que ela estava viva... Mas precisava ver, e se não fosse a própria Ada ao vivo e a cores, em carne e osso bem na sua frente, então que fosse alguns documentos oficiais e ultra-secretos do governo, o que era quase a mesma coisa.
Algumas fotos... Descrição física... Última vez vista em Chicago. "Mas que diabos ela foi fazer em Chicago?", e por fim a confirmação oficial, sim, ela estava trabalhando para o Wesker!
Leon apertou os punhos, e contraiu o rosto em uma expressão enigmática. Os olhos apertados, e olhando fixamente para a mulher na foto. E sem tirar os olhos dela, recostou-se em sua cadeira coçando o queixo. Sua mente estava longe, voando lá... Há um ano atrás e em tudo o que aconteceu. Ao refrescar todas essas memórias, inclusive a de quando leu o memorado de Chris com a notícia de que ela estava viva, sentia-se feliz. Não tinha porque negar, era a verdade, sentia-se miseravelmente feliz por saber que ela escapou. Mas por outro lado sentia raiva, por não saber mais o que foi ou não foi real sobre os dois em Raccon City.
Ela enfrentou um Tyrant por sua causa, e por isso foi gravemente ferida. Ela disse que estava apaixonada antes de desfalecer em seus braços. Ela estava lá, bem ali, morta! Ele nunca esqueceria o desespero de carregar aquele corpo sem vida, de sacudi-la, de não sentir seu pulso. Afinal, que diabos aconteceu ali? Então quer dizer que ele simplesmente largou Ada viva apenas desmaiada para trás, seria tão burro assim? Não era possível. E agora com a confirmação de que ela esta trabalhando para aquele filho da puta.
"- Fui enganado... Por uma vadia desgraçada!".
Ele xingava, amaldiçoava... Mas no fundo, não conseguia responder, por que ela faria toda aquela cena? Qual era o sentido? Seria tão mais fácil matá-lo, ela teve tantas oportunidades. E porque chegar ao extremo de falar em amor e... Beijá-lo? Nada... Absolutamente nada fazia sentindo.

(...)

Passou em uma loja de brinquedos. Não sabia exatamente do que ela gostava, então arriscou algo neutro, um ursinho de pelúcia e uma caixa de bombons. Era simplesmente assustador, que eles precisavam do Pentágono para guardar uma simples garotinha. Leon sentiu um frio na espinha, um mau pressentimento sobre o que encontraria lá.
"- Agente Kennedy, por aqui. Siga esse corredor, é a terceira porta a sua esquerda.".
E quando abriu a porta, viu um lugar frio, sem cor, sem vida... E uma garotinha presa lá como um rato de laboratório. "- Sherry!".
"- Leon!". - A menina correu até ele. - "- Que saudade! Onde está Claire? Vocês vieram me buscar?".
O agente se ajoelhou para ficar do mesmo tamanho, e a abraçou. "- O que esta acontecendo aqui, garotinha? Que tipo de lugar é esse?".
A menina se encolheu e saiu do abraço. "- Parece que é algo que o meu pai colocou em mim. Eu posso ser perigosa para as pessoas lá fora... Precisam de testes... Eu não sei.".
Sherry tentou evitar o toque, mas Leon agarrou seu braço a força e puxou a manga de seu casaco. A expressão do agente era de pura ira. "- Que marcas são essas Sherry? O que eles estão fazendo com você?". - Ela não respondeu. - "- Espere aqui!".

(...)

O agente andava a passos firmes e largos. Chutou a porta.
"- Que merda é essa? O que vocês estão fazendo com Sherry? Esse não foi o combinado, eu nunca permitiria isso. Nunca!".
"- Senhor Kennedy, sugiro que se acalme. Acredito que não preciso lembrá-lo que esta é a sala do seu supervisor, e essa garotinha é propriedade do governo dos Estados Unidos, sendo assim, caso eu tenha que penalizá-lo pelo seu comportamento indevido, você nunca mais colocará os olhos nela.".
"- Prioridade? Ora...".
"- Senhores, parem com isso!". - Disse uma voz firme e grave vindo da porta.
Leon olhou para trás, e deu de cara com a figura fardada diante de si. "- General Benford!".
"- Senhor!".
"- Os dois... Descansar. E agente Kennedy, acalme-se, vejo que cheguei um pouco tarde. Apenas me acompanhe.".
Sem muitas opções, Leon obedeceu.

(...)

General Benford era conhecido desde seu treinamento no Exercito, fora ele quem o acompanhou de perto e quem finalmente o recrutou para o serviço secreto, havia poucos superiores acima dele, e pelo visto seu único amigo ali até então. Portanto, se Benford não puder ajudá-lo, ninguém mais poderia. Agora estavam dentro do gabinete de Benford.
"- Leon, eu entendo a sua frustração e eu imaginei que essa seria a sua reação ao ver a menina, mas por favor, temos que ter calma. As forças armadas, o governo e o serviço secreto estão exatamente divididos sobre o acontecimento em Raccon City, e sem qualquer ideia sobre que tipo de providencia pode ser tomada sem provocar um colapso mundial. E a menina... Bem, ela foi contaminada, era preciso saber se ela possui anticorpos... Por favor, não ponha tudo a perder por causa de um ato impensado.".
"- Senhor... É só uma menininha...".
"- Sejamos razoáveis, Wesker está a solta, e não sabemos ainda nem quem é confiável ou não entre os nossos. A Umbrella tem agentes infiltrados em toda parte. Você acha mesmo que é seguro soltar Sherry por ai simplesmente?".
"- Então vamos trancá-la? E é só isso? Eu prometi cuidar dela!".
"- Hey garoto...". - Adam tocou-lhe o ombro em um gesto de amizade. - "- Eu só te peço mais algum tempo, e que por favor, confie em mim. Eu ainda preciso de mais tempo, mas eu te juro, que eu vou encontrar uma maneira de tirá-la de lá e colocá-la em um lugar a salvo, é uma promessa. Eu preciso de você aqui, nós não somos muitos, a maioria aqui é corrompido... Eu não tenho muito em quem confiar... Por favor.".
"- Eu quero vê-la sempre, e isso não é mais negociável. Quero também uma permissão especial para que Claire Redfield possa visitá-la também não importa onde esteja.".
O homem fardado soltou um longo suspiro... Aquilo seria embaraçoso. "- Você pede coisas difíceis rapaz, mas é justo. Sim, claro. Você tem a minha palavra.".

(...)

Alguns meses após, Sherry Birkin foi adotada oficialmente por Derek Simmons, homem de confiança de Adam Benford, um homem de família influente, forte poder político e alta representação no serviço secreto e na Casa Branca. A menina continuava a receber a vigilância contínua e recebia educação domiciliar. O acordo sobre as visitas se manteve de pé. E assim começou a carreira de Leon Scott Kennedy como agente do governo.

Leon and Ada Side Story (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora