Republica da Eslava Oriental
Ada Wong verificou pela última vez todas as suas coordenadas para a missão, antes de destruir todas as cópias dos arquivos e documentos que carregava consigo. Era o procedimento padrão da Organização para o caso de um agente falhar, bem... Ela nunca falhou, mas sempre cumpriu o protocólo.
Parte dessa missão, passada em Moscou, foi um sucesso, toda a sua teia estava armada, e agora tudo o que lhe restava era puxar a corda quando Svetlana Belikova estivesse presa a ela. Foram várias reuniões com representantes de vários pequenos países antes pertencentes a grande União Soviética, a espiã contava com a imunidade para freqüentar o local graças a um acordo entre a Inteligência Britânica e o governo russo, os dois maiores interessados, em vê-la infiltrada, não havia poder mundial, principalmente Norte Americano que pudesse por as mãos nela naquela reunião...
"Hn... Se bem que isso não foi de tudo verdade...".
Ela lembrava perfeitamente que "mãos" americanas a pegaram naquele dia, e exatamente como elas fizeram...
Memórias... E mais memórias. E até mesmo uma "rapidinha acidental" era o suficiente para marcar a espiã a ferro. No fundo não esperava por nada daquilo, encontra-lo em Moscou, ficar sozinha com ele numa sala de reuniões... Perder o controle. Mas já que aconteceu, sabia que não poderia ter sido melhor... Era uma pena que seus encontros com o agente nunca mais poderiam ser longos ou planejados, muito provavelmente, deveriam ser evitados a todo custo. Pelo menos tirou a prova que dar umas "rapi-dinhas" não fariam assim tão mal.
Ada lamentou. Lamentou ter que ser assim, lamentou essa sensação de assunto não acabado, muito embora estivesse decidida. Terminou de organizar sua bolsa, e então deixou o quarto de hotel.(...)
Leon recarregou seu fuzil tático e ajeitou mais uma vez as granadas em seu colete a prova de balas. Amaldiçoou todos os deuses mais uma vez. Quantas vezes pediu férias? Ah... Isso mesmo, nunca! E pela primeira vez na vida, quando o fez... Isso.
"Para que serve a B.S.A.A., Leon? A CIA? A Segurança Nacional? Os outros cem agentes do governo? Se quando a coisa complica de última hora é a você, otário, quem eles chamam?"
Não que tivesse grandes planos para suas férias, seu cabelo estava maior que o de costume, talvez, forçando um pouco, poderia até prendê-lo em um rabo, a barba a três dias sem fazer e por acidente, descobriu que gostava assim, dela mal feita. Tudo o que queria era justamente isso, alguns dias sem se preocupar com nada, em um hotelzinho calmo e bem simpático em Luxemburgo, sem se preocupar em cortar o cabelo ou fazer a barba, saindo para beber até cair enquanto assistia a show de streepers.
"É pedir demais?"
O loiro observou a movimentação de rebeldes pelas ruas escuras, possuía alguns informantes na cidade, e estava mais do que confirmado... Ali estavam sendo usadas armas biológicas. Lembrou-se do homenzinho impertinente que insistiu em conversar, lá... Em Moscou. Possuía várias outras lembranças sobre aquele dia, como o de encontrar a sua misteriosa espiã rondando o local como se nada devesse ao resto do mundo, algo que o deixou com a pulga atrás da orelha, fato. E agora... Isso.
"- Ada... Não me diga que você sabe de alguma coisa... Ou tem algo a ver com essa bagunça...".
Nisso, chegou um chamado em seu celular.
"- Hunnigan!".
"- Leon, preste muita atenção, a missão foi abortada. A Casa Branca passou ordens diretas para que qualquer agente Norte Americano abandone a missão e saia do país, imediatamente.".
"- Tá maluca?! Vocês me arrancaram a força do meu merecido descanso, me mandaram para esse buraco perdido no cú do mundo, e agora dizem que é para eu simplesmente virar as costas e ir embora quando eu mal comecei?! Tem B.O.W's atacando, o que pode ser mais importante que isso?".
"- São ordens diretas do Presidente! Ele não quer os Estados Unidos envolvido de nenhuma forma com o que está prestes a acontecer ai.".
"Raccon City, de novo...".
"- E o que está prestes a acontecer, Hunnigan?".
"- É uma guerra, Leon, se nos envolvermos, as complicações políticas podem ser mais do que comprometedoras e...".
"- Pouco me importa a política! Tenho confirmado o uso de armas bio-orgânicas, se permitimos, logo será o resto do globo, tem certeza que isso não te interessa?".
Leon não podia acreditar. Estava diante de uma revolução armada a base de B.O.W's prestes a explodir a qualquer segundo, sabia dos riscos que isso implicava, não somente ao povo daquele país, mas a todo o globo. Poderia estar diante de uma nova Raccon City, uma nova tragédia, a Casa Branca sabia disso, o Presidente sabia disso, entretanto, estavam pedindo que ele simplesmente virasse as costas?
Sentiu um aperto no peito, uma sensação de importância... Quando lembrou da sua amada espiã, que parecia ter tanta certeza quando dizia que não importa que posição ele ocupe no governo... Ele nunca vai saber o que realmente se passa, quais são os reais objetivos, e que no fundo, a Casa Branca não ajuda ninguém sem ter algum interesse. Talvez, sendo o bom moço cumpridor de regras... Ele estava muito longe de ser o herói que tantos acreditavam que ele fosse.
"- Não há nada a ser feito, nem mesmo pelos Estados Unidos.".
"- Bem talvez seja a hora de eu me livrar da minha cidadania Norte Americana, nem que por algum tempo...".
"- Agente Kennedy, devo lembrá-lo que a penalidade para...".
"- Acabei de destruir o meu passaporte, Ingrid. Não sou mais um cidadão americano, vocês não tem mais qualquer responsabilidade para comigo, nem com o que eu venha a fazer. Pode dizer que me perdi ou cai do avião!.".
Sem escutar os protestos do outro lado do aparelho, Leon empunhou seu fuzil com mais firmeza, e se infiltrou naquela cidade, onde um novo inferno estava prestes a se criar.
Seu primeiro informante era um agente da CIA, disfarçado, ele não precisava saber da loucura que tinha acabado de cometer, não até vomitar tudo o que sabia. Ao adentrar no ponto de encontro para aquela noite, Leon pôde sentir a atmosfera pesada... O cheiro de sangue... O rastro de caos naquele lugar que deveria ser um simples estacionamento... Escutou um gemido. Correu até ele, infelizmente constatou ser o seu informante... Ou o que sobrou dele.
"- Espantalho!".
"- Agh... Agh...".
Leon o tomou nos braços, sabia que não tinha muito tempo. "- Quem fez isso? Me diga rápido, você tem alguma pista sobre o que há entre essa rebelião e o uso de armas bio-orgânicas?".
"- Ugh...".
"- Espantalho, nunca foram famosos por sua conversa...". - Resmungou.
"- Agh...Agh... A apicultora.". - Foram as últimas palavras, antes de desfalecer.
O loiro pôs-se de pé, sua experiência já dizia que aquilo não ia parar ali, as "coisas" que destroçaram aquele homem, não estavam longe, estavam bem ali, rondando-o, ele podia senti-las. Não demorou muito tempo para que suas suspeitas - que eram puras certezas - se confirmassem. Deparou-se de frente com o primeiro Licker, conheceu algo assim em Raccon City, porém esse era bem maior, bem mais forte e muito mais assustador.
Leon disparou contra a criatura sem poupar balas, descobriu que esse também era muito mais resistente e ágil. Esquivou-se como pode das investidas da criatura, atirando em fogo aberto sempre que era possível. Descobriu da pior maneira que seja lá quem estiver por trás daquelas B.O.W's não está para brincadeiras... Soltou nas ruas criaturas ágeis e resistentes, e que possuíam um grau de inteligência nunca visto... Quase humanas.
Os tiros pareciam não fazer qualquer dano à criatura, porém Leon de algum modo conseguiu deixar de fugir dos ataques para colocar-se a persegui-lo, sem nunca cessar fogo... Em algum momento, sem saber se atirou em algum conduto de gás, ou se fora um ataque de granada, sentiu a forte explosão, e os blocos de concreto arremessados violentamente contra si.
Depois de levar o primeiro golpe, caiu, com a visão turva, sem respirar direito. Pôde ver o Licker se aproximar... Será devorado, partido em pedaços, sem qualquer chance de defesa. Não lamentou ter que morrer assim, realizou dois sonhos antes de finalmente abandonar essa vidinha medíocre, tirou férias, e foi deveras rebelde... Faltando pouco para mandar o Presidente chupar suas bolas, se tivesse queimado uma bandeira Norte Americana não teria surtido tanto efeito quanto o que fez hoje a apenas algumas horas atrás. Morreria, com alguma sádica sensação de dever cumprido.
"Ada, o que você teria dito se visse o que eu fiz?", pensou antes de constatar que o Licker ainda não o atacara, refreando suas garras a apenas alguns centímetros de seu rosto. E que todas as partes de seu corpo ainda permaneciam intactas e devidamente grudadas em seus devidos lugares, quando viu um homem surgir a sua frente, com uma postura dominante, sem temer as criaturas, o agente finalmente sucumbiu ao golpe, e desmaiou.
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Leon and Ada Side Story (Concluída)
FanfictionA história conta um pouco da vida de Leon Scott Kennedy e Ada Wong um dos casais da saga game de Resident Evil. A vida aos olhos de ambos envolvendo alguns detalhes dos jogos e de filmes 3D no enredo dessa aventura empolgante. Obs: Essa história foi...