Cap. 18 - Eslava Oriental - Parte 2

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Ada sorveu o chá da xícara fumegante uma última vez, calmamente. Ela podia sentir o clima hostil naquela sala, mas isso não a assustava, pelo contrario, a divertia cada vez mais.
"- Aonde esteve noite passada senhorita Wong? Não estava em seu hotel...". - Perguntou a Presidente, também em um tom despreocupado enquanto também bebia um pouco do chá.
"- Eu estava com um... Velho amigo.". - A mestiça sorriu - não era exatamente uma mentira - enquanto depositava sua xícara na mesinha de centro.
"- E esse... Velho amigo... É um espião?".
Ada suspirou longamente, imaginando, por alguns segundos, o quão mais fácil seria se ele fosse. No mesmo instante, o homem engravatado que as fazia companhia lhe apontou uma 9mm.
"- Para quem você trabalha? Os russos, ou os americanos?". - Perguntou a governante, calmamente, dona da situação.
"- A resposta fica por conta da sua imaginação.".
"- Considerando que você nunca mais vai deixar esse país, eu te aconselho a cooperar, e ficar ao meu lado.".
Essa conversa mole e educada começou a entediar a espiã.
"- Muito engraçado...". - Ela deixou escapar um sorriso, antes de chutar a mesa de centro, atirando a xícara e seu conteúdo por todos os lados. Foi distração suficiente para se levantar, correr e atacar o homem armado fazendo a 9mm girar no ar. Ada deu uma cambalhota para trás, chegando a tempo de alcançar a arma antes que caísse, e apontar para...
"Para lugar nenhum, esquece esse truque Ada, você sempre erra o tempo...", pensou ao ter sua mão, agora armada, interceptada pela mão forte da Presidente loira. A seqüência não foi diferente de certa vez, há muito tempo, na Espanha, fora desarmada e caiu em uma luta corporal. Porém dessa vez, contra um real oponente, não contra o homem que amava e não o via há longos 6 anos...
Após uma longa sucessão de golpes e esquivadas, cada uma das mulheres caiu de um lado oposto da sala. "- Hn. Então é verdade que você foi instrutora de luta?".
A Presidente sorriu orgulhosa.
"- Fui? Eu sou uma instrutora.". - Assumindo novamente posição de luta.
Ada avistou uma faca pendurada na parede atrás de si, por cima dos ombros. - "Da próxima vez, use uma faca. São mais rápidas quando o inimigo está perto.". Ela lembrou e sorriu. "Ora, ora, vejam só...". Com o punho fechado, quebrou o vidro da moldura em que a faca estava guardada e a empunhou firme, pronta para atacar.
Mais luta corporal. Ambas não saiam machucadas, apenas boas demais para serem pegas e sempre esquivando de qualquer golpe. Mais uma vez, caíram em lados opostos da sala.
"- Presidente, os terroristas conseguiram invadir o prédio!".
Mais um momento de distração. Ada correu para a porta, mas sua fuga foi impedida graças a um sistema de segurança, com fortes placas de aço que rapidamente bloquearam todas as portas e saídas.
"- Como eu já disse, Ada Wong, estamos revogando a sua estada aqui de temporárias para... Permanente.".
Ada percebeu que a sala se movia. Nada mais era que um grande elevador. "- Interessante.".

(...)

Leon atravessou uma cidade dominada pelo caos até chegar ao Palácio do Governo. Tanques de guerra espalhados por todas as ruas, destruídos, soldados mortos, corpos em putrefação. Lembrou de Raccon City, lembrou do jovem JD agora morto. Não pôde evitar o caos. Mas ainda podia evitar que tamanho crime fosse enterrado sem que o mundo soubesse. Ainda podia impedir que uma nova queima de arquivo como a de Raccon City acontecesse.
Seguiu os passos de Buddy até aquele lugar, pelo pouco que sabia de seu passado, e por tudo o que viu esse homem ser capaz de fazer, não era difícil deduzir que havia ali a intenção de um ataque final. Um ataque suicida. Precisava ser detido, tinha que capturá-lo e fazê-lo depor.
Adentrou-se no prédio, trajando novamente seu colete a prova de balas e empunhando o seu fuzil, que antes estavam com JD. Não sabia o que era mais aterrorizante, o odor de morte, os sinais de destruição, os Lickers espalhados, ou o fato dos Lickers não o atacarem. Chegaram tão perto... E saíram.
"- Hn!".
Um piso em falso num pequeno pedaço de concreto fez com que as B.O.W's recuassem e atacassem algo no ar.
"São cegas... Atacam pelo som.".
Voltou a caminhar, dessa vez com cuidado, sem fazer barulho. Quando sentiu uma pegada firme em seu tornozelo.
"- Por... Favor... Argh!".
Leon observou o soldado ensangüentado e agonizante, e também os Lickers que agora sabem sua exata localização.
"- Desculpe, não tenho tempo para conversa!" - Pôs-se a correr deixando o homem para trás, havia uma porta a sua frente, um Licker ficou para trás, devorando o pobre soldado, o outro, vinha em sua direção a toda velocidade. Correu o mais rápido que pode até alcançar a porta. Sentiu que não havia mais chão, graças a seu reflexo, segurou no vão da porta, impedindo sua queda. Não era uma sala, era um enorme vão de elevador! O pobre Licker não foi tão esperto, caindo vão abaixo.

Leon and Ada Side Story (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora