Cap. 11 - Ciúme

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"- Não pode ser... Ada."
Era ela. Mesmo virando o rosto para ele ficando de costas novamente, ele sabia, era ela! Exuberantemente linda, com sua taça de champagne em mãos e agindo claramente como um dos convidados, e não, como uma foragida que poderia ser pega á qualquer segundo. - "Mas que diabos é isso?" - Seus pés se moviam quase que automaticamente. Leon caminhou salão a dentro, procurando não esbarrar em ninguém mesmo sem tirar os olhos da beldade euro asiática que estava a poucos metros dele. Se perguntando o que ela estaria fazendo ali. Contudo seus pés congelaram no chão quando avistou um homem se aproximar dela.
Esse homem usava uma ridícula gravata texana, e seu rosto lhe era familiar. Era Simmons. Ada era solicita ao que ele dizia e parecia sorrir de maneira interessada. O garçom passou pelos dois e o homem foi gentil em ele mesmo trocar a taça vazia da espiã por uma cheia. Mas chocante ainda foi ver Derek Simmons, na mais pura expressão de felicidade, entre sorrisos enquanto a olhava de cima a baixo. Leon tinha a mais absoluta certeza estava interessado. Foi quase um soco no estômago quando o viu tocá-la delicadamente pelo o cotovelo convidando-a a sair dali.
Ela não recusou, ela não pareceu descontente, ela não evitou o toque... Ela foi com ele, e quando eles tomaram o rumo de só Deus sabe para onde, ele a tocou nas costas... E a abraçou.
O agente sentia as mãos geladas, o coração galopar dentro do peito, os joelhos tremerem... Ele estava com ciúmes.

(...)

Sherry chegou até a varanda sem encontrar Leon a sua espera. Olhou a sua volta e não havia mais sinal dele ali. Pensou em dar um toque no celular do agente, era mais fácil que sair a procura dele pelo salão a fora, mas ele não atendia...
Sem outra opção foi atrás dele.

(...)

No telhado da mansão estava um corpo magro, vestindo um macacão tático, elástico e justíssimo, fechado com um zíper na frente. Seu rosto escondido atrás de uma máscara de neve negra e os olhos atrás de um par de óculos escuros. Ninguém poderia vê-lo ali. Era como se fizesse parte das sombras da noite, se movendo junto a elas.
O corpo mascarado abriu uma maleta e de lá, tirou uma granada flash, uma pistola com silenciador, uma chave mestra, um computador de mão, um teclado dobrável, cabos, chip de memória e outras parafernálias de última geração para se hackear um computador. Disponibilizou tudo organizadamente em um cinto de utilidades. Desceu do telhado rapidamente através de uma corda até uma janela do terceiro andar.
Aquele era apenas um dos quartos de hospedes. Seu objetivo era a biblioteca. Checou o mapa detalhado da mansão em seu computador de mão. Agora sua missão se resumia em chegar silenciosamente até a biblioteca.

(...)

Eles foram rápidos, não tinha como alcançá-los sem que derrubasse vários convidados e fizesse consequentemente um escândalo. Mas era justamente o que queria fazer. Amaldiçoava ser um agente, ser um subordinado, ter que mentir, que manter as aparências. Tudo o que mais queria nesse momento era ser um simples policial, um cidadão comum, que ao ver a namorada nos braços de outro homem poderia simplesmente puxar o indivíduo pela gola e arrebentar-lhe a cara. Poderia berrar no meio de uma festa inteira o quanto a namorada em questão não passava de uma cadela.
E que se foda o politicamente correto! Estava irado, enciumado, ferido... Iria atrás dela. Não diria então nenhuma palavra, mas faria questão que ela o visse ali, que ela o olhasse nos olhos e somente com esse olhar, entender que acabou.
Podiam ser mais rápido, mas não podiam se esconder. O agente agora estava de frente a um longo corredor no segundo andar. Abriu a primeira porta, era um toalete. Abriu à segunda, uma biblioteca. A terceira, um quarto de dormir...
"Devem estar no quarto dele...". E iria encontrá-los, nem que tivesse que vasculhar cada canto daquela casa.
Acabaram as portas, só restava o terceiro andar...

(...)

Sherry não conseguia encontrar Leon em nenhum canto do salão. O celular dele parou de chamar e agora caia direto na caixa postal.
A loira parou de frente para uma enorme escada que a levaria ao terceiro andar. Era o único andar que sobrava. Se ele não estivesse ali, teria que procurá-lo no jardim. Ela se lembra que ele carregava um isqueiro e um maço de cigarros em Raccon City, sabia que ele fumou no passado, se perguntava se vez ou outra ele ainda dava uma escapadinha para fumar algum... Foi à primeira ideia que lhe veio à cabeça.
Subiu as escadas.

Leon and Ada Side Story (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora