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No horário marcado, Rioston chega no restaurante e fica aguardando Anita. Ele entra e senta-se logo na entrada.

A garçonete Sheila vem até ele, pergunta se deseja alguma coisa, mas Rioston só faz balançar a cabeça negativamente.

Ele está ansioso.

O tempo vai passando. Nada de Anita chegar.

O Sol vai baixando. Rioston, novamente tem seus pensamentos interrompidos por Sheila.

Ele sabe que se fosse outro cliente, já teria recebido um educado pedido para ir embora, até por que, ficar ocupando um lugar sem está consumindo, não é correto e nem permitido.

O relógio do restaurante marca cinco e meia da tarde. Rioston levanta sua mão direita, chamando a garçonete. Maria Helena é quem vem atende-lo. Sheila acaba de largar.

Maria Helena é alta, cabelos encaracolados, tem as maçãs da face rosadas, olhos expressivos, lembra uma indiana.

— Boa tarde Sr. Rioston. Ela o cumprimenta com um largo sorriso.

— Boa, mas pode me chamar de Rioston ou somente Rio. Esquece essa palavra: senhor... Por favor.

— É o costume. Mas vou me esforçar para não chamá-lo mais de senhor.

— Muito obrigado! Já sinto-me melhor. Poderia preparar para viagem, um chesseburgue e um suco de laranja com mamão.

— Okay, vou mandar fazer. Mais alguma coisa?

— Não, obrigado.

Maria Helena agradece com a cabeça e sai à cozinha.

— Desculpas a demora.— Rioston assusta-se com a chegada de Anita.

— Caramba Anita, que susto. Não vi você chegando.

— Na verdade, eu estava na esquina do posto de gasolina...Juntando forças para vim.

— Fico feliz que tenha vindo. Se  sairmos agora, vamos chegar no Recife em uma hora, vou dirigindo pelas duas vias pedagiadas.

— Rio, ele não vai querer falar comigo. Eu sinto isso!

— Anita, só teremos esse certeza quando chegarmos lá. Você já tem o não, vamos pelo sim. Por que você está me olhando desse jeito?

— A sua beleza é diferente.

Rioston gargalha e diz:

— Muito obrigado pela sua gentileza.

— Eu estou falando sério. E também não entenda isso como uma cantada, mas desde o primeiro dia que te vi, fiquei abismada como você é bonito.

— Anita, valeu mesmo. Mas, podemos ir andando?

— E o seu lanche? — Anita, olha para o restaurante procurando a garçonete.

— Quando voltar passo por aqui e pego.

— Você sempre é pratico assim?

— Simplicidade gera velocidade.

A viagem até Recife é realizada no mais puro silêncio. Os dois conversam muito pouco. Anita está pensativa, imaginando como será a reação do seu marido e do seu filho ao vê-la de novo.

— Anita, sei que talvez não me escute, mas uma coisa que aprendi é que não adianta se martirizar pelo que ainda vai acontecer.

— Eu os abandonei Rioston, você me perdoaria por ter ido embora de casa, sem dizer nada?

BORBOLETA PRETA - COMPLETO - Lançado 14/02/2019Onde histórias criam vida. Descubra agora