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— Anita chegamos. — Rioston estaciona o carro em frente do prédio.

— Esse prédio me parece familiar. Sim... Acho que moro aqui! Digo eu acredito que morava aqui antes de ter surtado.

O prédio tem mais de vinte andares. E são dois apartamentos por andar.

A varanda tem uns dez metros de comprimento e cinco de largura, e há vidros temperados com aço em volta deles, os protegendo e fazendo da varanda uma beleza única em modelo arquitetônico.

— O que foi Anita? — Rioston assusta-se com as piscadas rápidas e desenfreadas que Anita está fazendo.

— Eu nao estou legal! — Anita fala grogue.

— Como assim? O que você está sentindo?

— Não é o que estou sentindo, é o que estou vendo em pedaços, iguais a cortes de cenas nos filmes de terror.

— Você está vendo o que?

— Flashbacks! Meu Deus que dor de cabeça... Parece que vai explodir. Eu estou vendo fragmentos daquela noite!

— O que? Não estou entendendo nada. Diga-ma o que você ver? — Anita está encostada próxima a porta.

— Eu vejo Sérgio correndo na minha direção. Ele está com a mão estendida, querendo me levantar! Meu Deus!

— Anita, suas memórias do dia que você teve o último surto psicótico está voltando. O que mais está vendo?

Anita olha apreensiva para Rioston.

— Depois só vejo a escuridão.

— Deve ser quando ocorre seu colapso.

— O surto acontece e não me recordo de mais nada. Apenas fica esse vai e vem de imagens e os gritos de Sérgio ecoando e chamando pelo meu nome.

Rioston procura aproximar-se dela, mas Anita pede para Rioston se manter afastado.

— Minha cabeça Rioston... Está doendo muito. Eu quero ir embora. Por favor, leve-me embora!

— Anita, já chegamos até aqui. Não posso fazer isso com você! Essa é sua chance de descobrir o que aconteceu aqui!

— Eu não quero mais saber e também não vou aguentar que meu filho me veja assim descontrolada.

— Calma! Façamos assim então: Eu vou tentar falar com ele. E se ele quiser te receber, eu peço para você subir. Mas, prometo que Jordan não vai ver você assim. Confie em mim!

— Sérgio vai me expulsar de casa novamente, aliás, agora que está casado nem vai me receber.
— Anita se desespera dentro do carro.

Rioston sai dele e atravessa a rua como pode.

Sua coluna dói. A cabeça de Rioston parece que vai explodir. A garganta está seca.

Ele olha para o relógio:

— Duas horas da tarde. Meu Deus. Essa dor de cabeça deve ser fome.

Rioston caminha até a portaria do prédio. Ajeita a roupa. Passa a mão no pouco cabelo que tem e se apresenta pelo interfone.

— Boa tarde.

— Boa tarde senhor. Em que posso ajudá-lo?

— Desejaria falar com Sérgio Malcon.

— Qual o seu nome e qual o assunto?

— Meu nome é Rioston, e estou vindo da parte da esposa dele. Estou a representando.

BORBOLETA PRETA - COMPLETO - Lançado 14/02/2019Onde histórias criam vida. Descubra agora