Nova Orleans, 2005
- Foi assim que Rute e eu nos conhecemos, por causa de um terno. - o senhor Elliot havia terminado de contar para Emma e eu como havia conhecido a famosa Rute das cartas. - Mas já está tarde crianças, e creio que esse chá e esses biscoitos não serão suficiente para que durmam de barrigas cheias.
Acabamos por nos levantar devagar dos lugares que havíamos tomado no sofá. Emma ajudou Amélia a levar as louças sujas para a cozinha e eu ajudei o senhor Elliot a se levantar e caminhar para a cozinha.
- Crianças eu assumo daqui. Podem subir, tomar um banho, descansar e eu os chamo para o jantar. - Amélia falou com sua voz doce e educada e deixou tudo que estava sujo na pia e foi ate o senhor Elliot ajeitando seus cabelos. - O que querem comer?
- O que fizerem está ótimo para nós. Ultimamente só temos comido pizza. - Emma falou sorrindo e caminhou até o meu lado colocando as mãos no bolso do jeans.
- Mas jantamos ontem no restaurante dos seus pais. Um jantar decente em uma semana regada à pizza de calabresa. - sorrimos fracamente um pro outro e ela abaixou a cabeça. O clima continuava ruim depois de tudo
- Subam e se ajeitem, logo os chamarei. - a senhora sorriu para nós e assim fizemos.
Emma e eu fomos para o nosso quarto que seria compartilhado. Ela não se deu ao trabalho de olhar pra mim e foi direto para a cama de casal se deitando e fechando os olhos cansada. Eu tranquei a porta e caminhei com ela me deitando ao seu lado fechando meus olhos.
- Também está confuso? Quer dizer, dá pra notar o quanto o Joseph amava a Rute naquelas cartas... então por que não estão juntos? - ela sentou-se na cama me olhando ajeitando seus cabelos num coque. - Não que eu não tenha gostado da Amélia, mas...
- Eu sei, também estou assim. Será que quando ele voltou da guerra ela já havia seguido a vida dela? Ou foi quando ele voltou para a guerra? E será por isso que as cartas nunca foram entregues? - me sentei também e fiquei a olhando. Ambos demos de ombros e suspiramos com o silêncio que havia se instalado.
Não parecíamos os mesmos, não estávamos agindo como antes. Depois de tudo que vinha acontecendo com a gente, não consegui aceitar que ficaríamos assim durante toda a viagem que estávamos esperando.
- Emma... eu sinto muito por ter agido daquele jeito. - suspirei baixo enquanto olhava seus lindos olhos azuis. Eu me perdia naquele olhar penetrante dela e mal conseguia organizar meus pensamentos e palavras que precisavam ser ditas.- Estou confessando meu ciúme. Me desculpa, não quero que fiquemos desse jeito durante essa viagem. Esperamos tanto por ela e preciso que você fique tão animada quanto eu, e comigo. Eu fui um babaca mas...
Fui interrompido pelos lábios da garota se chocando com os meus. Havia me esquecido como aquela sensação era boa e calmante. Mas não estava tão calmo como os últimos beijos estávamos dando nos últimos dias.
As mãos dela puxavam meu cabelo de forma ansiosa, mantendo meu corpo próximo ao dela sendo impossível fazer a pequena menção de me afastar.
- Emma... - sussurrei contra seus lábios e só então nos afastamos recuperando o fôlego.
- Oi...
A deitei na cama mantendo meu corpo por cima do dela tomando seus lábios nos meus novamente, deixando que minha mão passasse devagar por todo o seu corpo, apreciando lentamente o toque da sua pele na palma da minha mão.
A forma como ela se arrepiava, ou os gemidos baixos que soltava toda vez que apertava sua cintura contra a minha me faziam perder toda minha sanidade, tanto que nem percebi quando minha blusa já estava jogada no canto do quarto e o sutiã dela estava visível para mim. Tinha me perdido nas sensações elétricas que aquilo estava me causando.
Levei meus lábios até seu pescoço deixando beijos e mordidas, que causavam mais arrepios em sua pele. Não me contive e comecei a descer os lábios por sua pele quente, enquanto levava minhas mãos ate suas costas abrindo o fecho de seu sutiã. Ela ergueu seus braços me permitindo tirá-los e eu o fiz, jogando para longe deixando que se perdesse pelo quarto junto com minha blusa.
Por baixo de toda aquela roupa grande, estavam escondidos os seios de Emma que eu nunca em minha vida conseguiria imaginar quão bonitos eram, e meus lábios se dedicaram a eles.
- Jack... - consegui ouvir Emma sussurrar meu nome de forma ofegante me fazendo erguer meu rosto de seus seios.
- Diga...
- Precisamos jantar. E eu preciso de um banho. - ela se sentou devagar na cama pegando o travesseiro e cobrindo seu corpo parcialmente nu.
Não contive uma risada e me levantei recolhendo nossas roupas pelo quarto, entregando a ela sua blusa e sutiã.
- Ok. Vou deixar você tomar banho e vou arrumar minha mala. - vesti minha blusa e virei indo até minha mala abrindo a mesma recolhendo minhas roupas e itens pessoais para ser o próximo a tomar banho.
Logo senti pequenas mãos em minha cintura virando meu corpo para ela, e então segurando minha blusa puxando para fora do meu corpo novamente.
- Se formos juntos será mais rápido... - mentira. Eu sabia o que iria acontecer se fossemos pro banho juntos e ela também. Saber que ela queria aquilo tanto quanto eu me fez sorrir de lado e agarrar a cintura dela novamente.
Não demorou até que nossos lábios estivessem juntos novamente em um beijo fervoroso e necessitado. Não nos separavamos nem afastavamos nossos corpos enquanto caminhavamos para o banheiro de nosso quarto deixando as roupas pelo caminho.
Entramos embaixo do chuveiro e eu liguei a água fria sorrindo encostando Emma contra a parede. Suas mãos voltaram a abraçar meu pescoço e eu segurei em suas pernas passando as mesmas por meu corpo enquanto o seu continuava encostando contra os ladrilhos do box.
- Não sou mais tão jovem assim, né? - ela sorriu mordendo meu lábio inferior puxando para si. Naquele momento eu parei para admirar a adorável e sexy imagem de Emma com seus cabelos molhados caídos por seu rosto.
- Não estraga o clima. - sorri para ela voltando a unir nossos lábios iniciando o que seria um banho incrivelmente divertido.
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Cartas Para Rute
Romance1943: um soldado viaja para Nova Orleans para visitar seu pai doente. No entanto, o que era para ser uma visita à sua cidade para cuidar de seu pai, acaba apaixonando-se brutalmente pela filha do alfaiate da cidade. 1945: a guerra acabou e o soldado...