Que droga!

399 27 5
                                    

Porém, embora ela quisesse continuar com aquele beijo, do qual ela sentiu falta, a razão começou a pesar mais alto, ela resolveu parar o beijo, levantou deu as costas pra ele e começou a andar de um lado a outro com a mão no queixo e o olhar perdido em pensamentos. Ruggero sabia muito bem o que tinha acontecido no passado, sabe o quanto ela gosta dele, porém o sentimento é recíproco, mas suas escolhas não foram boas, seus medos falaram mais forte e os conselhos dos amigos não ajudaram muito. Naquele momento vendo ela de um lado a outro ele se sentiu um covarde por não perceber que deveria ter pensado nela e principalmente nele mesmo quando tomou suas decisões, exclusivamente em assinar papéis.
Ao passo em que pensava e a via um pouco perturbada, ele resolveu diante de todos os pensamentos que vieram a sua cabeça, que estava na hora de fazer a coisa certa. Começou a observar o jeito que ela andava e como ela virava o pé tão fofamente para fazer a volta, aqueles pequenos pés que por vezes ele ajudou a colocar e tirar patins. Como ela estava linda porém despojada, com a calça camuflada com a barra virada pra cima, com um colant preto com pequenos pontos de brilhos, quando ela virou de costas para andar pro outro lado ele notou que não havia costas no colant, por um segundo ele se perdeu lembrando de como ele conhecia bem o corpo dela. Ela reparou que ele estava com o olhar fixo, passou a mão na frente dos olhos dele, mas ele não respondeu, logo ela o chamou:
- Rugge!
Ele a escutou balançou a cabeça para os olhos dele se focarem e respondeu:
- Oi.
- Eu aqui apreensiva pensando, andando pra lá e pra cá, quando percebo você está em outro planeta! - Retornou ela.
- Em Madrid, eu estava em Madrid... - disse ele.
Ela retrucou um pouco brava:
- O que que tem Madrid??
-  Primeira turnê pela Europa, você não se lembra?? - respondeu ele.
Ela busca rapidamente na memória e responde: 
- Até hoje não sei porque me deixei levar aquele dia, não deveríamos ter ido tão longe.
Rapidamente ele diz:
- Hoje eu sei que naquele dia, que foi muito bom, você não pode negar isso...
Ela interrompe:
- Não nego, mas foi errado...
Ele seguiu falando:
- Eu deixei em você muito mais do meras sensações... deixei meu coração - aponta para o peito dela - morando aí dentro, por mais que tenhamos nos afastado, por mais que eu estivesse com a Cande, meu coração continuou e continua em você.
Ela olha pra ele, ergue a sobrancelha esquerda, faz uma cara que mistura indignação e sarcasmo e diz:
- Uhum sei, vamos fazer de conta.
Ela continua com a mesma feição e cruza os braços, batendo o pé direito no chão, ele ri e diz:
- Adoro quando você fica brava!
- Eu não estou brava, só não creio no que acabei de ouvir... - disse ela.
Ele a puxa pelo braço, ela se desequilibra, ele a segura e ela acaba sentando de lado no colo dele, se olham por alguns segundos e ele diz:
- Sempre te salvando menina delivery.
Ela mais que rápido diz:
- A série acabou mas o Matteo segue aí não é?
Ela tenta se levantar mas ele não a deixa, a segura pela cintura, a olha nos olhos arruma o cabelo dela atrás da orelha como sempre, ela sabe que ele faz isso só pra chamar a atenção dela, então ele pergunta:
- Você me manda mensagem, faz uma vídeo chamada chorando dizendo que está sentindo minha falta, eu pego o primeiro avião pra te ver porque fiquei preocupado chego e você tá brava, é certo isso?
Ela desvia o olhar, fica meio ofegante e começam a escorrer lágrimas pelo seu rosto enquanto ela olha pro lado, ele virá o rosto dela pra ele e diz:
- Vem aqui ...
Ela o abraça chora, e aos soluços diz:
- Que droga! Porque eu tenho que amar você!
Ele começa a fazer cafuné nos cabelos dela e pousa a boca no ombro dela, respira fundo, fecha os olhos, continuando amparando-a como sempre fez, era intuitivo cuidar dela ele nunca soube explicar o porquê.
Aos poucos ela foi se acalmando, ele arrumou os travesseiros na cabeceira da cama, tirou os tênis, a segurou e foi deslizando até encostar as costas nos travesseiros, ela continuou abraçada, agora com a cabeça sobre seu peito, com a mão esquerda segurava uma porção da camiseta dele firme, ainda chorosa, ele acariciava lentamente com palma da mão as costas dela como quem consolava, depois segurou a mão dela que estava sobre seu peito segurando a camiseta, lhe deu um beijinho na cabeça e disse:
- Eu tô aqui, eu tô aqui pra você sempre.

BoomerangWhere stories live. Discover now