Contando a familia

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Ele ficou com a filha no colo por um tempo, enquanto conversava um pouco com Karol sobre como tudo havia sido tão rápido, em um dado momento ele riu, ao perceber que Lorenza estava bem molinha em sono profundo, como Karol quando dormia. Ele a colocou na caminha do hospital que estava ao lado da cama de Karol, com todo cuidado, ela ficou com os bracinhos ao lado da cabeça, bem tranquila com a respiração funda mais suave. Ele ficou admirando Lorenza, depois puxou uma cadeira mais perto se sentando entre as camas para poder zelar pelas duas, segurava a mão de Karol enquanto a olhava, ao perceber o cansaço nela a disse:
- Você está cansada, dorme um pouco!
Ela assentiu, seus olhos foram fechando lentamente até ela pegar no sono completamente. Ele tentou ficar acordado, porém também estava cansado, embora todo o trabalho e o suportar dar dor fosse de Karol, ele teve desgaste psicológico, por ver-la sofrer impotentemente, relutou mas acabou dormindo com a cabeça sobre a mão dela que segurava.
Próximo das 8:00 da manhã, tendo dormido um pouco, Karol acordou com um resmungo baixinho de Lorenza, mas deveria estar sonhando pois continuou dormindo, pensou Karol, enquanto percebeu Rugge dormindo todo torno na cadeira com o rosto sobre sua mão. Ela optou por chama-lo suavemente:
- Baloo... Baloo... Rugge! - chamava ela.
Ele acordou no susto, olhou pro lados, viu a filha, depois olhou pra Karol que disse:
- Vai dormir no sofá, você está todo torto aí, vai estar exausto mais tarde se continuar assim e com uma baita dor no pescoço.
Ele solta a mão dela, se levanta, contorna a cama, se aproxima e lhe da um beijo e diz logo em seguida:
- Eu te amo ... Muito!
Eles trocam olhares e ela diz:
- Também te amo meu Baloo, mas agora vai dormir direito, vai!
Ele a beija novamente, seguido de um beijinho na testa, lhe faz carinho no rosto, pisca algumas vezes tentando conter o sono lhe dá boa noite e por fim vai rumo ao sofá, mas antes olha Lorenza, que estava nitidamente relaxada pois estava com a boquinha levemente aberta, ele não resistiu e tirou um foto dela, deu um beijinho na testinha por cima da touquinha, foi até o sofá e se largou se rendendo ao sono.
As 10:30 da manhã, Marta entra no quarto com cuidado com uma bandeja com o café da manhã para Karol, a apoia sobre a mesinha escamoteável, dá uma olhada em Lorenza que dorme feito um anjinho, por seguinte chama Karol devagar, que acorda e com os olhos semi cerrados diz:
- Bom dia Dra.
- Bom dia, como você está? - pergunta Marta sussurrando.
- Estou bem - respondeu Karol suspirando.
- Algum desconforto? - seguiu Marta.
- Não, tudo bem. - respondeu Karol bocejando.
- Preciso avaliar como você esta okay? - perguntou Marta.
Karol concordou gestualmente, Marta a avaliou, estava tudo dentro dos padrões, ela então reclinou a cama de Karol a deixando mais sentada, rotacionou a mesinha com a bandeja na frente dela e disse:
- Você precisa tomar café da manhã, está muito tempo sem comer, tem que recompor as energias, nem que seja só um pouquinho. No almoço, vou trazer uma bandeja pra você e pro papai ali, porque ele também vai precisar. Depois de comer você pode tomar um banho se quiser e trocar de roupa... Ah! Não esqueça de colocar os absorventes de amamentação, daqui a pouco certamente ela vai querer mamar e depois da primeira mamada sempre vaza um pouco, mas qualquer coisa você aperta o botão vermelho que eu ou uma das enfermeiras vamos vir te ajudar okay?
- Certo - respondeu Karol, comendo a salada de frutas.
Marta deixa o quarto, Karol segue comendo um pouco do café da manhã enquanto olhava Lorenza com a visão periférica que continuava dormindo profundamente. Depois de comer e tomar o suco, Karol desceu da cama com cuidado, pegou seus pertences e foi ao banheiro, tomou um banho, se secou, colocou a roupa íntima juntamente com os absorventes de amamentação, o absorvente pós parto e sua camisola, arrumou os cabelos e teve vontade de fazer xixi, se sentou no vaso esperou um pouco e fazendo sua necessidade constatou o quão horrível era fazer-la por primeira vez após o parto, passado a sensação ela arrumou a roupa e antes que pudesse sair do banheiro escutou aquele chorinho que a chamava, saiu direto para atender a filha, a pegou com cuidado e disse:
- Mamãe tá aqui pequenininha.
Karol sentou na cama com cuidado, esticou as pernas, Lorenza seguia chorando, levando as mãozinhas a boca, Karol sabia o que a filha precisava, a acomodou melhor que pode em seus braços, abriu os botões da camisola, soltou a proteção do sutiã, tirou o absorvente e tentou fazer com que Lorenza mamasse, mas não conseguiu de primeira, então resolveu apertar um pouco o peito para que saísse um pouco de leite, era um pouco espesso, mas foi o suficiente para que Lorenza conseguisse começar a mamar por primeira vez, foi um estalo e as duas estavam conectadas novamente, Karol que já havia se apaixonado por ela desde o primeiro momento que a viu, foi invadida por um calor suave, um amor intenso que brotava em seu coração, viu na filha a continuidade do seu ser, ela nunca havia se sentido tão completa, como a vida fazia muito mais sentido, pensava Karol, enquanto Lorenza encontrava seu ritmo. Karol passou a olhar cada pedacinho do rostinho dela, como o formato das orelhas e o contorno dos olhos eram iguais ao do pai, o jeitinho do nariz que lembrava muito Mama Bertha e ela mesma, o desenho da boca era como a de Rugge mas lembrava mais a vovó Nella, era uma misturinha perfeita. Aos poucos Lolo foi diminuindo a sucção até soltar, Karol fechou o sutiã a camisola, com cuidado levou Lorenza de encontro ao seu peito e deu pequenas batidinhas nas costas até que ela arrotasse, e foi o arroto mais fofo que Karol ouviu na vida, ela não resistiu e deu alguns beijinhos na filha, na testa, no nariz, nas bochechinhas, então Lolo bocejou deixando a mamãe mais encantada, virou o rostinho para um lado, mexeu a boquinha, suspirou levemente e caiu no soninho novamente, Karol ficou com ela mais um tempinho, analisando aquelas mãozinhas pequenas, até que criou coragem para coloca-la de volta na caminha com muito cuidado.
Ela foi até a janela olhar pra fora um pouco, fazia uma dia bonito porém um tanto frio, quando olhou para o lado notou Rugge um pouco encolhido no sofá, foi em busca da manta que havia posto na mala, ao encontra-la, vai até ele e o cobre lhe fazendo cafuné.
Ela volta pra cama, se cobre se estica e liga a tv bem baixinho, se põe a assistir um programa matinal para se distrair  já que o sono custava a voltar.
Por fim ela acabou cochilando no meio do programa na TV, por volta das 13:30, Lorenza começa a resmungar um pouquinho, o que a faz a acordar e ir pela filha, ela a pega levando contra o peito, mas Lolo segue resmungando, começa a chorar baixinho, Karol olha no relógio, haviam passado quase 2 horas, ela resolve sentar na cadeira ao lado do sofá onde Rugge continuava dormindo, Lorenza volta a levar as mãos a boca, então Karol disse a ela  enquanto abria  os botões da camisola.
- Você tá com fome de novo né!
Dessa vez foi mais tranquilo, Lorenza começou a mamar bem mais rápido, mas parecia com muito mais fome, porque respirava sonoramente entre as engolidas.
Rugge começou a se mexer no sofá, tateando, parecia procurar Karol, porque ao não sentir se sentou rápido a chamando, ela ao vê-lo disse:
- Aqui Baloo!
Ele olha pra ela, leva a mão ao rosto o esfregando e depois apoiando a bochecha, ela o sorri, que logo diz:
- Bom dia meu Moglito - percebe a filha mamando - Ela ta mamando?
- Uhum!  Pela segunda vez - respondeu Karol orgulhosa.
- Sério - diz ele surpreso sentando mais perto delas.
Eles são interrompidos por Marta e uma enfermeira trazendo bandejas.
- Ah já estão todos acordados, e olha só parece que alguém adiantou o almoço - chega perto de Karol - ela pegou bem direitinho. - disse Marta analisando - Trouxe almoço pra vocês dois e quero ver esses pratos vazis hein! - Concluiu Marta.
- Humm parece bom - disse Rugge pegando uma das bandejas.
- Karol, depois de você dar um lado da próxima vez tem ser o outro ok pra equilibrar. - disse Marta.
- Ela já está no outro, mamou no direito mais cedo! - disse Karol.
- Que ótimo! Gosto de paciente assim que seguem o instinto! Vou deixar vocês em paz agora, estou aguardando todos os exames saírem, mais tarde a Dani vem lhe dar mais uma dose da medicação okay? - perguntou Marta já em caminho da porta.
- Tá bom - Disse Karol.
Lorenza soltou um pouco o peito de Karol, respirou fundo, fez uns movimentos com a boquinha e voltou a mamar.
- Que fominha! - exclamou Karol.
- Ela não fez isso da primeira vez? - perguntou Rugge enquanto comia.
- Ela deve ter mamado uns 10 min a primeira vez, agora já passou mais que isso. - respondeu Karol.
- Humm - engole - deixa ela mamar quanto quiser amor ela sabe quanto precisa, e você também tem que comer hein! - disse Rugge.
Quando Lorenza se sentiu satisfeita e parou de mamar, Karol a levantou  a apoiando contra seu peito com o rostinho virado pra Rugge que a observa, logo ela arrota deixando os olhinhos abertos.
- Ela está acordada - diz Rugge se sentando o mais próximo possível.
Karol a inclina um pouquinho pra trás para ver os olhinhos abertos, mas Lolo segue com o rostinho virado na direção de Rugge, que logo diz:
- Oi princesa!
Lorenza da duas piscadas, como se reconhecesse a voz e sorri.
Rugge apoia o queixo na própria mão, segue olhando pra filha que não tira os olhos dele e diz:
- Morri...
- Que?? - pergunta Karol rindo.
- Morri de amor! - responde ele todo bobo - Agora tenho dois sorrisos que me tiram o folego! - concluiu ele.
Rugge termina de comer rapidamente, para poder ficar com a filha enquanto Karol almoça, Lorenza seguia com os olhos abertos olhando ao redor e para ele.
- Esses olhinhos vão ser verdes iguais os da mamãe não é? - conversava Rugge.
Depois de comer Karol se junta Rugge, se apoiando no ombro dele, para também olhar para filha, Lorenza foi piscando, piscando, até bocejar, fechar os olhinhos, colocar uma das mãozinhas em frente ao rosto e dormir, por vezes ela mexia a boquinha, o que fez Rugge exclamar:
- Essa boquinha, não estou sabendo lidar, ela é muito linda!
- Ela é... - disse Karol com ternura.
- Nem acredito que ela ja esta aqui... - se espanta - não avisei ninguém Moglito! _ disse Rugge.
- Como assim? - perguntou Karol.
- Não avisei a familia, nem meus pais, nem sua mãe, não mandei nada no grupo da familia... - começou ele afoito.
- Aconteceram muitas coisas desde... - começou ela.
- Eu tinha outras prioridades - interrompeu ele virando para olha-la nos olhos.
Ela suspirou e lhe sorriu com carinho, se aproximaram e trocaram alguns selinhos.
- Hummm - selinho - mas é melhor eu avisar porque vou ser morto em praça publica pela Montse se não o fizer. - disse ele rindo .
- Hahaha vai mesmo - confirmou Karol.
- Segura ela mamãe - entregando Lolo com cuidado a Karol - vou pegar meu celular - disse ele se levantando.
Lorenza reclamou um pouquinho, mas logo Karol se inclinou no sofá cruzando as pernas e colocando a filha acomodada sobre seu peito, que se mexeu um pouquinho mas continuou seu soninho. Rugge voltou para o sofá com o celular e perguntou:
- Tirei um foto dela ontem, o que eu faço? Mando a foto ou faço uma video chamada?
- Manda a foto, espera o surto ai você liga, mas deixa eu ver a foto primeiro - sugeriu e pediu Karol.
- Tirei ontem antes de ir dormir no sofá - disse Rugge mostrando a foto a ela.
Os dois olham a foto alguns instantes e dizem juntos:
- A boquinha! 
- Fizemos ela bem - disse Rugge admirando a filha.
- Uhum - riu - Manda logo a foto no grupo da familia, não quero perder meu marido em praça publica. - disse Karol.
- Gostei! - exclamou Rugge.
- O que? - perguntou Karol.
- Meu marido - selinho - minha esposa - selinho - linda - respondeu Rugge.
Rugge enfim enviu a foto de Lorenza no grupo da familia e escreveu " Chegou a nova integrante", não demorou muito tempo, começaram a chegar mensagens disparadamente.
- Espera o surto passar, ai você liga - disse Karol rindo.
-  Montse esta gritando comigo amor, tenho medo, ela escreveu " EU FALEI PRA VOCÊ AVISAR QUANDO NASCESSE, NÃO HORAS DEPOIS RUGGERO PAQUARELLI"  - disse Rugge monstrando o celular a ela.
- Hahahaha ela se estressa, mas não esta brava não, deve ser um mix de emoções! - disse Karol rindo.
- Pronta pra chamada? - perguntou ele.
- Aham, deixa eu respirar ai você liga, mas baixa o volume pra não assustar a Lolo - respondeu e pediu Karol.
Eles respiraram, contaram até 3 e ligaram.

[Video Chamada]

Mau: Rugge como esta minha irmã, esta bem??
M: Como elas estão?? Porque não avisou antes???
C: As suas estão bem???
B/L: Feliz Aniversario! 
A: Que presente lindo você ganhou meu filho! Como elas estão!?
E: Vão pra casa quando??
R: Calma gente, uma pessoa de casa vez! Primeiro Karol esta bem e se recuperando bem também, deu tudo certo, segundo Lorenza esta bem, terceiro obrigado pelas felicitações e ultimo, sim mãe meu melhor presente de aniversário.
C: Karol esta com você, quero ve-la Rugge por favor!
R: Esta sim Caro, espere.
- ele se aproxima de Karol mostrando os 3 na camera -
C: Filha - emocionada - 
K: Oi Má, oi gente, esta tudo bem...
M: Ahh meu deus minha sobrinha!!! Que pequena!
Mau: Minha sobrinha Montse, você é prima pare de acumular função!
- Mauricio e Montse seguem discutindo com Eli e Caro intermediando -
A: Pessoal vamos nos organizar para retornar a Buenos Aires para ver-los.
L: Mano como você esta?
R: Estou feliz, muito feliz...
K: Um pouco bobo ainda Léo, mas ele esta bem.
B: E o medo filho, foi como eu te disse?
R: Foi exatamente como você disse pai, quando ela chorou e a vi por primeira vez tudo fez sentido!
C: Vamos parar de discutir, e nos organizar pra ir como disse a Nella. Rugge nos mande mais fotinhos dela quando puder aqui.
R: Mando sim.
C: Filha ela esta mamando direitinho?
K: Esta sim, a primeira vez foi difícil pra nós duas, mas na segunda já foi bem mais tranquilo.
A: Quando vão pra casa?
R: Não sei Mamma, estamos esperando os resultados de todos os exames, tanto da Lolo quanto da Karol, mas deve ser logo, eu aviso quando formos.
M: Mas é pra avisar mesmo ta!
R: Sim Montse eu aviso, não consegui avisar quando ela chegou porque, bom estava preocupado com as duas e ... é...
C: Bom vamos desligar pra vocês descansarem, continuaremos conversando por texto certo pessoal??
T: Simmmm!
A: Fiquem bem, e sabem que podem nos ligar a qualquer hora!
R: Vocês também... Ah Mamma e o nono??
A: Esta no quarto ja filho, o medico disse que se ele continuar evoluindo como esta em breve vai para casa.
R: Que bom, fico mais tranquilo.
- Lorenza de mexe querendo virar o rostinho pro outro lado -
C: Ah que pequena minha neta.
Mau: Mamá Bertha deve estar orgulhosa de você mana!
K: Amo vocês!
T: Nós também amamos vocês 3. Se cuidem!
K/R: Até mais, Tchauzinho !

[Fim da video chamada]

- Uff que loucura! - exclamou Rugge.
- É um pior que o outro hahaha - disse Karol rindo.
Lorenza começa a mexer as perninhas e a resmungar, Karol analisa o que pode ser e diz:
- Fome não é, o que você quer minha pequena? - coloca a mão na altura da fralda - hummm ja sei. 
Rugge entendeu de imediato o que era e pediu:
- Me da ela que eu troco.
Karol a passou pra ele, que a levou embalando até a cama, a colocou deitadinha, tirou a mantinha, Karol foi pegar as coisas que eram necessárias na bolsa e as colocou sobre a cama, quando Rugge tirou as calças e abriu o body da Lorenza, ela começou a chorar, então abrindo a fralda ele disse:
- Ta frio papai sabe, mas vai ser rapidinho - olhou pra Karol - É só xixi, tranquilo.
Ele esquentou o lenço  umedecido nas mãos, a limpou, colocou a fralda nova como a dra havia ensinado e colocou a roupinha e a enrolou o mais rápido que pode, depois a embalou, mas ela seguia chorando, então Karol disse:
- Canta pra ela...
Ele a colocou apoiada no seu peito, mas em um angulo que ela pudesse ve-lo e começou a cantar:
- Como es que se elige una princesa, como saber si es de una de ellas, la que espera...
Lorenza parou de chorar e começou a prestar a atenção no pai enquanto cantava, Karol os observava com ternura com os cotovelos sobre a cama e as mãos apoiando o queixo, tendo a certeza de que a vida antes não tinha sentido algum.






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