A dor

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Caro decidiu que era melhor irem direto de Santa Terezita a Buenos Aires, pra que pudessem descansar finalmente em casa assim Karol poderia relaxar um pouco aliviando a dor desconfortável que vinha lhe assolando. No avião durante a viagem Karol se contorcia de dor mesmo com uma bolsa de água quente sobre a barriga, ela havia tido crises assim, mas esta estava bem forte, a única posição que aliviava era abraçada aos joelhos. Pousando no aeroporto de Ezeiza, elas seguem em direção a saída em busca de um táxi, Montse a todo tempo amparando sua prima, que por vezes tinha que parar se inclinar, apoiar as mãos nos joelhos e respirar fundo. No táxi ela seguiu dobrada apoiando o tronco e a cabeça de lado sobre as coxas, mantinha a expressão de dor, chegando em casa Montse a ajuda descer do carro e a pegar o elevador pra subir, no apartamento Caro pede a Montse que ajude a Karol a tomar um banho quente, depois se aquecer bem, principalmente os pés, enquanto ela iria à farmácia buscar mais remédio e mais uma bolsa para água.
Ao retornar pouco minutos mais tarde da farmácia, Caro prepara uma bolsa com água quente, vai até o quarto de sua filha que estava deitada embora encolhida e com bastante coberta, Caro coloca a bolsa de água no lugar onde doia mais, lhe dá a medicação com um copo de água, Karol a toma, se agarra em um bichinho de pelúcia o apertando bem e tenta achar uma posição mais confortável, enquanto sua mãe confere com Montse se ela lhe colocou meias, sua prima assente com a cabeça e se organiza para ir tomar um banho.
Caro se senta ao lado da filha afagando as costas na altura do quadril lhe alertando:
- Filha se você continuar assim amanhã vamos ver a Doutora Marta, isso não está normal.
- Não mãe, amanhã já vou estar bem você vai ver, eu preciso pois temos uma programação bem cheia em Carlos Paz. - disse Karol baixinho em meio a gemidos.
- Filha sua saúde vem em primeiro lugar... - começou a insistir Caro.
- Eu vou estar bem amanhã mamá! - interrompeu Karol.
- Está bem! Então descanse bastante, prometo não te acordar, mas se precisar de alguma coisa chama, eu e a Montse vamos ficar de olho filha. - disse Caro lhe dando um beijinho na testa.
No dia seguinte já eram 4 da tarde e ela aínda não havia despertado, porém Caro preferia que ela ficasse o máximo de repouso para se recompor. Mais tarde Caro preparou alguns tacos para o jantar e legumes assados, por volta das 7 da noite, Karol despertou, como sempre com fome, aparentava estar bem melhor, as olheiras haviam diminuído, ela estava mais animada e a dor parecia ter passado, o que deixou Caro mais tranquila. Depois do jantar ela e Montse ficaram jogando video game até tarde, por volta das 3 da matina Caro veio até a sala ver como elas estavam, as duas estavam vendo séries e comendo sorvete, Caro tirou o pote de sorvete da mão da filha o mais rápido que pode, e gritou:
- VOCÊ NÃO PODE COMER GELADO!!
Karol e Montse se assustaram, Caro guardou o pote na geladeira e se dirigiu a filha novamente um pouco mais branda mas não menos incisiva:
- Você teve uma crise de cólica feia, você se mantém aquecida em um dia e no outro toma sorvete? Amanhã vamos viajar minha filha, você quer outra crise como aquela? Se quiser me avisa que eu te levo ao hospital já!
Karol ainda assustada fez que não com a cabeça, e Caro mandou:
- As duas já pro banho, roupa quente e cama, e não esqueça das meias Karol Itizitery Piña Cisneros!!! E ai se eu chegar naquele quarto e vocês não estiverem embaixo das cobertas!! Me ajuda Montse pelo amor de Deus!
- É tia... - engole - É Karol Itizitery Cisneiros Pasquarelli agora. - lembrou Montse.
Caro apenas as olhou com ar fulminante, o que as fez correrem pro banho, se arrumarem e irem direto pra cama, perto das 4 da manhã Caro abriu a porta do quarto para ver se elas haviam obedecido, ela estava ao telefone, viu que elas estavam embaixo das cobertas e fechando a porta falou com quem estava na linha:
- Essa menina vai acabar me enlouquecendo Miguel!
Karol se pois de costas para o colchão olhou para cima, bufando disse:
- Às vezes me sinto uma criança de 5 anos!
- Prima a tia só tá preocupada com você, na realidade ela ficou bem apreensiva vendo você se retorcendo de dor daquele jeito.- disse Montse.
As duas conversaram mais um pouco mas logo pegaram no sono. De manhã Caro às acordou por volta das 10, para a ajudarem com as maletas pois as 14 já tinham que estar no aeroporto. As 13  estavam com tudo pronto esperando o táxi no térreo do prédio, quando o telefone dela tocou, era ele:

BoomerangWhere stories live. Discover now