A Casa

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De manhã, Caro acordou olhou pro lado viu Montse dormindo na cama ao lado, levantou um pouquinho mais se apoiando no antebraço para olhar a cama de Karol, que estava vazia, a procurou pelo quarto mas não estava, Caro saiu da cama em um salto, foi até o banheiro procurar a filha mais ela também não estava lá, na saída do banheiro ela reparou na cortina balançando, saiu na sacada e a viu sentada encolhida em um canto abraçando os joelhos com a cabeça apoiada sobre eles com os olhos fechados e expressão de dor, Caro chegou mais perto dela e lhe perguntou preocupada:
- Filha, o que você tem?
Karol levanta a cabeça pra olhar pra mãe e ainda com expressão de dor responde:
- Estou com uma cólica muito forte, já tomei remédio mas não passa, não consigo sequer me esticar!
- Consegue voltar pra cama? Vou fazer uma bolsa de água quente pra você. - disse Caro.
- Eu vou tentar voltar. - disse Karol tentando levantar.
Caro acordou Montse e pediu pra ela ajudar a Karol a se deitar, enquanto ela fervia água na chaleira elétrica e procurava em uma das maletas uma bolsa para água quente.
Karol veio engatinhando da sacada pra dentro, Montse a ajudou a levantar mas ela se contorceu de dor, chegou finalmente na cama e se sentou exatamente como estava na sacada, Caro terminou de encher a bolsa e a deu a filha que posicionou sobre o ventre colocando uma almofada por cima, ela não conseguia esticar as pernas por conta da dor então ficou com elas ainda dobradas. Aos poucos a dor foi diminuindo e ela relaxando, ela tinha que ficar bem pois tinham que pegar o avião sentido San Bernardo para o próximo show. Ela ainda sentia um pouco de dor mas era suportável, se arrumaram, juntaram as malas, saíram do hotel em direção ao aeroporto para seguirem para a próxima cidade com a turnê.
Ele já de volta em Buenos Aires, fazia um sacrifício enorme para suportar a Candelária com ideias de viagens para eles fazerem, ele se irritou tanto que saiu de carro para dar umas voltas para espairecer, andou por alguns quilômetros até perceber ter chego no distrito de Navarro, uma vila muito arborizada de paisagens e parques lindos, parou o carro a sombra de uma árvore e ficou admirando a marina ao longe no horizonte, até passar um carro ao lado fazendo ele virar para olhar, depois que o carro passa, ele vê uma casa muito bonita com um quintal grande com uma placa de vende-se, algo naquela casa o chamava, ele desceu do carro e foi olhar mais de perto. Atravessou a rua e olhou toda a casa por fora era como uma casa de boneca, de tijolinhos com aquelas venezianas brancas, era estranho, pois parecia que ele conhecia a casa a muito tempo, saberia até dimensão dos cômodos e onde ficava cada ambiente, em um impulso pegou o celular e ligou para corretora, que em menos de 30 minutos enviou um funcionário para mostrar a casa a ele.
Por dentro era linda, tinha um estilo próprio, exatamente como ele pensou que fosse, estava sem mobília mas estava recém reformada, tinha 4 quartos sendo 1 suite enorme, 2 salas, 1 sala de jantar, 3 banheiros, escritório, uma sala com isolamento acústico, era perfeita, além disso tinha uma piscina com cascata e um anexo ótimo para reunir os amigos e fazer boa comida, ele ficou muito interessado e foi com o funcionário até a corretora se informar sobre valores e formas de pagamento. Ele estava a ponto de fechar negocio, quando resolveu ligar para a Caro:

{Ligação}

C: Alô!
R: Caro?
C: Oi Rugge, tudo bem?
R: Tudo sim, e por aí, como está minha Ka?
C: Agora está bem, mas de manhã teve uma crise de cólica.
R: Tá tudo bem mesmo - disse ele em tom preocupado -
C: Está sim, de vez em quando ela tem umas crises, não se preocupe, mas você me ligou pra falar algo certo?
R: Sim, sim, eu saí pra espairecer acabei parando em Navarro em frente a uma casa linda, linda mesmo, estou a ponto de comprá-la, vou te enviar fotos dela pra você ver, mas você acha que a Ka iria gostar?
C: Filho, ela aceita qualquer coisa pra sair do apartamento de cartão que estamos vivendo você sabe como é, tenho certeza de que ela vai amar, ainda mais vindo de você.
R: Então vou fechar negocio aqui, e depois vou na LMD porque a casa está sem mobília, e como é pra Karol talvez eles patrocinem uma parte da casa o que seria ótimo!
C: LMD? Você sabe o quanto ela é viciada nos projetos deles? Ela vai ficar doida!
R: Eu sei e não consigo pensar em melhor empresa pra montar tudo pra nós! Bom é isso eu vou fechar tudo aqui, depois de mando fotos da casa.
C: Rugge só cuide pra Candelária não descobrir!
R: Fica tranquila sogra, que semana que vem eu começo as gravações daquela novela de época aí já vou passar mais tempo fora do apartamento e posso cuidar da casa sem ser incomodado.
C: Esta bem! Ah você quer que eu guarde segredo da casa certo?
R: Sim! Quero fazer uma surpresa! Ah! Caro, cuida dela pra mim, se acontecer alguma coisa me liga.
C: Fica tranquilo que você vai ser o primeiro a saber se acontecer algo com ela, e deixa que eu guardo o segredo da casa, tranquilo.
R: Ta bom, um beijo.
C: Outro, Tchau!
R: Tchau, ah manda um abraço e um beijo pra ela por mim!
C: Pode deixar!

{Fim da ligação}

Ele fechou negócio, comprou a casa, depois foi direto na LMD pra ver todo o design, mas eles tinham milhares de opções, ele quase ficou louco, queria algo moderno mas com um quê de antigo, meio a la Toscana italiana. Conseguiu se definir, em 10 dias eles começavam a obra, estava todo feliz, mas precisava voltar pro apartamento e encarar o que o contrato o forçava.
Ela realizou mais um show com êxito, junto da mãe e da prima decidiram seguir direito a próxima parada pra jantar lá e já organizar tudo pro dia seguinte, foram ao aeroporto e pegaram o avião sentido Santa Terezita. Chegando a cidade foram rumo ao hotel e depois ao restaurante para jantar, raras vezes ela perdia o apetite, mas era um dia daqueles, ela comeu bem pouquinho, estava sonolenta novamente, terminaram o jantar e subiram para o quarto, ela tomou banho e caiu exausta na cama, apagou em segundos, tanto que Caro e Montse ficaram conversando mas nada atrapalhava o sono dela. No dia seguinte ela acordou, ainda tinha uma dor persistente e chata, mas ela repetia pra ela mesma que ela era mais teimosa que a dor, se arrumou e desceu pra tomar café junto com a mãe e a prima. Caro e Montse ficaram sentadas na mesa a observando pegar as coisas no buffet, e Caro disse:
Montse, eu nunca a vi apática como está, alguma coisa está acontecendo, por sorte daqui vamos a Buenos Aires vou deixar ela dormir os dois dias que vamos passar lá antes de ir pra Carlos Paz.
- Eu acho que ela tá sentindo a falta dele isso sim Tia. - disse Montse.
- Também acho isso. - retornou Caro.
- Ela sempre fica meio doentinha quando ele fica longe.- disse Montse.
- Tem razão, mas nunca a vi dessa forma. - respondeu Caro.
Terminam o café da manhã e vão rumo ao teatro, se arrumam e ela vai passar o som novamente.
Mais uma vez o show foi incrível, teve algumas fan actions muito boas que a emocionaram e deram um toque a mais, após o término do show pegaram um táxi rumo ao hotel, estava tudo bem até a dor começar a incomodá-la.

BoomerangWhere stories live. Discover now