Indo pra casa

284 13 3
                                    

Ele foi cantando e diminuindo o volume da voz quase até chegar em um sussurro, Lorenza foi fechando os olhos e entrando em sono profundo, quando ele percebeu as mãozinhas dela abertas e soltas a colocou na caminha com cuidado para ela continuar seu soninho tranquila.
Karol que estava vendo ele cuidar da filha, precisou ir ao banheiro, como ela não havia retornado Rugge foi por ela, abriu a porta com cuidado, ao ver-la ainda sentada no vaso a pergunta:
- Tudo bem ai?
Ela assente com a cabeça, mas sua expressão não estava condizente, diante disso ele retorna:
- Mesmo?
Ela volta a assentir, mas diz meio preocupada:
- Preciso de outro absorvente...
- Eu pego pra você espera. - disse ele indo em busca na mala no quarto.
Ele entra no banheiro a entrega, ela se arruma, lava as mãos, o olha e vai por ele o abraçando, que a retribui lhe fazendo carinho nas costas, se soltam ele a olha nos olhos, sente que ela está preocupada consigo mesma, então a diz a fazendo carinho nas bochechas:
- Você dormiu muito pouco, precisa descansar mais.
Ela suspira mas não diz nada, ele a pega no colo com delicadeza a leva e a coloca sobre a cama, a cobrindo e fazendo cafuné ele diz:
- Vou ficar aqui te fazendo cafuné até você dormir.
Ela lhe deu um sorriso singelo, mas o sono era maior, quando a tês dela ficou serena e a respiração profunda, ele lhe deu um beijinho na testa, arrumou os cabelos dela, passou por Lorenza vendo se também estava dormindo tranquila, pegou o controle da tv a ligou baixinho e se deitou no sofá.
Mais tarde Dra Marta abriu a porta cuidadosamente, observou mãe e filha de longe, notou Rugge acordado virou para ele e perguntou baixinho:
- Elas estão dormindo?
- Sim - respondeu ele surrando.
- Que bom! Você está com  seus documentos e os de Karol fácil? - seguiu Marta em mesmo tom.
- Estão na bolsa. - respondeu ele.
- Perfeito, então pegue-os, vamos aproveitar que elas estão tranquilas pra você descer no cartório distrital fazer a certidão de nascimento da Lorenza. - concluiu Marta.
Rugge se levantou, foi até a bolsa abriu o zíper com cuidado pra não fazer muito barulho, pegou os documentos e acompanhou Marta até o cartório do hospital.
A certidão ficou pronta rapidamente, logo Rugge e Marta foram até o elevador para voltar ao quarto onde Karol estava, durante o percurso, Marta o contava que os exames de Lorenza estavam perfeitos, mas que pediu para repetir os exames de Karol pois a contagem de minerais constaram muito baixas na primeira avaliação, mas que se constatado a baixa  a solução era muito simples. Chegando a porta do quarto antes dele entrar, reportou a Dra:
- Ela foi ao banheiro a pouco, pediu outro absorvente e parecia preocupada com ela mesma.
- É normal, o parto a aconteceu a menos de 7 horas, ela ainda vai eliminar muita secreção nas próximas horas, mas é assim mesmo, diga a ela que não se preocupe. Bom vou ver os exames, mais tarde eu volto pra ver como elas estão. - disse Marta indo em direção ao elevador.
Rugge entra sorrateiramente no quarto, por sorte ambas seguiam adormecidas, ele guardou os documentos na bolsa e retornou ao sofá para também descansar, depois de ver um pouco de tv acabou cochilando.
Por volta das 16:00, o sol passou a bater mais abrangente ao quarto, o que fez Rugge que estava de frente a janela acordar, ele desligou a tv, ficou olhando um pouco o movimento das árvores pela janela, ventava um pouco, seguiu ali com seus pensamentos que agora estavam mais em ordem, quando ouviu barulhinhos atrás dele, virou-se e notou Lorenza se mexendo, caminhou até ela, que estava acordada, com as mãozinhas fechadas, com uma delas a boca e encolhia as perninhas, antes que ela começasse a chorar, ele a pegou no colo, mas ela procurava nele algo que só a mamãe podia fornecer, com cuidado foi até Karol, quando foi chama-la, Lolo começou a chorar.
Karol acordou instintivamente, porém um pouco letárgica, mesmo assim pediu a ele que a entregasse Lorenza, ele a deixou nos braços de Karol com cuidado, depois reclinou um pouco mais a cama, para que ambas ficassem em uma posição mais confortável, Lolo seguia chorando, enquanto Karol tentava acalma-la até se arrumar. Com a filha mamando, Rugge ficou observando Karol, ele arrumou uma mexa do cabelo dela atrás da orelha a fazendo olhar para ele, que começou a fazer carinho em seu rosto, imergiram em seu dialeto próprio em segundos, ele sabia que ela não estava se sentindo bem e ela sabia que ele estava preocupado, Karol olhou para Lorenza um instante, mas seguia mamando tranquilamente, ela então se recostou, olhou para ele novamente e lhe disse:
- Estou com sede.
Ele balançou a cabeça em compreensão, pegou uma das garrafas que havia ido em busca durante a madrugada, abriu e a deu de beber com calma, para que ela não precisasse soltar a filha. Após Karol se hidratar ele depositou a garrafa na mesinha ao lado e continuou olhando pra ela, tentou encontrar palavras, mas era melhor ser direto e assim como a Dra havia o dito ele disse a Karol:
- Está tudo bem, contei a Dra o que aconteceu mais cedo, ela disse que é normal sair mais coisas, não é pra você se preocupar.
Ela suspirou fechando os olhos, um pouco aliviada, Rugge lhe deu um beijinho, encostou a testa na dela fechou seus olhos também e ficou fazendo carinho em uma das bochechas de Karol, como se dissesse gestualmente, que ele estava ali, que estando juntos tudo ficaria bem, permaneceram conectados daquela forma até serem interrompidos por Lorenza terminando sua mamada, Rugge soltou de Karol, que olhou imediatamente para filha que estava com os olhinhos meio abertos, mexendo a boquinha, logo Karol disse baixinho com voz doce:
- Chega?
Lorenza olhou para a mãe, deu algumas piscadinhas e bocejou, Rugge ajudou Karol trocando o absorvente de amamentação que estava cheio, ela se arrumou e levou Lolo a seu peito, que em poucos minutos pegou no sono novamente, Karol a deu alguns beijinhos, ele ao perceber as mãozinhas soltinhas e a respiração funda da filha, disse:
- Ela está dormindo profundamente, quer ficar com ela mais um pouquinho ou quer que eu a coloque na caminha?

BoomerangWhere stories live. Discover now