Precisamos conversar

309 24 3
                                    

Depois de terminarem o café, foram ao saguão do hotel contando piadas um ao outro e rindo, por vezes ele a abraçava de tanto que ela ria, até ele em meio às próprias risadas, dizer:
- Minha louquinha!
Nesse momento ela mudou completamente de feição, ele ainda rindo tentou entender o que estava acontecendo, ela olhou para o lado colocando o lábio inferior sobre o superior, respirou fundo soltou da mão dele e foi em direção ao elevador, ela havia lembrado que a realidade era muito diferente do que eles estavam vivendo. O elevador chegou ela entrou apertando desesperadamente o número do andar onde sua mãe estava, mas ele veio correndo e parou a porta antes que se fechasse, entrou no elevador e gritou:
- Karol!!
A porta fechou e a cabine começou a subir, ela se colocou bem no canto esquerdo, ele perguntou:
- O que foi??
Com uma lágrima escorrendo pelo rosto ela respondeu:
- Eu não pertenço a você e tampouco você me pertence...
Antes que ela terminasse, ele se aproximou, ela colocou os punhos pra cima na intenção que ele não pudesse chegar muito perto, ele os segurou e respondeu rapidamente:
- Pertenço mais a você do que a mim mesmo!!
O elevador parou a porta se abriu, ela rapidamente se desvencilhou dele saindo em direção ao quarto de Caro, com ele logo atrás, ela para na frente da porta, procura em qual bolso está o cartão, o encontrando abre a porta,  entra correndo e vai em busca da sua mala, ele entra e para em frente a uma das camas, ela coloca a mala sobre a cama abre e procura algo, ela vira de lado e o bendito do colant que além de ser sem costas tem uma fenda na lateral, ele respira fundo e tenta ao máximo não pensar em outra coisa, mas solta:
- Tira o colant!!"
-  O QUE?? - diz ela atônita.
Ele tenta arrumar:
- Troca a roupa vamos pra praia, precisamos conversar!
Ele coloca a mão esquerda sobre os olhos e massageia a testa, pra pensar em outra coisa.
Ela olha pra ele meio ofegante, depois olha prós lados, escolhe uma roupa na mala e vai pro banheiro se trocar, ele senta na cama, para espera-la. Ela sai do banheiro com um coque no cabelo, de camiseta e shorts, mas ainda ofegante e pensativa, ele olha pra ela e diz:
- Vamos?
Ela acente com a cabeça, fecha mala, ele espera ela do lado de fora, ela tira o cartão do controle e fecha a porta, vai em direção ao elevador ele logo atrás, ela aperta do botão, eles ficam um ao lado do outro, ele segura na mão dela, ela não solta mas olha pro lado oposto, pegam o elevador e descem, saem do hotel em direção a praia sem se soltar um do outro. Chegando na areia tiram os tênis e vão para beirada do mar, voltam a se dar as mãos,  seguiram caminhando mudos, por mais de 1 km, ele olhava pro horizonte a frente e ela pro mar. Depois de um tempo ela se encostou no braço dele, ele soltou da mão dela e passou o braço pela cintura, caminharam mais alguns metros, ele a guiou um pouco mais longe do mar, colocou os tênis no chão e se sentaram.
O fim da tarde estava bonito, embora o sol não tivesse se posto, o céu estava cheio de cores incríveis. Depois de um tempo ela se deitou no colo dele, ficaram se olhando, ele começou a fazer cafuné nela, mas os dois seguiam sérios, até ele a olhar fundo nos olhos e dizer:
- O que te faz pensar que eu não te pertenço?
Ela revira os olhos, bufa e responde levantando as sobrancelhas:
- Não sei, talvez uma pessoa chamada Candelária e um contrato idiota que nos faz ficar separados totalmente?
Apertando a ponta do nariz dela com o indicador, ele retorna:
- Mesmo que existam essas duas coisas, nenhuma delas querem dizer que eu não te pertenço.
Ela dá um risinho de canto, respira fundo e diz:
- Melhor eu aproveitar, porque eu sei que amanhã ou depois, você vai ter que ir, e eu vou ter que despertar desse sonho.
Ele entendeu bem o que ela disse, mas não pode conter o riso e dizer:
- Falou a menina delivery, não era bem essa fala mas foi quase.
Ela deu um risinho, mas respondeu:
- Estou falando sério!
- Eu sei, prometo pra você que isso vai mudar um dia. - disse ele.
Ainda com um certo risinho no rosto, arrumou o cabelo dela atrás da orelha como de costume e disse:
- Eu preciso te perguntar...
- O que? - retornou ela rindo.
- Ruggarol sim ou não? - Perguntou ele rindo
Ela rapidamente exclamou:
-  Rugge!!!
E ele:
- Rol!
E começou a fazer cocegas nela, que não sabia se gargalhava ou tentava fazer cocegas nele.
O sol começou a se por, ela se sentou, ele a abraçou e ficaram admirando aquele espetáculo da natureza, até ele se por totalmente. Se levantaram foram pro calçamento colocaram os tênis, e seguiram retornando ao hotel de mãos dadas, por vezes ele a girava, e riam um do outro. Chegando no hotel encontraram Caro e Mau indo ao restaurante para jantar, os dois estavam morrendo de fome então os acompanharam.

BoomerangWhere stories live. Discover now