Olá, Jimin-ah

23.8K 3.7K 3.1K
                                    


Seis anos antes


Os cinco primeiros cios de Jungkook foram bastante tortuosos. As dores que lhe acometiam o baixo ventre deixavam-no desnorteado, as fisgadas no membro eram dolorosas, como se várias agulhas fossem colocadas ali lentamente e o seu lobo se mostrava tão malditamente desesperado que o jovem destruía todo o quarto, rosnando com força suficiente para machucar-lhe a garganta. 

Jungkook odiava entrar no cio. Era ainda virgem, e com seus dezoito anos de idade, era um garoto sonhador e responsável, que detestava quando acabava perdendo aulas importantes na faculdade. Os diretores da universidade sabiam dos cios do garoto, e por essa razão não ameaçavam retirar a bolsa de estudos do garoto, visto que ele era o aluno número um em todo e qualquer aspecto acadêmico. Entretanto, o promissor Jeon detestava, ainda assim, perder as suas preciosas aulas, aulas que um dia com certeza tirariam sua família da miséria.

Sua mãe, Jeon Jungyeon, se via impotente diante do sofrimento do filho. Era uma mulher bondosa, bastante atenciosa e detestava ver qualquer um de seus filhos sofrer. Hoseok, a sua ômega e primogênita, também sofria com os cios, mesmo tomando todos os remédios possíveis para amenizar a dor. Porém, os medicamentos hormonais que a ômega tomava para inibir a sua testosterona - Jeon Hoseok havia nascido como um garoto, mas descobrira-se insatisfeita e deslocada com a carcaça masculina com apenas sete anos de idade, quando Jungkook tinha somente dois anos - provavelmente mascaravam os efeitos das pílulas do cio, o que deixava a garota um tanto sonolenta e cansada.

Jungkook sabia que o sofrimento no cio era um fator genético. Sua mãe não sofria mais tanto com as dores já que estava próxima de atingir a menopausa, mas contara ao filho que havia entrado em colapso várias vezes antes de conhecer o marido. O garoto alfa tinha lá suas outras perguntas, entre elas, havia a questão de que se somente os cios de ômegas causavam tanta dor, por que a dele também machucava tanto?

As questões ficaram mais fixas em sua mente, quando, um ano e três meses após o seu rut, Jungkook acordou uma noite sentindo o seu lençol encharcar. Estava sozinho em casa, por isso não se importou em gritar quando uma dor lasciva o tomou na região lombar. Ele sabia que estava no cio, no entanto, aquele era diferente de todos os outros.

Sentiu o membro endurecer muito mais rápido do que das outras vezes, não doía tanto, pois a dor se intensificara mais em seu interior. Sentia as pernas encharcarem, assim como seus glúteos e início das costas. Sua entrada se contraía fortemente, na espera de algo a abrindo. Jungkook soube que havia algo muito errado consigo quando, ao invés de um rosnado, seu lobo choramingou manhoso, gemendo alto em seguida.

Os olhos do alfa reviravam em dor e em um prazer quase que inacreditável quando sua coluna se arqueou, o que fez sua entrada se contrair propositalmente. O pouco raciocínio lógico que o garoto ainda possuía naquele momento o ajudou a notar que seu cheiro não era o amadeirado mesclado ao de avelã que expelia durante o cio. Era um tanto mais adocicado e enjoativo, que ao mesmo tempo que lhe deixava enojado, deixava-lhe mais e mais excitado.

Cereja e... menta?

"Oh, m-meu Deus...!" O garoto se retorcia sobre a cama, gritando de dor e gemendo ao mesmo tempo. Sentiu o cheiro amadeirado de alguém que passava pelo lado de fora da casa, talvez á uns vinte metros, e rosnou. Seu lobo implorava por prazer, e ao sentir o perfume másculo de um alfa, sacudiu-se por inteiro fazendo até os dedos de Jungkook contorcerem.

Jungkook reconhecia o cheiro. Era do seu melhor amigo, Jaebum, o alfa que morava a algumas quadras ali. O Jeon não tinha mais racionalidade alguma, então naquele instante nem mesmo notou ou deu importância de que seu corpo, sua mente e seu interior clamavam pelo calor de outro alfa. O perfume do melhor amigo se intensificou, indicando que Jaebum havia captado o cheiro de Jungkook.

NO HOMO, NO ALPHA • pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora