Abra a boquinha, Jungkook-ah

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Segunda Parte: A marca

Flashback on:

Faziam quase três semanas que Jimin estava oficialmente trabalhando como o secretário da Big Hit Entertainment, uma das maiores empresas de entretenimento da Coreia do Sul. Foi uma alegria sem tamanho para si e para suas ommas quando conseguiu o emprego, e sinceramente, custou que sua ficha caísse, já que aquele era definitivamente o emprego dos seus sonhos, ganhava bem, era valorizado pelas suas habilidades, e bem... digamos que seu chefe era uma companhia bastante agradável, tanto para si quanto para seu lobo interior, que parecia bastante animado.

Desde a primeira vez que visualizou o rosto de Jeon Jungkook, em julho de dois mil e quinze – pouco mais de dois anos antes de ser contratado pelo mesmo –, Jimin sentiu que seu interior se agitou de uma maneira desconhecida por si. Por um instante, pareceu que tudo havia sumido ao seu redor e que o rosto bonito daquele empresário, aparentemente mais jovem que si era a única coisa que valeria sua atenção naquele momento. Sentiu-se uma pessoa horrível, pois seu coração parecia que iria sair pela boca ao ver o rosto até então desconhecido por si, tendo seu atual e mais recente namorado sentado ao seu lado.

“- Jimin-ah? – Chanyeol chamou, preocupado. Jimin estava pálido, fitando a televisão com uma expressão vazia, mesmo que por dentro, o alfa estivesse uma verdadeira bagunça de sensações estranhas e totalmente novas para si. – Você está bem, jagi? O verão vai começar, não é...? É realmente muito quente aqui, eu vou ligar o ar-condicionado... – o ômega falava, falava repetidamente como se fosse um robô, tentando de alguma forma chamar a atenção do Park...

Mas Jimin não ouvia absolutamente nenhuma palavra que saía da boca do ômega mais velho. A notícia na TV já era outra, mas seu olhar prosseguia fixo na tela, numa esperança um tanto que incomum de que algo aparecesse novamente sobre aquele garoto de olhos amendoados e de cabelos negros divididos ao meio, mostrando uma parte de sua testa. Parecia tão jovem e tão culto, com certeza um prodígio. Pelo o que entendeu, o garoto tinha somente vinte e um anos – na verdade vinte, mas por estar próximo ao aniversário, a imprensa já o contava com a nova idade – e já vinha se destacando no mercado, com a sua própria empresa.”

Naquele dia, Jimin decidiu que iria pesquisar mais sobre o garoto. Algo nele havia chamado sua atenção, e não era apenas a beleza – pelos deuses, e quanta beleza. Era desnorteante –. Quando não estava trabalhando ou cuidando das mães, estava com o namorado, mas somente seu corpo o fazia. Sua mente estava longe, mais precisamente em Jeon Jungkook. Mesmo que não entendesse muito bem sua repentina fixação pelo jovem empresário, Jimin realmente gostava de pesquisar sobre e ele e em pouco tempo já o admirava como empresário. Sempre que via alguma notícia sobre as vendas da Big Hit se animava, ficando verdadeiramente feliz com cada nova conquista do jovem empreendedor. Torcia para que sua empresa se tornasse ainda maior. Em um ano, Jimin concluiu, paralelamente, três cursos de idiomas, agora falando oficialmente cinco línguas fora o coreano. Gostaria de se empenhar, para que um dia trabalhasse ao lado do Jeon, o que talvez não seria tão complicado, estavam na mesma cidade. Seoul não era tão grande, então poderia sim ser difícil, mas não seria impossível.

Foi esperando pacientemente que sua oportunidade chegou. Desde o dia em que foi contratado por Jungkook, Jimin não conseguia sequer dormir direito. Agora solteiro, não podia negar que ver Jungkook pessoalmente foi um verdadeiro choque e que sentia um inegável desejo pelo mais novo. Descobriu que poderia sentir arrepios dolorosos somente com a voz cansada do chefe, e percebeu que poderia passar o resto do dia somente observando o CEO assinando alguns papeis, e jamais se cansaria ou entraria no tédio. Nada nunca lhe pareceu tão fascinante quanto o sorriso do Jeon.

Tinha um gigante receio de se aproximar do mesmo, no entanto, e esse receio se dava pela frase-chave do empresário: “Vida pessoal e profissional são polos opostos. Não os entrelace, não os misture, ou seu futuro como subordinado pode ser corrompido”. E foi justamente nesses momentos de reflexão a respeito da frase de Jungkook que Jimin percebeu, em seu âmago, que não era bem um desejo avassalador que sentia. Por algum motivo, seu lobo se ligou ao lobo alheio mesmo sem conhecimento, e então, os sentimentos do mais velho começaram a se misturar.

NO HOMO, NO ALPHA • pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora