Batalha final part 2

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Esse capítulo não será narrado por um personagem, mas terá a visão de Harry Potter dos acontecimentos, assim como nos livros. Os diálogos desse capítulo foram em sua maioria preservamos do livro original, pois sei que esse capítulo é um dos mais emocionantes de toda a saga. Dito isso, aproveitem a leitura, e me desculpem.

•••

Harry, Rony e Hermione estavam escondidos por baixo da Capa da Invisibilidade, observando por uma pequena fresta entre um caixote e a parede da sala em que se encontravam Voldemort, Nagini e Snape.

A sala estava mal iluminada, mas era nítida a forma gigantesca e assustadora da cobra rondando a sala. A cobra estava protegida em sua encantada esfera de estrelas, impossibilitando o sucesso de qualquer ataque sobre ela. Snape e Voldemort estavam discutindo sobre a resistência, mas pelo tom de voz e os comentários do Lorde das Trevas, ele não estava muito interessado no que o professor de poções dizia. Ele tinha suas próprias questões em mente.

- Tenho um problema, Snape – disse Voldemort, suavemente.

Harry conseguia ver o rosto amedrontador do Lorde, os olhos vermelhos, o rosto achatado e ofídico, e sua palidez condiziam com sua descrição assustadora. Harry se afastou um pouco quando notou a aproximação do professor de poções, separados somente por uma fina parede.

- Milorde?

Voldemort ergueu a Varinha das Varinhas.

- Por que ela não funciona comigo, Severo?

O silêncio que se estalou, fez com que o trio de ouro ficasse em alerta.

- Mi... milorde? – replicou Snape, aturdido. – Não estou entendendo. O senhor realizou extraordinária magia com essa varinha.

- Não. Realizei a minha magia habitual. Sou extraordinário, mas esta varinha... não. Ela não revelou as maravilhas prometidas. Não sinto diferença entre esta varinha e a que comprei de Olivaras tantos anos atrás.

Voldemort falava tranquilamente, mas Harry sabia que era mentira, que no fundo estava furioso. A dor em sua cicatriz era a prova disso. Snape se manteve em silêncio, Harry não conseguia ver o seu rosto, estava de costas para ele. Mas sentia que cada minuto que passava a fúria do Lorde das Trevas aumentava, fazendo com que sua cicatriz chegasse a arder.

- Estive refletindo longa e intensamente, Severo... você sabe por que o fiz voltar da cena da batalha?

Voldemort caminhava calmamente pela sala, com seu olhar fixo em Snape. Porém o mesmo tinha seus olhos pregados na cobra, protegida por sua esfera mágica.

- Não, Milorde, mas peço que me deixe retornar. Me deixe encontrar Potter.

- Você parece o Lúcio falando. Nenhum dos dois compreende Potter como eu. Ele não precisa ser achado, ele virá até mim. – afirmou com confiança.

Harry sentiu vontade de ir até lá e confrontar Voldemort, mas sabia que se fizesse isso seus amigos e ele não teriam a menor chance. Precisavam matar Nagini antes.

- Milorde, busco somente servi-lo. Deixe-me trazer Potter ao senhor. Sei que posso...

- Já lhe disse, não! – exclamou Voldemort. Harry sentiu a impaciência de Voldemort em seu tom de voz e na queimação de sua cicatriz. Hermione se encolheu na Capa da Invisibilidade, surpresa e assustada com a reação de Voldemort.

Voldemort estava irritado, irritado por não conseguir com êxito aquilo que planejou a anos. Sua varinha falhou em matar o Potter, a varinha que tomou de Lúcio Malfoy se partiu ao entrar em confronto com a do Potter, e quando finalmente tinha adquirido a Varinha das Varinhas, a qual tirou do túmulo de Alvo Dumbledore, a mesma falhou assim como as outras.

Snape estava imóvel, seu semblante era inexpressivo. Seu rosto lembrava uma máscara de mármore.

- Durante toda essa longa noite, estive pensando, pensando, por que a Varinha das Varinhas se recusa a ser o que deveria ser, se recusa a agir como a lenda diz que deve agir para o seu legítimo dono... e acho que sei a resposta.

Snape permanecia calado, talvez por não saber a resposta, ou por justamente saber e temer suas consequências.

- Talvez você já saiba, não? Você é um homem inteligente, Severo. Você tem sido um servo bom e fiel, e eu lamento o que terá de acontecer.

- Milorde...

A voz de Snape não passava de um sussurro, sem emoção.

- A Varinha das Varinhas não pode me servir corretamente, porque não sou seu verdadeiro dono. A Varinha das Varinhas pertence ao bruxo que matou o seu dono anterior. Você matou Alvo Dumbledore. Enquanto você viver, Severo, a Varinha das Varinhas não pode ser verdadeiramente minha.

- Milorde! – protestou Snape, erguendo sua varinha. Entretanto era inútil lutar contra o Lorde das Trevas, e ele sabia disso.

- Não a outra maneira. Tenho que dominar a varinha para matar Potter. Você me serviu bem, Severo.

Voldemort suspendeu a Varinha das Varinhas, cortando o ar com a mesma. A princípio nada ocorreu, poderia ser um defeito da varinha? Não. A esfera que mantinha a cobra protegida e presa, estava envolta de Snape. O mesmo não teve chances de gritar, a cobra envolveu-se em seu corpo, com a cabeça próxima ao pescoço de Snape.

- Mate.

Harry ouviu um berro terrível, e o rosto do seu antigo professor de poções perdendo a cor, enquanto seus olhos negros se arregalavam quando as presas da cobra cravaram em seu pescoço.

O Lorde das Trevas deixou o local sem demonstrar um pingo de remorso. Estava na hora de dar um fim nessa guerra e sair vitorioso. A cobra acompanhou-o flutuando em sua enorme esfera.

Harry estava sem ar, seus lábios sangravam, pois haviam sido feridos na tentativa de segurar o grito em sua garganta. Seus punhos estavam fechados fortemente. Harry não sabia o porquê de se importar tanto, mas ignorou suas divergências e correu até o corpo caído e gelado do professor.

Quando o olhar do professor encontrou o de Harry, uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto pálido quase sem vida. Aquilo chocou o garoto, e de alguma maneira vez com que se sentisse triste também.

- Harry... você tem os olhos da sua mãe. – sua voz era fraca, mas cheia de emoção, que em poucos minutos iria desaparecer.

Harry não soube o que responder, mas logo a expressão de dor do professor foi tomando outra forma, como se estivesse se transformando em outra pessoa, ou melhor, revelando outra pessoa. Harry arregalou os olhos e lágrimas inundaram seus belos olhos verdes. No mesmo lugar em que estava Severo Snape, agora estava deitada, sem vida, uma mulher que já fora bela. Agora seus olhos âmbar, já não possuíam o mesmo brilho, estavam opacos, sem vida.

- Madrinha!

Dentro dos meus sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora