Capítulo 9 | Part 2

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Bjs e até sábado ;-)

Olhando melhor agora a mulher que me ajudou e o pai dela eu me surpreendo. A mulher é linda, e porra, ela se parece comigo. Os cabelos negros lisos, a pele escura, os lábios cheios. Já o homem é muito bonito, apesar de ser mais velho, a pele branca e os cabelos grisalhos.

  A sala de estar está aquecida e isso é muito bom. Não estou sentindo mais frio. Acho que quando o carro entrou no subsolo do prédio eu desmaiei. O vestido que eu usava foi substituído por un pijama rosa de seda.

  Os dois me observam enquanto tomo o chocolate quente. Jessy Mollister e William Mollister. Eles são pessoas boas, sempre me perguntando se estou bem. Eu só aceno. Não tenho o que falar.

— Tem alguém para que você possa ligar? — Jessy pergunta.

   Nego. Essa talvez possa ser uma oportunidade para eu voltar ao Brasil. Não quero viver nesse país, quero poder cuidar do meu filho sem ter medo.

   Os olhos do homem não saem do meu rosto. Isso me incomoda.

— Você tem quantos anos? — ele pergunta.

— Vinte.

  Ele troca um olhar com Jessy. Eles parecem conversar somente pelo olhar. Os olhos dela brilham.

— Não pode ser...

— O que foi? — pergunto.

   William saí da sala e Jessy senta ao meu lado.

   Quando William volta ele está segurando um álbum. Percebo que seus dedos tremem um pouco.

  Ele abre o álbum e me mostra uma foto de uma mulher. Minha respiração falha. Jesus Cristo!

— Essa não sou eu...

— Essa era minha esposa — William diz.

  Mas essa mulher é a minha cópia! O mesmo cabelo, o mesmo rosto, só que um pouco mais redondo. Olho para os dois sem entender.

— Conhece esse homem? — ele mostra outra foto.

   Aí que tudo piora. Meu tio Samuel, a mulher que se parece comigo e um William mais novo. Todos sorridentes na imagem.

— Esse é o meu tio! — me levanto — Quem são vocês?

   Meu coração dispara. Outra fisgada na barriga, só que mais forte. Curvo e seguro minha barriga.

— Você está bem?

— Meu bebê.

   Mais uma fisgada e sinto meus joelhos tocarem o chão.

  Não posso perder meu filho.

  Braços me envolvem e minha visão escurece.

—Você vai ficar bem minha filha.


  

 

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Depois do Perigo #4 |Série TambovskayaOnde histórias criam vida. Descubra agora