Depois do Perigo #4 |Série Tambovskaya

Capítulo 15

  O ar parecia diferente, talvez fosse o calor brasileiro. Era tão bom estar de volta. Era de madrugada quando chegamos  no sítio que Nikolai alugou, em Rio Verde. Como estava escuro não tive tempo de observar o lugar. Mal cheguei no quarto e capotei, a viagem foi cansativa para mim.

Quando Nikolai disse que mais gente iria conosco eu pensei que fosse poucas pessoas, mas na verdade veio muita gente. Oksana, o irmão de Nikolai, Andrey e sua bela esposa e filhos, Yuri e Rachel, Sophie, Dylan, Madelaine, Ivan e Kristana. Pelo que entendi  Nikolai comentou com Kristana que me traria ao Brasil por alguns dias, mas ela se animou e convidou quase toda a família. Mas por um lado era bom, todas aquelas pessoas pareciam serem muito legais, menos Madelaine.

A manhã logo chegou e com ela uma sensação diferente. Eu iria rever Heduarda e voltar para o sítio onde eu morei. Eu quis voltar até lá.

Levanto da cama e sigo para o banheiro. Nunca pensei que faria tanto xixi assim. Tomo um banho e visto minha lingerie e um vestido floral azul.

Encontro todos reunidos na varanda tomando café da manhã. Alguns tem o mesmo olhar curioso de quando me viram entrando no jatinho.

Merda, todos abrem sorrisos enormes quando sento na cadeira vazia ao lado de Nikolai. Analisando os homens presentes no lugar posso dizer que todos são bonitos. Ivan tem aquela beleza cafajeste que aposto que já molhou e ainda molha várias calcinhas por aí; Andrey é sem dúvida alguma um belo coroa, apesar de alguns fios grisalhos ele ainda é gostoso. Já Yuri tem aquela aura sombria, aquele furinho no queixo, o porte físico, o sorriso bonito. Céus! Se as esposas soubessem o que estou pensando sobre seus maridos.

Os homens iniciam uma conversa entre eles e eu começo a comer. Não me lembro de estar com tanta fome assim.

— É difícil carregar três bebês de uma vez - Kristana diz — Sinto dores nas costas com bastante frequência. Mas só mais um mês e esses moleques vão sair.

— E você? Quanto tempo ainda tem que esperar? — Diana me pergunta.

— Quatro meses

— Não vai demorar muito — Rachel fala.

  Entramos em uma conversa sobre gravidez e nossos respectivos maridos(no meu caso um namorado). Logo Dylan, Madelaine e Sophie chegam. Os três filhos de Diana ainda estão dormindo.

O café da manhã ocorreu na mais pura alegria. Ninguém ali parecia surpreso com o relacionamento repentino de Nikolai e eu. Só Madelaine que soltava algum comentário desnecessário às vezes.

Depois do café, Ivan me pediu para acompanhá-lo em uma caminhada pelo sítio. Foi um passeio bom, conversamos sobre amenidades, sobre meu bebê.

—  Está feliz com ele?

Deixo de observar o rio que corre abaixo da ponte onde estamos e olho para ele.

— Sim.

— Sempre que precisar de mim saiba que estarei ao seu dispor — ele diz.

Abraço - o forte.

— Obrigado.

♥

— PUTA.QUE.PARIU! AÍ MEU DEUS! ONDE VOCÊ ESTEVE SUA VACA!

E é assim que Heduarda me recebe quando bato em sua porta. Ganho um abraço também. Foi uma choradeira só, alegria me  definia naquele momento.

Passamos o resto do dia conversando. Poder desabafar sobre todos os meus problemas com alguém de confiança era tudo de bom. Heduarda foi uma mistura de feições quando contei sobre a morte de Samuel e Pedro, o reencontro com meu pai e irmã, meu relacionamento com Nikolai. E como uma boa amiga que ela é, ouviu tudo e sempre me  abraçava. Às horas que passei ao lado dela deixou-me mais plena e alegre.

Trocamos alguns nomes para o meu bebê, digamos que minha amiga não teve umas idéias muito boas, cada nome mais esquisito que o outro. Francisvaldo, que raio de nome é esse?

— Sabe de uma coisa, podíamos sair agora.

Olho para o celular e vejo que já são quase onze da noite. Nikolai já está vindo me buscar.

—  Hoje não vai dar — respondo — Por que não marcamos para amanhã? Tenho algumas amigas que você pode ensinar  à dançar.

— Seria maravilhoso! Traga as gringas.

Abraço minha doidinha. Senti falta disso. Aqueles momentos trouxeram a felicidade de volta para meu coração.

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