Capítulo 13

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    Nikolai

 

  Pelo olhar de Ivan sei que minha situação não está nada bem. Mais que merda, ele tinha que conhecer a Maya? Grande ironia do destino. Agora tenho mais um problema para resolver.

- Temos muito o que conversar - ele diz para Maya - Mas agora preciso falar com o Nikolai.

  Ivan e Kristana trocam um olhar e ele vai em direção ao meu escritório. Passo por Kristana e dou um beijo em sua bochecha.  Sentia falta dela.

— Depois conversamos.

— Vou esperar, só não testa a paciência dele.

— Pode deixar — falo.

  Maya me olha com expectativa. Porra! Essa mulher é linda. Beijo-a suavemente nos lábios e sigo para o escritório. A fera está esperando.

  Eu tinha acabado de  assinar um encomenda de cocaina quando Ivan me ligou dizendo que estava me esperando  no meu apartamento. Minha idéia inicial era terminar tudo com Alissa e voltar para a bela mulher que estava me esperando. Mas como nada no mundo é perfeito, eu terei que adiar meus planos.

  Entro no escritório e já sento na poltrona. Quando Ivan vêm sem avisar é porque algo não está certo, ou ele vai reclamar de alguma coisa que eu fiz.

— Sabe por quê estou aqui? — ele pergunta.

— Não sei.

  Ivan para em frente à janela que faz vista  para a gigante cidade de Chicago. A postura rígida.

— Recebi uma informação de que você está se aliando a máfia siciliana sem o meu consentimento. Isso é verdade?

— É verdade.

— Porque essa informação não veio junto com os dados semanais? — ele pergunta.

— Não achei importante.

  Ele ri sem humor. Merda, não complica as coisas Nikolai. Ivan passa as mãos pelos cabelos e olha furioso para mim.

— Durante todos esses anos a máfia russa nunca fez aliança com os sicilianos. Somos considerados um das piores máfias do mundo, e acredito que seja verdade. Mas eu conheço a máfia siciliana, e sem dúvida alguma ele são  piores que nós. E você entrou  em um jogo perigoso.

— Não é verdade...

— Cala a boca e me escuta! — ele vocifera.

  Aperto minhas mãos em punhos  e controlo minha vontade de dar um soco nele. Odeio quando ele fala assim, odeio ter que ouvir tudo e não poder responder,isso causaria minha morte. Só tem uma pessoa no mundo que eu temo e essa pessoa é Ivan Seveskoy. Aprendi desde de cedo a nunca desrespeitá-lo e sempre abaixar  a cabeça quando ele fala. É difícil, mas prezo pela minha vida.

— Yuri gastou anos da vida dele te ensinando a ser um bom chefe,ser um líder que a Tambovskaya merece, mas você está jogando tudo pelo ralo com essas suas atitudes. Tudo o que você faz liderando na Tambovskaya afeta toda a Bratva. Tudo o que você faz tem que ser aceito por mim, e eu não quero  relações com os sicilianos. Então trate de acabar com qualquer tipo de relação com eles, e não quero ter mais  notícias sobre Aspen O'Nair. Estamos entendidos?

— Estamos — respondo.

— De hoje em diante não quero mais falhas suas, já estou cansado de toda essa merda. E quanto a Maya? Deve ter uma boa explicação.

  Então passo os próximos quarenta minutos explicando todo o caso. Ivan não parece surpreso e não me interrompe em momento algum.

— Mas que porra! Você está passando por cima da minha autoridade, Nikolai, essa merda está passando dos limites! Você não está no nível de Andrey e Yuri.

—  Eu não sou eles! — falo alto e levanto.

— Abaixe o tom, e eu espero que estejamos entendidos, chega de falhas,chega de ações sem o meu consentimento. Você pode ser o primo da minha esposa, mas acima de tudo  você é um membro da Bratva e me deve respeito, caso contrário terei que tomar medidas drásticas.

Ele sai e solto a respiração. Inferno.

  Empurro a poltrona para longe de mim e controlo minha raiva. Odeio quando me dizem que não estou à altura do meu irmão e o Yuri.  Sei que tenho errado muito ultimamente, mas caralho, estou fazendo o meu melhor.

  Não sei por quanto tempo fiquei parado no mesmo lugar pensando e tentandome controlar. Era tanta pressão,tantos problemas.

— Você está bem? — Maya me pergunta. Olho para o lado e vejo que ela está  parada na entrada da porta.

— Estou.

Sei que soou meio rude,mas minha cabeça ainda está nublada.

— Eu vou para o quarto... Se precisar de ajuda...

  Ela parece incerta,mas mesmo assim quer uma resposta, alguma reação minha.

Deixo todos os problemas de lado e caminho até ela. Seguro seu rosto em minhas mãos e a beijo.

— Está tudo bem? — ela pergunta de novo.

  Encosto minha testa na dela.

— Vai ficar.

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Depois do Perigo #4 |Série TambovskayaOnde histórias criam vida. Descubra agora