E mais uma vez Adam corria pela floresta atrás de Lupina. Porém, agora ele estava atrás de uma versão de sua amiga que ele não estava ansioso para encontrar. O sol se punha aos poucos e deixava a sua corrida muito mais difícil, então, por diversas vezes ele tropeçou em galhos e pedras que se escondiam da sua visão. Pelo tempo que o separou de encontrar novamente a mortal Lupina, passou pela cabeça de Adam fragmentos de memórias com as duas "versões" dela. Era impensável para ele que uma menina tão gentil, enérgica e sorridente carregasse um monstro tão grande dentro de si. O que mais ele não sabia sobre ela? Ou sobre o que Melissa também guardava dentro de si? O que ele não conhecia sobre todos a sua volta?
Seu olhar notou nas árvores ao seu redor diversas marcas de garras, algumas leves e rasas e enquanto outras eram tão profundas que quase cortavam todo o tronco. E foi então, que Adam chegou perto a um paredão de rochas e deu de cara com a cena que ele já esperava: Lupina atacando raivosa e sedentamente seu inimigo. Lunático desviava, ria histericamente enquanto se esquivava por pouco das garras de sua adversária. A raiva tirava de Lupina um dos mais preciosos trunfos em batalha que é pensar estrategicamente. Ela atacava com o único motivo de rasgar seu oponente e quanto mais esse se desviava, mais raivosa ela ficava e mais fácil era prever seus movimentos.
O garoto estava pronto para fazer algo, mas não sabia o que. Como intervir em algo assim? Afinal, qual era o motivo de tudo aquilo? Lunático teve uma grande chance de fugir enquanto a garota os atacava, então por quê? Por que ter o trabalho de cruzar a floresta só para trazê-la para o lado de um... paredão de rochas?
Sob a pouca luz que havia naquele entardecer, Adam procurou por algo em meio ás rochas e seus temores foram facilmente comprovados. Em quatro pontos diferentes do paredão, algo brilhante se projetava da superfície. "Provavelmente algo explosivo", pensou imediatamente o garoto. Pela despreocupação de Lunático em continuar perto daquela área que aquilo, seja lá o que fosse, não deveria estar muito próximo para detonar, então ele correu na direção do paredão na esperança de poder desarmar a ameaça à sua amiga. Bateu o pé uma vez contra ele para pegar impulso e saltou usando sua magia de ar. Ele voou cerca de seis metros para cima (o que não chegava a ser nem um quarto da altura do paredão) e se agarrou em uma rocha que se projetava para fora dele. Um pouco a sua esquerda e para cima já estava o primeiro ponto brilhante, então Adam se apoiou novamente no paredão e deu outro salto.
E então, ele estava a oito metros do chão se segurando em um "U" de metal que se projetava para fora da rocha, mas não saía. Ele realmente não tinha ideia do que aquilo era. Parecia uma daquelas coisas que músicos usavam para afinar seus instrumentos ou algo parecido, mas seja lá o que fosse, aquilo não saia de maneira nenhuma. Ele segurou nas duas hastes, firmou os pés contra a parede e usou toda a força que tinha e nenhum sinal de que aquilo iria ceder.
Não havia nenhum outro indício de que seu instinto estava certo, mas ele ainda sentia que aquilo representava perigo. Sabendo que não conseguiria arrancá-los da superfície do paredão, Adam viu que não havia outro jeito, ele precisava levar Lupina para longe dali. Ele soltou as hastes de metal, desceu pelo paredão até o solo e, superando seu medo, correu na direção de uma briga entre dois ferozes e poderosos lobisomens.
Adam sentiu que estava naquela brincadeira de pular corda onde duas pessoas a giram e ele devia achar o melhor momento para pular para dentro da brincadeira sem ser acertado. E Adam tinha certeza que qualquer golpe de um deles poderia facilmente fatiar seu corpo em dois. Além dessa questão básica e essencial, ele ainda tinha outro pequeno problema: O que ele poderia fazer para conseguir chamar a atenção de Lupina e tirá-la dali?
As palavras "bola de lama" não paravam de se repetir na sua cabeça. Ele sabia que da primeira vez não havia dado muito certo, porém, que outra ideia sobrava a ele?
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A Chave Perdida
FantasyO mundo é diferente no futuro. A sociedade como a conhecemos chegava a um fim eminente e sua única salvação foi justamente o que muitos consideravam irreal: A magia. O "Reinício" foi o dia em que o oculto se tornou realidade. Dois séculos depois, o...