Capítulo 23- Sacrifícios

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A entrada no túnel ocorreu como esperavam até certo ponto. Os lobisomens controlados por Tiranus não conseguiam ter foco o bastante para fazer uma ronda eficiente ou proteger alguma coisa. Mas assim que avançaram pelo túnel, as coisas foram piorando. Havia um enorme e disperso grupo de prisioneiros em todos os cantos daquele lugar. Ele era composto de Quimeras, Centauros, Minotauros, Wendigos e, claro, muitos lobisomen que haviam em cada bifurcação daquele lugar.

O faro de Windy e Pablo não ajudava muito ali. Algo relacionado a um "grande cheiro de queimado" vindo de todos os lados fez com que eles não pudessem detectar os inimigos até estarem perto. Alguns eles conseguiam evitar, os minotauros principalmente eram facilmente ouvidos, mas por duas vezes eles não conseguiram fugir e tiveram que lutar com as Quimeras que eram misturas bizarras de animais como leão, bode, morcego e cobra, e eram bem mais sorrateiras. Quando algo assim acontecia, eles tinham que achar algum canto para deixá-las desacordadas, e esperar para ver se mais delas iriam aparecer. Eles não tinham uma direção certa para ir, mas o túnel tinha poucas bifurcações menores enquanto a "principal" era tinha um alto "teto" e era ilumidada por algumas tochas penduradas nas paredes. Nick deduziu até então duas coisas: A primeira é que tudo aquilo era tão antigo que só poderia ter sido feito por ordens do tal "Gantor", antes mesmo de Licândia existir e a segunda, é que seja lá o que estivessem procurando, era importante o bastante para merecer todo aquele esforço e tempo. O garoto também não conseguiu evitar perguntar:

- Como vocês não sabiam que existiam algo assim de baixo da sua cidade?

Windy pareceu um pouco incomodada com aquela pergunta, de certo, ela não se orgulhava disso:

- Devia ter alguma magia na entrada até pouco tempo. Algo que só "Pai e Filho" sabiam como encontrar. Esse túnel também não entrava em contato com nenhum outro até pouco tempo e é bem mais amplo que a maioria, então deveria ser algo que Gantor valorizava... e queria manter em sigilo.

Pouco tempo depois de esqueirarem mais um pouco, eles começaram a ouvir vozes "Socorro! ", "Alguém aí? ", "Nos tirem daqui! Nós somos os guardas". Nessa última frase Windy parou onde estava. Olhou para Pablo que também parecia surpreso e perguntou em seguida:

- O que acha?

- Mana, podem ser os Wendigos. Não conseguiremos distinguir o cheiro deles aqui em baixo.

- Mas se tem uma possibilidade, por menor que seja, eu vou tentar!

- E nós vamos te acompanhar!

Disse Nick por final. Windy sorriu rapidamente e colocou a mão direita sobre seu ombro. Nas últimas semanas, os dois haviam desenvolvido uma espécie de "amizade". O garoto chegava até a se ver pensando sobre ela em algumas ocasiões, mas era rígido e tímido demais com coisas assim para dizer algo. Eles se esgueiraram por três minutos em direção aos gritos, esperando que a qualquer momento iriam ser emboscados, mas nada veio. Na verdade, com exceção de alguns gritos esporádicos, eles não ouviram ou viram mais nínguem pelos três minutos seguintes. Algo ali estava estranho, disso tinham certeza, mas por fim chegaram próximo a origem dos gritos.

Presos nas paredes de uma única cela, haviam cerca de vinte guardas com suas roupas rasgadas e alguns machucados pelo corpo. No entanto, ao verem Windy se iluminaram "É uma das comandantes das ilhas! ", "Estamos salvos! ". Os três se aproximaram das grades, Windy sussurrou para dentro:

- Onde estão os outros prisioneiros? Por que não tem nínguem aqui?

Um dos guardas mais próximos disse em tom normal:

- Eles sumiram a poucos minutos! Acho que aquele Lunático os chamou e eles foram seguindo o túnel principal. Alguns prisioneiros relutaram por que queriam nos torturar, mas foram todos.

A Chave PerdidaWhere stories live. Discover now