Capítulo 17- Promessas

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Adam mais uma vez não estava gostando do sonho que tinha. O seu antigo pesadelo, de correr em uma mata escura com uma sensação de perigo no peito, havia retornado mais uma vez e agora ainda mais vívido. Quase podia sentir o vento frio soprar contra seu rosto, quase identificava as duas formas a seu lado e quase reconhecia a voz e a forma de quem balançava os braços freneticamente em frente à floresta. Era uma figura única e grande, disso tinha certeza, mas ele acordou novamente quando as chamas e um rugido surgiram em seu sonho. Adam se viu sentado em sua cama, suando e respirando pesado.

Em seguida ele notou com quem estava e onde estava. Ele estava em seu quarto no palácio com Lucano e Lucímia o olhando atentamente:

- É melhor ir com calma. Seu corpo teve um pico de energia e ultrapassou o seu limite interno, o que causou o desmaio. Você esteve apagado por um dia inteiro Adam, a Guerrilha terminou a algumas horas. Eu... admito que á muito tempo eu não ouço falar que um garoto ainda adolescente, chegou a usar um feitiço de dois elementos tão forte quanto o que você usou para salvar minha filha.

Lucano disse isso olhando-o com um misto de gratidão, admiração e curiosidade. Lucímia estava sentada na beirada oposta da cama e ao se aproximar para abraçá-lo, pareceu estar sentindo um alívio realmente muito grande:

- Você não sabe o quanto fiquei preocupada com vocês! Obrigado por proteger minha garota Adam! Eu realmente te agradeço muito por isso! Que bom que você está bem!

Adam ainda se encontrava confuso. Sua cabeça ainda girava quando ele tentou se lembrar do que havia acontecido, foi como se um filme muito acelerado corresse por sua mente:

- As pedras! Elas pararam no ar! O som ia destruir tudo e eu mal conseguia pensar. Foi ele! Foi Lunático quem fez isso, ele tinha um plano de esmagar Lupina e a mim sob as rochas daquele paredão! Lupina! Onde ela está? Ela está bem? Todos estão bem? Cadê o Lunático?

Lucano fez um gesto com as mãos pedindo para que Adam se acalmasse, embora seu olhar angustiado mostrasse que ele mesmo havia se feito algumas dessas perguntas recentemente:

- Todos estão bem e isso, graças a você, inclui a minha filha. Ela acordou já a algumas horas e ela e Melissa não queriam deixar o quarto enquanto você não melhorasse. Bosco está muito bem, ele se sentia tão culpado pelo acontecido que implorou por mais trabalhos e tarefas e atualmente ele está trabalhando de segurança nos corredores do palácio. Helin e Nick também estavam por aqui até bem recentemente, quando desceram para lanchar.

-E a Guerrilha... como terminou?

Perguntou Adam com um aperto no peito:

- A Guerrilha teve que continuar para não deixarmos que a população soubesse do ocorrido. O time do meu irmão foi o vencedor e ele, como representante do time "Divisão Especial", ainda não me fez seu pedido.

Lucímia acenava que sim com a cabeça durante toda a explicação de seu marido e ao final ela continuou em seu lugar:

- A operação sob a cidade foi um sucesso, mas quando compreendemos a gravidade da situação, não haviam muitos homens que poderiam procurar aquele traidor então ele sumiu, por enquanto. Ainda não sabemos o porquê de ele ter feito o que fez, mas eu te prometo Adam que não descansaremos até encontrá-lo. E por falar em promessas... alguém me prometeu que iria pelo menos passar quinze minutos longe desse quarto enquanto comia algo hoje, não é?

A porta branca de madeira bem entalhada se escancarou toda revelando Lupina e Melissa do outro lado:

- Não, não e não! O combinado exato era que iríamos comer alguma coisa e aí poderíamos voltar e olha só isso!

A Chave PerdidaWhere stories live. Discover now