Surpreendentemente a primeira parte do caminho foi tranquilas. As rondas e os lobisomens descontrolados que caçavam pela ilha eram facilmente detectados, á uma distancia segura, com o sonar de Melissa. Então, apesar de toda a insanidade de alguns dias atrás, a floresta até ali estava tranquila como sempre. O primeiro sinal de diferença foi notado quilômetros depois, onde animais mágicos debandavam na direção contrária ao vulcão. Talvez sentissem, de alguma forma, o perigo eminente se aproximar de lá. Melissa, que liderava a todos, parou e estendeu a mão esquerda na direção de Helin que deu á ela uma sacola preta. Ela passou o olhar sério por todos:
- Todos estão com os adesivos inibidores de cheiro?
Todos consentiram com a cabeça que sim e ela então rasgou o saco plástico deixando cair um conjunto de roupas usadas no chão. A camisa branca ensaguentada de Adam que havia sido rasgada pelo machado de Tiranus estava entre elas, já que Adam agora usava a camiseta preta que havia ganhado na estante de tiros da Lobolândia:
- Então é aqui que nos dividimos. Não se esqueçam de espalhar as roupas por todos os lados. Não digo que conseguiremos distrair todos eles por muito tempo, mas pelo menos confundiremos alguns. Somente para rever o plano mais uma vez: eu, Adam e Lupina, como somos menores e mais furtivos, vamos subir a encosta Oeste do vulcão e escorregar por ela até chegarmos perto da prisão e libertarmos os reféns. Porém, para isso dar certo e conseguirmos tirar todos de lá, Helin, Coahoma, Baltazar e a Rainha iram distraí-los no portão principal. Sei que os números deles são absurdos, mas se acharem as bestas certas para ajuda-los e invocarem um bom número de mortos vivos, vocês ficarão bem. Nick, Windy e Pablo irão ao túnel no Leste e impedirão qualquer que seja o esquema sórdido que Lunático esteja fazendo lá. Segundo o que vimos, Tiranus parece estar no palácio então, após libertarmos os reféns, o meu grupo irá atrás dele já que Adam tem uma magia eficiente contra os efeitos da flauta. Não se esqueçam de que eles não estão totalmente focados em seguir ordens, por isso, estarão tão alienados com sua própria selvageria que não nos perceberão se formos discretos. Boa sorte e que Cosmos esteja conosco!
Todos juntaram as mãos ao centro antes de se dividirem. Passou pela mente de Adam a possibilidade de ser a última vez que via algum deles, mas ele afastou esse pensamento e reuniu todo o otimismo que tinha. Por fim era a hora da verdade, a hora de lutarem e protegerem o que acreditavam ser o certo. E assim os grupos partiram em direções opostas.
Pouco tempo depois, Helin transformado em abutre vasculhava a floresta dos céus. Já que os lobisomens não pareciam nem um pouco interessados em discrição, ele conseguia localizá-los á uma boa distância. Seus traços e rastros iam desde uivos no meio do dia, destruição de árvores e até animais mortos, o que fazia com que Helin não fosse o único abutre no céu naquele momento. Ele desceu do céu em círculos como se tivesse achado algum animal morto para se deliciar, mas parou em uma árvore e se transformou novamente no garoto moreno de cabelos enrolados e curtos:
- Nenhum lobisomem á frente. O caminho que leva á ponte parece estar livre.
Assim que disse isso Baltazar, Coahoma e Lucímia saíram de arbustos e árvores próximas. Coahoma ao receber a notícia pareceu não conseguiu evitar dizer:
- Talvez livre demais. Sei que Tiranus talvez não imaginasse que iríamos voltar à cidade pela entrada principal, mas a ponte é o único caminho em quilômetros para se chegar perto ao vulcão. É suspeito...
- Porém não temos muita escolha. – Disse Lucímia- A ponte pode ser uma das poucas maneiras de se chegar ao vulcão, mas é a única entre elas que passa pelo bando delas sem dar uma grande volta.
Baltazar que parecia incrédulo até agora com o plano falou:
- Nós realmente vamos pedir ajuda para aquelas coisas? Sei que elas provavelmente respeitam Coahoma o bastante para atender nosso pedido, mas soltar uma manada inteira na cidade...
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A Chave Perdida
FantasíaO mundo é diferente no futuro. A sociedade como a conhecemos chegava a um fim eminente e sua única salvação foi justamente o que muitos consideravam irreal: A magia. O "Reinício" foi o dia em que o oculto se tornou realidade. Dois séculos depois, o...