Capítulo 33

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MANUELA🌸

Ao chegar em casa era a mesma tristeza de sempre.

Tirei aquela roupa e tomei um banho gelado, sai e coloquei um pijama bem soltinho, a porta do meu quarto abriu e era a Letícia com um copo de água e um remédio.

Letícia: toma, você vai precisar — colocou em minha boca e bebi a água —.

Manu: porque ele fez isso comigo? — meus olhos começaram a ficar marejados e tentei não piscar para não deixar escapar as lágrimas, mas foi em vão —.

Letícia: o que você merece de verdade vai chegar meu amor — ela acariciava meus cabelos —.

Manu: eu tô com saudade dele Le, eu sinto uma falta que ninguém imagina — enterrei meu rosto em minhas mãos para abafar o soluço e ela me abraçou —.

Letícia: vem cá, tudo vai se resolver.

Letícia era mais nova mas entendia de tanta coisa, era tão madura pra idade dela e sentia tanto orgulho. Olhei no relógio e marcava 5:10 da manhã, logo iria começar a clarear.

Manu: vai deitar, vou tentar dormir também.

Letícia: qualquer coisa grita que eu venho correndo — A mesma levantou e foi até minha janela, mudou seu semblante e reparei —.

Manu: o que foi?

Letícia: nada, vai dormir —  sorrio para disfarçar e levantei —.

Manu: o que ele está fazendo aqui — disse olhando pela janela —.

Letícia: o que você pretende fazer?

GABRIEL💮

Vida vazia era a minha. Como pode uma novinha fazer isso com a minha cabeça? Nunca foi assim, porque agora? Não tirava minha aliança do dedo e foda-se a Patrícia. Eu estava ali pelas crianças e não por ela, meu dia estava bem cheio e fiquei puto em saber que a Bruna ia sair com a Manuela. Mas ela não podia parar a vida por causa de mim, quando Bru chegou na minha irmã eu sai com o carro direto pra casa da Manuela com esperança em vê-la, sabia que deveria ter bebido todas e eu queria estar ali pra cuidar.

Parei o carro e fiquei observando sua janela, a luz ficou acessa por um tempo e logo foi apagada, continuei lá até ver alguém na janela, era sua irmã mais nova, a mesma me viu e sabia que não iria contar pra Manu mas não demorou pra ela aparecer lá também. Engoli a seco na hora que ela saiu da janela e não sabia qual seria sua reação, quando aquela porta se abriu eu sai do carro ela atravessou a rua só de camisola, cabelo molhado e linda mais linda do que qualquer coisa nesse mundo.

Ela me olhava com aqueles olhos vermelho de quem chorou e ainda estavam marejados, quando ia abrir a boca pra falar abracei e ela não recuou, não me deixou lá, ela retribuiu e chorou em meus braços, soluçava e me apertava.

Minhas lágrimas desciam sem eu fazer força, meu coração doeu em ter ela longe de mim e eu não queria mais sentir isso. Ela se afastou um pouco e me olhou, passou a mão em meu rosto e sorrio.

Manu: é verdade isso ou eu estou sonhando?

Gabriel: eu estou aqui bebinha — ri e apertei sua mão —.

Manu: você não deveria estar aqui Gabriel, é um perigo só nós dois aqui. Nessa rua vazia — ela olhou para os lados — não deveria.

Gabriel: eu não me importo. Eu te amo Manuela.

Manu: e pro nosso bem isso precisa chegar ao fim.

Gabriel: você não pode estar falando sério Manu — ri nervoso e ela balançou a cabeça —.

Manu: eu te amo muito para estragar a sua família, igual fizeram com a minha — ela suspirou — tá doendo aqui — levou minha mão até seu peito — está doendo muito, eu te amo mas não posso mais.

Gabriel: não faz isso Manuela, eu te peço.

Ela me abraçou forte, e eu sabia que seria pela última vez. Queria ficar ali e não deixar ela ir, mas sei que nada seria possível.

Ela foi embora sem olhar pra trás, entrei no carro e abaixei a cabeça no volante deixando as lágrimas escaparem.

Ninguém precisava saber, eu só precisava aliviar aquilo que estava doendo tanto em mim.

Quase um casal |Onde histórias criam vida. Descubra agora