MANUELA🌸
Eu não queria voltar pra casa, não estava afim de ver nem meu pai nem a Luana. Mas eu precisava, passei a noite toda com a Bruna batendo papo, era praticamente minha primeira amiga.
Voltei pra casa no outro dia, havia uma mesa farta de café da manhã que Luana preparou, não acreditei, minha vontade era de enfiar aqueles pães na boca dela. Subi direto pro meu quarto e dei de cara com o meu pai saindo do dele.
João: filha - me parou -.
Manu: o que? - não conseguia olhar pra ele -.
João: precisamos conversar, preciso me explicar.
Manu: pai - fiz uma pausa - não sei nem se posso te chamar assim né? - olhei pra ele rindo - me faz um favor, não gaste mais nenhum centavo na minha faculdade nem comigo.
João: você não trabalha, não tem condições de pagar Manuela.
Manu: não tenho ainda - sorri- mas logo eu vou te, nem que precise trancar por um tempo.
1 semana se passou.
Não fui pra aula nenhum dia, sentia vergonha e medo de encontrar com Eric. A única que sabia era Bruna, não pretendia contar mais pra ninguém. Acordei com mensagem dela, e eram ótimas notícias.
📩 Manu, amanhã cedo você vem aqui na empresa fazer uma entrevista tá bom? As 9h já deixei tudo marcado, te espero amanhã. Boa sorte amiga 📩
Me deixou bem animada, eu precisava daquele emprego. Fui ao shopping com Letícia e comprei roupa social, precisava estar bem apresentada nessa entrevista.
Letícia: porque não foi pra faculdade a semana toda? - falou enquanto olhava algumas roupas -.
Manu: não teve nada de importância - disfarcei - então preferi ficar em casa.
Eu não tinha o porque contar pra Letícia o que houve, eu sentia vergonha por ter sido tão idiota e acreditado naquele moleque, porque é isso que ele é. Passamos o dia todo no shopping, só ela sabia da entrevista, mal dormi a noite de tão ansiosa que eu estava.
Acordei cedinho pra pode chegar bem antes lá, tomei um banho demorado e fiquei enrolada no roupão, fiz uma make básica nenhum pouco chamativa e fui me vestir, uma calça social, camisa e um salto, estava bem elegante, um perfume leve e peguei minha bolsa com minhas coisas. Me despedi da Le e sai, nem tomei café meu estômago estava bem embrulhado, cheguei na empresa, era um prédio enorme 12 andares no Morumbi, bairro nobre aqui de São Paulo.
Subi para o andar indicado e falei por mensagem com Bruna, fiquei esperando na recepção até ouvi meu nome da sala que estava aberta. Me levantei e caminhei até lá, fechei a porta atrás de mim.
Manu: Bom dia - sorri e cumprimentei a mesma-.
XX: Bom dia Manuela - sorrio de lado - me chamo Patrícia.
Ela conversou o básico comigo, se já trabalhei, se já tive alguma experiência. Eu era crua de tudo, fiquei com frio na barriga e com um certo medo mas ocorreu tudo bem.
Patrícia: Volto a te ligar ainda essa semana. Obrigada - me olhou e sorrio -.
Manu: Eu espero, obrigada.
Assim que sai dei de cara com um homem bem gostoso, ele me olhou de cima a baixo mas fingi que nem vi. Sai rapidamente de lá, tudo indica que esse emprego seria meu. Estava morrendo de ansiedade, passei o resto do dia batendo papo com a Bruna. E aguardando a resposta da empresa.
GABRIEL💮
Ser dono de uma empresa de porte médio com 28 anos não é pra qualquer um. Tomo conta de tudo desde que meu pai faleceu quando eu tinha 22 anos. Estava a um mês fora em algumas reuniões em Nova York, algumas coisas fica na mão de Patrícia, um caso sério na minha vida, o que me prende ainda é nossa filha Pietra, fora isso nada.
Cheguei na madrugada em casa e só queria dormir, precisava descansar depois de algumas horas no avião, estava mil maravilhas, quarto só pra mim e o ar bem gelado. Mas como tudo que é bom dura pouco o despertador tocou as 10h da manhã, levantei e tomei um banho, sai enrolado na toalha e me troquei, o "uniforme" de sempre meu terno, espirrei meu perfume e peguei meu celular, era raro tomar café em casa sempre tomava na empresa, desci pra garagem e tirei minha Audi A4 da garagem, liguei o ar e acelerei. Não morava tão longe assim, demorava por conta do trânsito, deixei com o manobrista e quando fui entrar no elevador Rafael veio logo atrás.
Gabriel: logo cedo - disse rindo -.
Rafael: tá sabendo da novidade?
Gabriel: qual?
Rafael: a gata que a Dona Patrícia contratou?
Gabriel: não, tô chegando hoje - disse irônico e ri - ela é foda, não mandei contratar ninguém - revirei os olhos -.
Rafael: talvez tu mude de ideia quando ver - deu risada e paramos no meu andar -.
10º andar era o meu, praticamente apenas meu. Deixava a sala da Bruna lá também, dei bom dia pra todos e entrei. Já havia um monte de coisa na minha mesa, respirei fundo e me sentei. Só tomei um café, não deu tempo pra nada e o dia passou rápido, quando olhei no relógio horário do almoço, mas não iria dar tempo o jeito é comer aqui.
Patrícia: você voltou - ela entrou sorrindo e revirei os olhos - finge pelo menos que está feliz né.
Gabriel: como? Sabendo que você contratou alguém e não me falou.
Patrícia: você está precisando de uma estagiária para te ajudar Gabriel - fez uma pausa - pensei no seu bem estar.
Gabriel: aham, sei - fiz cara de sínico - eu te avisei, não avisei? O que essa garota faz da vida além de trabalhar aqui?
Patrícia: faculdade de administração, e mora com os pais.
Gabriel: só isso que você procurou saber? - larguei a caneta e cruzei as mãos - mais tarde levo um papo com ela.
Patrícia: não vai almoçar?
Gabriel: não, avisei pra Vera mandar meu almoço aqui - ela ficou me encarando - cadê Pietra? Não é hora de buscar na escola?
Patrícia: já tô indo - ela revirou os olhos e saiu batendo o salto -.
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Quase um casal |
RomansEscritora: Ju Rabetão • Respoansável pela história: Letícia Capa: sophiadelrey • +16| Manu perdeu a mãe aos 11 anos, o que fez ser forte desde então. Foi criada pelo meu pai e a madrasta, tudo fluía naturalmente até descobrir o real motivo da morte...