Um sonho de mulher

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Matt passou a noite olhando para o teto. Mais uma vez seus pesadelos tornaram a lhe perturbar, e os fantasmas de milhares de mortos em conflitos lhe fazia companhia enquanto o sono era expulso com cafeína. Planejou uma perfeita noite de amor com a donzela ingênua, mas um rival chegou e lhe roubou a moça por aquela noite. Ainda não estava tudo perdido, ela estava interessada nele assim como dizia em sua página virtual e Matt se viu no mais alto pedestal masculino.

Revirou-se mais algumas vezes na cama e resolveu levantar de vez. Tentou se distrair com a TV a cabo, mas nada de seu agrado passava, exceto pelos canais de conteúdos adultos, que já estava saturado de ver sempre a mesma cena e não poder contracenar com Diana, o que tornava a tortura ainda mais excitante e a noite prolongada com seus pensamentos perversos e sua luta no 5x1.

— O que está fazendo acordado? — questionou outro rapaz ao fechar a porta de entrada do apartamento. — Pensei que ia dormir com aquela garota.

— Oi. — falou Matt sem emoção. — Pensei que ia dormir com a Amanda hoje.

— Eu ia. — falou se jogando no sofá ao lado de Matt. — Você estava se masturbando, cara?

Matt ainda estava com as calças um pouco arriada, e alguns respingos no moletom. Passou a mão lambuzada na calça do amigo, que deu um pulo para o outro lado do sofá xingando.

— Acabei de gozar. — falou ele zombeteiro.

— Puta que pariu! Você é nojento. Filho da puta! — reclamava o rapaz tentando se limpar, enquanto Matt ria sem parar.

— Vingança por daquela vez, seu cuzão. — Matt continuava rindo e seguindo o amigo com os olhos vendo-o se sacudir para se livrar do líquido viscoso de sua calça.

— Seu merda! — xingou o rapaz se sentando na poltrona do outro lado.

— Como está a Amanda?

— A gente terminou. — disse o rapaz com cara de cansado. — Tivemos uma discussão idiota, ela começou com ciúmes da filha de uma amiga, aquela que eu te disse que era gerente de um estúdio de moda. A garota é bonita, corpão, mas não me interessa. Aí ela surtou só porque a garota queria que eu a ajudasse com o vestido do desfile.

— E você bondoso foi ajudar? — questionou Matt já imaginando o final da história.

— Não, eu não fui porque sabia que ia sair briga, mas mesmo assim a louca ficou histérica. Dizendo: "Você é igual os outros homens, Diego. É um safado, estava louco pra se esconder e comer a garota pensa que eu não sei o que você pensa quando olha pra ela." Caramba, não sou esse tipo de cara. Só que aí já viu. "Você disse que não se interessa por ela, mas fica sempre olhando para peitos da garota." Demos um tempo.  — Matt ria da imitação fajuta do rapaz. Diego se levantou e foi direto para a cozinha. — Quer uma cerveja?

— Quero. — Matt estava visivelmente desanimado.

— Como foi o seu dia? Espero que tenha sido melhor do que o meu.

— Desanimador. Ela ficou no hospital com um amigo da faculdade. — falou Matt, balançando a cabeça, indignado. Se lembrando do pedido de Diana para que fosse embora. — Acredita que o babaca tomou comprimidos para simular um suicídio, só pra Diana ficar com pena e não ficar comigo.

— O quê? Não acredito. — Diego riu com a história. Entregou a Matt uma latinha de cerveja e voltou a se esparramar no sofá.

— Pode acreditar. É por isso que eu não acredito nessa gente que dizem querer se matar. É tudo frescura pra chamar atenção. Se alguém realmente quer morrer não fica esperando plateia. Depois eu ouvi o médico falando com um parente, parece que o cara faz isso de propósito pra chamar atenção. Coisa de criança. — resmungou o rapaz. — Mas em compensação a abracei na frente dele e ela me prometeu que nos veríamos a semana toda.

A Perfeita Arte de Ser MulherOnde histórias criam vida. Descubra agora