Só uma gota mais

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A cara feia de Daniel entregava a decepção, enquanto Max se divertia com suas expressões de desgosto.

O ambiente era familiar, apesar das várias pessoas desconhecidas, as decorações da festa pareciam voltada a uma grande premiação, tudo era luxuoso, desde os simples pano de boca até o anfitrião. Não precisava ser nenhum expert no assunto, somente de olhar para as pessoas ali presente percebia-se que eram da alta classe, desde os termos usados em suas conversas, as roupas, seus gestos e o olhar.

Uma mesa imensa onde eram postos pacotes e mais pacotes embrulhados de várias cores e fitas coloridas, mesas para os convidados se acomodarem, garçons andando de um lado a outro servindo os presentes, um imenso bar com as mais variadas bebidas. Muitos em pé conversando, degustando dos petiscos servidos. Os champanhe complementavam a elegância, e tornava o ambiente mais esnobe. Pessoas importantes faziam presença, o som suave do violino completava o ambiente unindo-se ao soar do piano.

Os convidados da socialite exibiam seus trajes caros, as maquiagens enfeitavam suas peles seguido dos conjuntos de joias que valiam fortunas. Os convidados variavam de idade sendo o mais novo na faixa dos 17 anos e o mais velho, o próprio aniversariante, completava 92 anos. O senhor de cabeça branca, usava um terno preto, e um sorriso gentil no rosto, alegre pela festa que já havia questionado o motivo da comemoração pelo menos dez vezes. Cumprimentava as pessoas forçando a mente para se lembrar de todos os nomes, mas por mais que tentasse confundia uma pessoa com a outra, arrancando sorrisos e palavras gentis.

— Você está de sacanagem comigo, não é? — falou o rapaz olhando desapontado para o amigo.

— Não, eu disse que íamos em uma festa pra esfriar a cabeça. — Sorriu Max se divertindo.

— E as gostosas do carro, pensei que íamos nos banhar em águas aquecidas.

— Ué, a piscina está aquecida, é só você pular. Mas eu aconselho você fazer isso depois que seus pais forem embora. O senhor Hughes não está de bom humor hoje.

— E quando é que ele está de bom humor? — Daniel procurou por seus pais no meio de tantas pessoas. — Eu tô saindo fora antes que ele me veja aqui.

— Qual é, cara. É seu avô.

— Idaí? — disse indiferente. — Meu avô é pior do que o meu pai.

— Ele tem 92 anos, nem se lembra quem é você.

— Agora, né. Porque até ano retrasado ele se lembrava perfeitamente. Eu não tenho que fazer parte disso.

A saída seria rápida e sem testemunhas, mas para o seu azar ser ainda maior, deu de cara com a pessoa que menos queria ver.

— Já está indo embora, Daniel? — O homem não parecia surpreso ao vê-lo, sua postura esnobe era preenchida por arrogância e deboche. O rapaz se manteve em silêncio, mas em seu interior emanava a raiva e irritação. — Seu pai me convidou para a festa, eu não queria vir, mas ele insistiu. Sabe como é. Já deixo isso claro porque presumo que seu humor não está dos melhores depois de nossa discussão mais cedo.

— Não dou a mínima para isso, Salt. Aprecie a festa. — Daniel saiu da presença de seu sócio seguido por Max.

— Daniel! — Chamou uma voz e os convidados próximos se voltaram para ele.

Tudo o que queria aquele momento era desaparecer, algumas pessoas pareciam surpreso em vê-lo, outros felizes e alguns cochichavam as últimas fofocas sobre o rapaz.

O homem chamou novamente e Daniel seguiu em sua direção exibindo um sorriso falso, os convidados foram abrindo espaço conforme o rapaz passava. Chegando até o palco onde uma banda de clássicos tocava uma música baixa e suave.

A Perfeita Arte de Ser MulherOnde histórias criam vida. Descubra agora