Um amor destruído

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Matt acordou com a luz quente do dia em seu rosto, ela invadia a sala por uma fresta entre as cortinas. Últimas semanas do sol de verão, melhor época do ano, em sua opinião. Para sua infelicidade logo chegaria o outono, a temperatura cairia até a chegada do inverno. Por mais que já estivesse acostumado com o inverno inevitável de seu país, não era algo que o agradava. As baixas temperaturas o incomodavam, sua pele vivia ressecada, lábios cortados e sempre cheio de roupas grossas e o frio era capaz de queimar sua pele. Nada disso lhe agradava, ainda mais quando estava em missão. Faça chuva ou sol, neve ou até chuva de meteoro o seu trabalho deveria ser feito e com as baixas temperaturas se tornava suas obrigações insuportáveis. Fazia o máximo, quando possível, para aproveitar o sol nesta época do ano.

Seus olhos abriram de forma lenta e preguiçosa tentando se acostumar com a luz solar em seu rosto. Matt se sentou em sua cama improvisada e ficou alguns segundos olhando ao redor. Como se quisesse entender aonde estava exatamente, seu cérebro lentamente ia acordando, até estar totalmente consciente. Bocejou ainda cansado, remexeu as costas para aliviar a tensão pela noite mal dormida. Alguns segundos para colocar a cabeça no lugar, coçar a cabeça e bocejar novamente. Suas costas estavam doloridas, mas nada que não estivesse se acostumado. Já havia dormido em colchão sujo, terra, árvore e até no chão frio de cimento, a vida em campo era dura.

Notou o som da TV ligada em uma animação infantil e um garotinho estava sentado no chão olhando atentamente para a imagem colorida na tela.

— Ei, amigão. Está melhor? — Ele se levantou de forma preguiçosa e caminhou até a criança a passos lentos, arrastando os pés no tapete marrom e branco feito de lã, colocou a mão na testa do menino para medir sua temperatura. A febre já tinha abaixado, e o menino parecia mais ativo.

— Olha o desenho. — falou o menino apontando para a TV enquanto colocava um pedaço de biscoito na boca.

— Legal, não é. Qual desenho é esse? — perguntou Matt tentando interagir com a criança.

— O desenho? O desenho do dinossauro. — respondeu o menino sem tirar os olhos da tela. — Esse dinossauro ficou malvado e brigou com o outro dinossauro. Aí, os amigos do dinossauro foi lá salvar ele.

— Ual. Que legal esses dinossauros amigos. Está gostando?

— Aham. — Resmungou — Tem... um... um monte de dinossauro. E esse é amigo dele.

— E qual é o nome desse dinossauro amigo?

— Nome dele? Eu não sei não. É dinossauro.

— Ok. — Riu o homem. — Muito legal esse dinossauro.

— É.

Matt sorriu com a ingenuidade e se sentou ao lado de Bran no tapete e ficou alguns segundos prestando atenção ao desenho, não estava realmente interessado na programação, mas queria passar um tempo ao lado do garoto. Fazia tempo que não conseguia fazer isso, agora que estavam pertos um do outro em uma situação favorável, percebeu que a criança havia crescido bastante desde a última vez que o viu, ele agora era capaz de falar e andar sozinho. Os cabelos e olhos escuros e até seu semblante estava mais parecido com sua mãe.

— Não sabia que gostava de desenho infantil. — falou Jamile num tom brincalhão. Ela arrumada as roupas de cama que deixou com Matt na noite passada. Dobrando e ajeitando em cima do sofá.

— Não estou nem prestando atenção. — respondeu de forma automática. — Só queria ficar perto do Bran.

— Eu tô vendo, seus olhos não desgrudam da tela. Tá mais concentrado do que o Bran. — A mulher sorriu com a careta que Matt lançou — Vem comer. — Chamou.

A Perfeita Arte de Ser MulherOnde histórias criam vida. Descubra agora