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CAPÍTULO 03
ELIZABETH

Rostock amanheceu com o inverno nos saudando com dois graus negativos, hoje o dia seria corrido e eu tinha que ir ao porto ver como estava o andamento da minha mais nova obra de arte no estilo Rostock, charmoso e intenso.

O coração marítimo da cidade ainda batida forte e saudável e tudo tinha que estar pronto no porto antes do Hanse Sail, festejar ao mar Báltico era sempre um momento único.

Eu amo Rostock.

Me levanto e agradeço mentalmente por essa casa ter aquecimento interno, me visto correndo, coloco um enorme sobretudo felpudo, toca e luvas.

Saio do quarto apressada e esbarro com Mayla andando de pijama sonolenta pelos corredores dos quartos.

- Ai, Liz! – Ela reclama quando esbarro nela. – Por que está correndo a essas horas da manhã? – Pergunta emburrada.

Fito minha prima me olhando emburrada, mas nada estragaria a minha felicidade do dia de hoje.

- Estou indo ao porto. – Aviso e vejo um sorriso nascer no rosto de Mayla.

- Posso ir? – Paro de andar abruptamente e fito Mayla pensativa.

- Prim, se troque rápido enquanto tomo café. – Desço as escadas correndo e vejo a família reunida na cozinha.

Vovó Zelda, a matriarca, estava sentada a mesa junto da tia Evein que encarava o jornal que passava na TV.

- Guten Morgen. – Cumprimento todos e peço a benção de minha avó. – Onde está o tio Fagner?

Nossa família sempre foi unida, os Hoffman tinham um nome forte e uma família mais forte ainda. Quando minha mãe faleceu meu pai teve a força de todos para passar por aquele momento, minha família estava sempre ao nosso lado e foi da mesma forma quando meu pai faleceu a quatro meses atrás.

- Aonde vai, Elizabeth? – Vovó Zelda pergunta séria deixando o café de lado.

Me sento e pego a jarra de leite em cima da mesa e as torradas com geleia de amora.

- Tenho que supervisionar o andamento do projeto para o Hanse Sail e levarei Mayla comigo.

Vou até a beira da escada e grito para Mayla se apressar.

Pego algumas torradas e guardo em um pote, Mayla comeria no carro no caminho ao porto.

- Tome cuidado as duas. – Tia Evein diz e sorrio para ela.

Evein sempre foi tão amorosa e afetuosa que as vezes olhava para ela pensando se ela nunca teve vontade de extravasar, gritar com todos ou até mesmo ter um tempo só para si. Mas tia Evein nasceu Munique e carregava em si todo o charme daquele local e ela era a personificação da mulher da máfia Alemã.

- Levem os seguranças junto de vocês. – Vovó ordena.

Assim que avisto Mayla eu a puxo pelo braço porta afora e corro para o carro. Já tão acostumada com o frio eu o achava reconfortante muitas das vezes.

Mayla vai o caminho todo comendo as torradas que eu trouxe e mexendo no celular, uma típica adolescente avoada que muitas das vezes eu tinha que trazer para realidade.

Éramos filhas da máfia e isso ninguém nunca iria apagar de nossas vidas, somente a morte.

- Em breve faço dezesseis anos. – Mayla diz assim que estaciono o carro e observo os dois carros de escolta estacionar a uma certa distância de nós.

Destinazione I Spin Off - Série ObscurosOnde histórias criam vida. Descubra agora