Destinazione I Spin Off - Série Obscuros

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CAPÍTULO 22
CLOE

Quando eu saí daquele hospital sozinha a dois meses atrás, eu nunca me senti tão bem em minha vida. Eu me sentida completa e finalmente eu conseguia aceitar Avia dentro de mim.

Eu ainda continuava na Austrália e procurava por novos lugares para conhecer e me aventurar. Na verdade, eu já até tinha um destino especifico e estava arrumando minhas coisas para partir em breve.

Sai para comprar uma mala e chegando próxima da minha casa eu vejo Verne parado em pé ao lado da minha porta com um buquê na mão.

- Bem-vinda de volta. – Ele me entrega um buque de orquídeas.

- Obrigada. – Sorrio. – Onde está a Liz?

Vejo a tristeza invadir seus olhos.

- Liz foi embora. – Ele fala baixo.

- E como você está com isso? – Me encosto no carro ao lado dele.

- Sendo sincero, sinto falta dela e de sua leveza que fazia da minha vida mais tranquila.

- Mas...

- Mas acho que foi o melhor para nós dois ela ter ido embora. Elizabeth merece alguém que a ame e eu não seria capaz de fazer isso.

- Porque não?

- Porque eu não havia me desprendido do sentimento que eu tinha por você e Avia...

- Verne, eu te devo desculpas. – O interrompo.

- Pelo o que?

- Por não ter esclarecido meus sentimentos desde o início, por egoísmo querer te privar das coisas e acabar me apoiando em você toda vez que eu em sentia vazia e sozinha.

- Não precisa pedir desculpas, Avia. – Ele fala e sorri para mim. – Eu vim aqui porque eu precisava, precisava te dizer adeus de uma forma diferente. Não um adeus com dor e sofrimento. Eu queria te agradecer pelo sentimento lindo que me fez sentir e dizer adeus de forma leve a todo o passado.

Eu sorrio para ele e o abraço.

Verne merecia ser feliz, ele merecia conhecer um novo alguém e conseguir se entregar completamente.

- Eu torço por sua felicidade, Verne. – Me afasto e cheiro as orquídeas em minhas mãos. – Você é uma boa pessoa e eu tenho certeza que será muito feliz.

- Eu fico feliz de te ver renovada e com esse brilho entusiasmado no olhar, Avia. – Ele fala e se afasta de mim. – Tome cuidado e seja feliz Avia.

- Cloe. – Eu o corrijo. – Meu nome é Cloe. – Pisco para ele.

Vejo Verne entrando no carro e sinto algo dentro de mim se desprender e levemente se evaporar.

Todos sofremos mágoa, raiva, decepção durante a vida, mas também vivemos dias bons cheios de amores e risadas com pessoas especiais. A vida é linda e viver é um dadiva única.

E quando aprendemos a nos perdoar e perdoar aqueles que nos machucam a vida ganha outro significado.

Hoje eu sou grata por minha história, ela me fez ser quem sou hoje. Minha história me permitiu conhecer pessoas especiais e únicas.

Eu precisei quebrar por completo para me lavar dos meus pecados para poder me restaurar.

Eu sou livre, não porque estou fugindo de algo. Não mais. Eu sou livre internamente, eu quebrei as amarras que me faziam infelizes.

Quebrei a amarra que me fazia presa a um amor que não existia mais.

Quebrei a amarra da família que eu acreditava ser meu carma e minha derrota.

Quebrei a necessidade de me provar forte.

Quebrei a amarra que me fazia acreditar que eu não merecia a vida.

O perdão é algo único, eu tive que me desconstruir para poder me reconstruir mais forte e mais viva.

Não posso falar que foi fácil, foi difícil aceitar todas as verdades da minha vida. Principalmente as coisas que eu tinha como verdade que me feriam. Quebras crenças e valores que me machucavam foi uma tarefa dolorosa, porém necessária.

Olho pela janela do avião contente por esse novo passo. Desembarco na Hungria e respiro profundamente me sentindo realizada.

Eu ia recomeçar do jeito certo.