Lee.
- pediram pela minha presença meus pais? - pergunto adentrando no cômodo onde, o rei e a rainha, estão pomposamente assentandos, penso que o que quer que queiram falar comigo, tem que ser um bom motivo para me distanciar de senhorita Made. Ainda sinto a dor da ausência dela, o mesmo sentimento que comprime meu ser de todos os modos possíveis...
Tudo o que eu queria era poder escolher por ela...
- de certo que sim. - confirma meu pai. - queremos saber como está o adamento da competição; não falamos sobre isso até o momento. - comenta ele me dirigindo uma piscadela.
- entendo - confirmo tentando não soar tão insatisfeito.
- e já que estamos nos momentos finais e decisivos da competição, gostaríamos de saber se já escolheu por alguma das moças. - explica mamãe, sendo mais direta no que eles realmente queriam.
- bem... - começo com um suspiro resignado - como sabem, o Conselho tem me auxiliado com a competição, e dentre as várias selecionadas agora estão na disputa apenas Emma Bennett, Madeleine Evans e Charlotte Cooper. O Conselho praticamente me forçou a fazer uma escolha.
- e quem será então a nova rainha? - mamãe está começando a ficar eufórica e percebo também em meu pai muita expectativa.
- senhorita Charlotte Cooper - anuncio por fim, conseguindo disfarçar meu desapontamento, me mexo inquieto onde estou, mudo meus pés de posição e ainda de pé apoio meu peso para o outro lado, essa situação toda está me deixando exausto... mesmo assim, tento não demostrar o que sinto e até mesmo esboço um sorriso.
No entanto, percebo que meus pais não expressam uma boa reação, e posso notar que no mesmo momento em que profiro o nome de Charlotte o semblante do meu pai se fecha, mamãe por outro lado está ficando pálida como uma nuvem em uma tarde de sol.
- está tudo bem? - pergunto preocupado constatando o comportamento completamente peculiar dos dois.
- não... - sussurra mamãe. - não pode ser ela. Onde aquele conselho está com os miolos que me fazem algo assimm??!?! - pergunta ela atordoada.
- o que está havendo? É algo com Charlotte? - estou inteiramente confuso com tudo que se passa nesta sala.
- temos que contar a ele querida - diz papai calmamente se dirigindo a minha mãe, que ainda se encontra sem fala ao seu lado; em seguida pede para que todos os guardas na sala se retirem.
Isso não me parece nada agradável...
- certo. - diz ela concordando com meu pai, e se organizando nervosa em seu assento, após a saída dos guardas ela se recompõe como a boa rainha que é, me olha com um sorriso apasiguador e começa a contar tudo o que eu não sabia sobre minha família. Assim que eles começam a narrar os acontecimentos, eu fico ainda mais incerto do que fazer.
Eu não posso acreditar em tudo isto!
- não consigo assimilar tudo o que estão me contando. - explico calmamente... Eles apenas se entreolham e prosseguem. Depois disso a outra sequência de informações me deixa sem palavras.
- eu engravidei logo depois da coroação de seu pai, estávamos muito felizes, o plano que arquitetamos era o de termos um lindo bebê, um menino, que seria criado e ensinando a ser um rei, para assim herdar o trono como manda a tradição. Porém, ao final de nove meses de espera uma preciosa menininha nasceu. Não podíamos anunciar que Qwest teria uma rainha como herdeira, embora seu pai já tenha mudado esta tradição e hoje mulheres possam sim herdar o trono, naquela época não podíamos, o Conselho jamais permitiria tal coisa. Tivemos então que encenar para proteger a vida de Charlotte, conhecíamos uma família havia muitos anos, amigos íntimos de seu pai, eles a acolheram e prometeram criá-la como sua filha. A notícia de que eu havia perdido o bebê foi divulgada para toda Qwest, e um ano depois você nasceu meu Antony. Desde então não tivemos contato algum com Charlotte, os pais de criação a adotaram verdadeiramente e as únicas notícias dela provinham deles. - uma lágrima escapa de seus olhos e me dou conta de todo o sofrimento que as regras e tradições, em sua maioria ultrapassadas, que o Conselho nos obriga a cumprir são dolorosas.
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Selecionada por acaso -|OBRA CONCLUÍDA|-
RomanceEla era a amiga e se tornou, mesmo que não tão de repente, o amor verdadeiro do nosso príncipe. Madeleine nunca pensou ser possível deixar de ser uma simples garçonete do restaurante em que trabalha a quase três anos, afinal não tendo condições fina...