Lee.
Eu jamais pensei em encontrar alguém que conquistasse minha confianca tão depressa como Madeleine conquistou. Quando sai de casa pela manhã... Bem, na verdade quando eu fugi de casa pela manhã, a última coisa que eu imaginava ganhar era uma nova e na realidade única amiga. Mas foi o que aconteceu, e pensar que no reino existem pessoas como Made prontas a ajudar a nação... e eu nem ao menos sabia disso, nós não sabemos disso...
Tudo começou quando acordei pela manhã..
- príncipe Antony... é hora de acordar! - chama Otávio, meu mordomo um senhor já na casa dos 50 anos mais com uma garra e força que muitos jovens não possuem, Otávio me acompanha desde que me lembro ele sempre está comigo e suas cobranças presentes em minha rotina. Agora ele está assim como todas as manhãs já está me passando a lista de todos os meus afazeres do dia...
Sorte a minha que eu planejei coisas muito mais interessantes para essa manhã. A lista que Otávio ditava finalmente terminou depois do que para mim pareceram longas horas e era composta por itens bem diferentes do que aquilo que eu iria realmente fazer:
1. Ir para a última aula de equitação;
2. Verificar o quarto que irão receber as selecionadas para ver se estão aprovados ou não.
3. Escolher a banda que tocará na celebração de escolha das selecionadas.
4. Blablablabla... selecionadas... selecionadas.
Praticamente tudo que eu deveria fazer está manhã estava ligado as jovens selecionadas que chegariam ao Palácio daqui a duas semanas.
É cultura em meu país que os homens herdeiros ao trono passem por uma espécie de concurso para sua futura noiva, esposa e consequentemente futura rainha de Qwest. E eu seria o sortudo da vez... ou nem tão sortudo assim.
Já havia me conformado com o fato de que talvez eu não me apaixonasse por nenhuma das dez senhoritas que estariam entre minhas opções, por isso o meu plano era o de escolher a garota que fosse melhor para me ajudar a governar Qwest. No entanto, eu me preocuparia com tudo isso mais tarde, porque agora eu tinha que dar uma fugidinha do Palácio.
Nascido e criado nesse castelo eu nunca vi o que está do lado de fora desses muros. E como estou para subir ao trono dar uma volta pelo reino não seria má ideia, conhecer o que e quem eu irei governar, por mim mesmo, já que para meus pais isso não é necessário. Outra das muitas coisas que meus pais decidiram por mim é que eu não devo, nem posso aparecer em público até o dia da cerimônia, a mesma cerimônia que vai comemorar os meus 18 anos de vida e aonde vai ser realizado o sorteio das minhas 10 possíveis noivas.
Percebi pensando nisso que eu tenho certa vantagem por nunca ter sido visto pelo meu povo, por poder andar pelas ruas de Qwest sem precisar estar disfarçado, afinal, ninguém sabe que eu sou o príncipe herdeiro do reino. Meu único problema é conseguir sair... mas, eu já bolei um plano nada mirabolante para conseguir isso.
Depois que Otávio se retira começo a colocar meu plano em prática. Primeiramente tomo um banho faço todo o processo casual de higiene e coloco uma roupa o mais comum possível. A mesma vestimenta que só existe em meu guarda roupa por que usei como fantasia em uma festa no ano passado do aniversário do rei Evan de Catalunha, o reino mais próximo de Qwest atualmente. O trage segundo minha mãe era para ser de um garoto comum e que de fantasia agora teria de servir para a ocasião de visita pelo reino. Após colocar a vestimenta coloco também o capuz sobre mim e tomando o maior cuidado possível para não ser visto saindo, me espreito pelos corredores do castelo, me abaixo por trás de vasos ornamentais me escondendo por trás de colunas e assim, consigo sair do quarto e descer as escadas de serviço até o térreo.
Me dirijo até os fundos do castelo e aguardo a troca de guardas, o que me dá por volta de uns 20 segundos para chegar até o muro e saltar para meu único dia de garoto normal. Flym, o guarda alto e esguio que está de plantão hoje, sai sem desconfiar de nada de seu posto e eu entro em ação. Corro em direção ao muro e salto.
Ai!
Com uma aterrissagem nada profissional e muito dolorida eu consigo de forma brusca alcançar a calçada.
Meu plano deu certo.
Me levanto como se nada tivesse acontecido e caminho pelas ruas de Qwest me sentindo leve... meus tênis alstar fazem barulho quando meus passos pressionam o cascalho do chão. Ando pela calçada sem rumo, só adimirando a minha tão bela Qwest.
As construções imponentes se estendem a minha frente... o clima está razoavelmente quente deve fazer uns 30° de temperatura na cidade hoje, o céu se encontra repleto de nuvens cúmulus as minhas preferidas, daquelas que se costuma desenhar em uma linda paisagem quando se é criança. Passo silenciosamente pelos pedestres que seguem com suas rotinas normais sem nem ao menos desconfiar que estão passando do lado de seu futuro rei. Não que eu me gabe disso, mais tenho orgulho e me sinto feliz por poder fazer algo de bom quando estiver no trono... mudar a realidade do meu reino para melhor, um exemplo é tirar nossa nação dessa crise pela qual passamos.
Uma vez os guardas do Palácio organizaram uma operação no metrô de Qwest, uma missão com o objetivo de construir uma nova parte da estação, eles estavam encarregados de auxiliar na segurança à obra. Eu como aprendiz de meu pai estava presente nessa reunião e ainda me lembro em que lugar fica no mapa a estação de que tratavam, então me dirijo para lá. Visitar outros bairros, principalmente os periféricos seria ótimo.
Como não sei a ordem dos trens. Decido comigo mesmo entrar no quinto trem que parar na estação, seja ele qual for, deixar que o acaso decida por mim parece uma escolha interessante e assim o faço. Quando o quinto trem para ali, eu entro e tomo um assento, curioso para saber para onde vou acabo perguntando para outros passageiros que me informam que estamos indo para o leste, mais precisamente para clost.
Clost é um dos bairros mais antigos de Qwest, meu pai já me falou muito sobre o lugar, tendo sido construído ainda na época clássica o bairro tem predomínio de cores branca e pastel... com muitas construções ricas em beleza de forma e acabamento, o bairro é uma boa opção de primeira parada no meu passeio.
Já fora da estação continuo caminhando pelas ruas, crianças fardadas passam pela calçada em direção a escola. A movimentação de veículos é bem amena nessa área pelo que pude ver, e graças a um projeto de arborização implantado na gerência de meu pai a calçada é toda sombreada por conta das árvores que estão plantadas ao longo de toda a avenida.
Como não comi nada antes de sair do Palácio estou com uma fome imensa. Começo então a procurar por algum restaurante ou local em que possa comprar algo... e logo vejo um belo restaurante com decoração simples mas à altura da paisagem do bairro, toda a sua fachada é constituída por vidraçaria que reflete a luz solar e reflete uma cor dourada dando ao lugar uma aparência incrível, ele se localiza na esquina logo em frente. Ando até lá e entro...
Sou recebido pelo badalar de um sininho indicando que entrei no lugar. É perceptível a mesma beleza de fora dentro do restaurante, nas paredes quadros com pinturas florais e figurativas dão ao lugar um ar clássico, me sento em uma mesa bem afastada e escuto alguém vindo até onde estou.
A garota que se aproxima tem a voz suave e um pouco rouca, Ela me deixa o cardápio sobre a mesa, e eu vejo nela uma boa pessoa para investigar como o povo vê o governo da família real... peço então com certo constrangimento que ela me faça companhia. Agradeço por dentro ao fato de ela não exitar em expor suas opiniões o que me deixa fascinado.
Made como ela se apresenta, é uma pessoa extremamente comunicativa e direta. Gostei dela e principalmente da forma de conversamos como se já nos conhecêssemos a muito tempo, e conversar com ela era fácil. É claro que eu quase não me pronunciei durante a conversa com ela mas, isso não foi um problema.
As horas passaran-se voando infelismente, mesmo que eu não tivesse feito tudo que eu planejei, acho que apenas conhecer e conversar com a senhorita Madeleine foi o bastante. Ao olhar para o relógio vejo que já era hora de voltar para casa. Me despeço de Made e percebo que ela não está tão satisfeita que eu vá embora, assim, como eu também não estou em ir embora... mas quando estou crusando a porta e me afastando do restaurante tenho uma ideia. E assim, muito em breve nos veríamos de novo.
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Selecionada por acaso -|OBRA CONCLUÍDA|-
RomansaEla era a amiga e se tornou, mesmo que não tão de repente, o amor verdadeiro do nosso príncipe. Madeleine nunca pensou ser possível deixar de ser uma simples garçonete do restaurante em que trabalha a quase três anos, afinal não tendo condições fina...