I'm Not Kyungsoo

Capítulo VIII

O silêncio dentro daquele táxi era gritante, se assemelhando a cena de alguns dias atrás, quando SeungSoo chegou, bagunçando a cabeça de todos e trazendo problemas para os dois dentro do táxi.

Chanyeol estava tentando controlar sua raiva novamente, por conta do mesmo homem, mas o mesmo não estava naquele carro o que fazia guardar tudo para si.

Já Baekhyun sentia o medo correr novamente pelas suas veias. Ele sabia que o Park nunca o faria mal, no entanto estar perto dele o deixava desconfortável demais e ele não sabia o que fazer.

Até perceber que o taxista não estava os levando para a casa de Chanyeol.

- Para onde estamos indo? - Perguntou, vendo que não estavam fazendo o mesmo caminho de sempre.

- Não se preocupe. - Respondeu seco, encarando a vista vinda de sua janela.

E o silêncio se seguiu até o final da viagem.

O taxista parou em frente a um campo de flores laranja. Chanyeol agradeceu e saiu, sendo seguido por Baekhyun.

- Chegamos. - Encarou o campo de flores, respirando fundo e pegando o pulso de Byun, o puxando para a sombra de uma árvore qualquer. - Sabe que temos de conversar.

- Tá, mas não me puxe, posso ir sozinho. - O maior soltou seu pulso, se sentando embaixo da árvore.

- Queria poder te levar até onde eu e minha irmã íamos normalmente, porém eu não queria pagar para irmos até Gyeongju sendo que só iríamos ficar um dia. Talvez em outra ocasião.

- Então por que me trouxe para cá? Não poderíamos simplesmente ir para a casa? - O baixinho não conseguia entender porque ainda estavam ali, e aquilo o fazia questionar diversas coisas.

- Você disse que eu precisava ir naquele campo de flores, mas como eu não tenho a opção de ir para lá agora nós viemos para esse.

- E por que me trouxe? - Chanyeol o encarou, irritado com tantas perguntas.

- Já disse que temos de conversar. - Falou entre dentes, bufando. - Será que tem como você parar de perguntar e só se sentar aí?

Mesmo contra gosto Baekhyun se sentou ao seu lado, encarando a grama abaixo de si. O vento frio lhe trazia mais conforto ao lado do maior, que suspirou antes de começar a falar.

- Por quê? - Byun o encarou, confuso. - Por que deixou alguém com problemas mentais simplesmente viajar para o Japão sem mais nem menos?

- Por quê? - O mesmo viu uma flor laranja em sua frente. Aquilo lhe lembrou de alguém em especial. - Meu avô... - Sussurrou, fazendo o grandão chegar mais perto para ouvir. - Eu amava meus avós... Ia todo fim de semana para a casa deles, meu pai sempre me deixava lá quando precisava viajar também... Mas um dia minha avó, ela... - Engoliu em seco, sentindo um nó se formar em sua garganta. - Ela morreu... - Suspirou, sentindo as lágrimas lentamente inundando seus olhos e transbordando. - E meu avô, ele... Enlouqueceu... O amor da sua vida estava morto e ele não sabia aceitar isso... Aquilo foi o terror da vida do meu pai... E da minha também...

Chanyeol estava estático, não conseguia entender como uma pessoa tão doce poderia ter sofrido tanto. Claro, aquela história poderia ser verdade que Kyung nunca quis lhe contar, e isso somente o deixava mais abalado. Puxou o baixinho para mais perto de si, deixando o mesmo se irromper em lágrimas antes de continuar.

- Em uma certa tarde... Depois de tanta insistência minha ela me levou para onde meu avô estava... E eu nunca odiei tanto um lugar... Gritos histéricos, loucos e pessoas doentes me deixavam tonto... Aquilo nunca foi um lugar para uma criança de onze anos...