Capítulo 1 Bem naquela hora

194 30 47
                                    



Eu sou Alan, ou pelo menos costuma ser, essa é uma história complicada, acho que posso começar falando de quando chegamos a maioridade. Tenho uma irmã gêmea, Aline. Eu e ela acabávamos de completar de 18 anos, gêmeos não idênticos, de gênero e personalidades diferentes. Eu sempre fui um cara descolado de bem com a vida, enquanto ela, era uma típica garota nerd fã de livros e filmes esquisitos . As notas dela na escola eram de nove para cima, enquanto eu sempre ia passando de ano aos trancos e barrancos.

Nós tínhamos muitas diferenças, não digo que a gente chegava a se odiar, no entanto também não éramos os irmãos mais unidos do mundo, exceto quando alguém folgava com um de nós, aí o outro logo tomava as dores do ofendido. No restante estávamos quase sempre discutindo, na maior parte das vezes por motivos banais. Ela vivia provocando, dizendo que eu era o filhinho da mamãe e que tudo de melhor era para mim.− Pura implicância.

Eu também sempre achei que Aline fosse Aline a queridinha do papai, sempre recebendo mimo, enquanto eu levava as broncas e quase sempre eu terminava como vilão, o inútil, o cara que só pensava em namorar e jogar bola, enquanto ela pagava de menina de ouro, dona de todos os elogios. Porém o que mais me irritava eram as provocações da maninha. Ela parecia sentir uma inveja infundada e ter ressentimentos de mim, dizia que o mundo era machista, feito por homens e para os homens, que as mulheres tinham que se esforçar e seu unir para pôr fim aos privilégios dos machos.

  Também falava que as mulheres estudavam mais que os homens, estavam mais preocupadas  com  como tornar  o mundo um lugar melhor, para todas as pessoas e para natureza, e que eu não aguentaria um dia no lugar dela. −Injustiça, eu retrucava –Não tenho culpa de ter nascido homem e sou feliz por isso, além do mais, acho que quem não aguentaria um dia na minha pele seria você. –Isso costumava irritar muito ela.

Aline era tipo perfeccionista, se orgulhava ser quase sempre a primeira da classe, de ler muitos livros e principalmente ainda estar no primeiro namoro, mantendo com o namorado Roberto uma relação estável, enquanto eu trocava de namorada quase como se troca de roupas. Novamente eu retrucava − Isso é o melhor de ter nascido do sexo masculino! A natureza faz a gente assim e eu pego mesmo, estou nem para mimimi de feminista. As garotas gostam de caras como eu. Sou bom no que faço, sou curto e grosso, a mulherada gosta disto.

Meu pai, o senhor Haroldo, era um ex-militar, sempre foi o tipo de pai super protetor, com ela. Dizia que filho homem não precisava de mimos, precisa aprender a ser um varão. Que termo arcaico, mas acho que era isso. Mamãe chama-se Paola, era professora de matemática, e procurava tratar a gente com igualdade, embora Aline vivesse dizendo que ela gostava mais de mim, coisa da cabeça dela. −Onde eu estava mesmo? −Ah sim, a festa.

Nossos pais resolveram organizar uma festa para a gente. Felizes da vida, nos deram grana e mandaram chamar a galera, seria a realização do sonho deles, ver os lindos e unidos filhinhos completando a maioridade.

O dia chegou, a festa estava bombando! Muita animação, rock, cerveja a vontade, agora de maior podia tomar na cara dura. Passei a maior parte do tempo com a karem, minha atual ficante, isso antes do fato que mudou nossas vidas. Lá  meio da festa, quando a maioria do pessoal já tinha tomado umas, ou melhor, todas. E consegui arrastar a karem para o meu quarto, fomos logos nos pegando, ela estava com uma blusinha regata e uma mine, quer dizer microssaia jeans, estava do jeito que me deixava bem instigado. Tirei a blusa dela, vendo aqueles seios pequenos e durinhos, passeia a mão,  depois comecei a chupar. —Que delicia  de peitinhos ! —Mas então, joguei   ela  na cama, a coloquei naquela posição,  com a bunda virada para mim, fui tirando a calcinha dela, passando a mão naquela pepeca lisinha e pronto para mandar bala, quando de repente a porta se abre e alguém grita.− O que é isso Alan? —Puta que o pariu!— Dentro de casa!

−Puta que pariu, digo eu!

Eu fiquei muito puto, quando finalmente ia papar a Karem, minha irmã toda certinha veio procurar não sei o que no meu quarto.

−Poxa Aline isso não se faz, estou no meu espaço, vaza daqui!

Não adiantou, ela praticamente expulsou a Karem, e contou aos nossos pais, levei a maior bronca em público, fiquei no veneno. Eu não entendia, por que as mulheres fazem todo esse melodrama para foder. −Sexo é apenas sexo, essa historinha de ter que estar apaixonado é um saco! Pura conversa para boi dormir. É claro, fiquei revoltado e a chamei de cínica.

− Você pensa que eu não sei que você está dando para o Roberto? −Eu não deveria ter dito aquilo, meu pai ficou chocado, ela achava que a garotinha dele ainda era virgem. Minha mãe não se mostrou surpresa, acho que sabia, e deveria ser cúmplice.

−Filho, olha o que está fazendo!

I Percebi, a cagada! Mas já tinha feito, Aline ficou ainda mais furiosa e desandou a falar mais alto. Nos deixando numa situação que poderia chamar de saia Justa. Esse termo depois iria mudar de sentido pra mim, mas continuemos.

O Clima fechou. Aline não parava de me acusar e meus pais me olhavam com a maior cara de reprovação. –Caramba foi ela que começou! Poderia ter deixado aquilo entre a gente. Tinha que me caguetar? Droga eu não me contive e dei o troco. −Péssima ideia, todo mundo ficou bolado comigo.

−Seu monstro inconsequente! Eu namoro com Roberto a quatro anos, temos uma relação estável e nos amamos, mas nunca transamos aqui dentro de casa.

−Ah! Mas no estacionamento do parque...

−Cala a boca Alan! Disse comigo. –Nesse ponto o caldo entornou, meu pai me mandou me trancar no quarto e disse que na segunda me daria uma lição. Fudeu! Lá se vai a moto que eu pensava em ganhar. Tudo por causa da Aline.

Como eu achava idiota o mundo das mulheres! Minha irmã além folgada, era o típico exemplo de garota cheia e mimimi. As palavras tilintavam na minha mente −Ah, mas a gente namora sério! −Ele me ama! Mas que saco, ficar ouvindo, mimimi! Enquanto pra variar, eu sai novamente como o cafajeste da família, o sacana que só pensa em levar as menininhas para comer...Quanta misandria!

Não era bem assim, eu sempre me achei um cara normal, não fazia nada diferente dos rapazes de minha idade, era um saco ser irmão de uma nerd e feminista, será que todas as feministas são assim?

Deixa isso pra lá. Nossa história depois daquela, noite passaria por uma grande virada, uma coisa inusitada, algo que não vão acreditar. Eu também não acreditaria, se alguém me contasse nem sei por onde começar a narrar o acontecido, deixa eu me lembrar...



Obrigado por ler minha história, se gostou por favor deixe seus votos e comentários em cada capítulo, fico agradecido.

O Inverso da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora