Capítulo 16 Nova vida novos caminhos

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Os demais membros do clã ficam me olhando desconfiados, a Madalena me apresenta a todos como sua sobrinha, filha de um irmão que abandonou a vida de cigano para se casar com uma mulher comum.

O líder deles era um moreno alto e muito bonito, o seu nome era Yago, ele me recebeu bem, fez algumas perguntas sobre mim, mas como Madalena havia me instruindo eu respondi tranquilamente e ele apesar da desconfiança me recebeu naquele grupo.

Depois da sabatina com o cigano bonitão Madalena me levou até sua tenda e me disse.

−Você terá que ser minha cumprisse, se quiser ter ajuda para desfazermos o feitiço, eu lamento pelo ocorrido, mas vocês folgaram comigo, portanto não tenho toda culpa.

−Madalena vamos deixar isso de lado, tudo que eu quero agora é poder ficar em paz com minha irmã, ela sofre muito sem poder ficar com o namorado.

Ela então me mostrou algumas roupas e disse que deveriam ficar bem em mim, deveríamos dormir e ao amanhecer me ensinaria alguns macetes para viver entre os ciganos sem despertar desconfianças principalmente do Yago, pois ele era muito esperto. –Mas se ele é esperto assim, perguntei eu. –Por que me aceitou tão fácil no acampamento.

−Porque quer te comer, ora.

−Que!

−O Yago como todo cigano que se prese não perder uma oportunidade de comer um belo rabo de saia como você.

−Já deu para alguém?

−Sim, mas não quero ficar dando para todo mundo.

−Não precisa dar para todo mundo, apenas para o Yago.

−Não! Eu não sou uma...

−Ok não estou dizendo isso, mas permita que ele tenha esperança, assim não implicara contigo. Enquanto isso vou me preparando para desfazer a besteira que fiz.

−Olha Thiessa, a vida de nosso povo não é fácil, muita gente tem preconceito, acha que somos vagabundos, que enganamos as pessoas com truques baratos, que roubamos crianças, etc.

−E não? Vocês ficam lendo a sorte e dizendo que tem poder magico para ganhar dinheiro.

−Se você está nesta situação é porque alguma magia nós temos.

−A maioria dos ciganos brasileiros são cristãos, principalmente católicos, nem todos guardam segredos das antigas tradições dos antepassados, portanto preciso que mantenha segredo do que ocorreu, em troca eu vou fazer o possível para te ajudar.

−Ela tinha razão, não era hora de questionar, eu precisava dar um voto de confiança para Madalena, acho que era melhor confiar-me a ela de que me entregar nas mãos daquele outro.

Depois da conversa ela foi dormir, eu tirei as roupas e vesti uma camisola dada por Madalena, deitei me e fiquei tentando adormecer sem sucesso até altas horas da madrugada, quando finalmente preguei no sono.

O sol desperta o acampamento, Madalena me chama para tomar o café, depois fui conhecendo as pessoas, eles eram gente alegre, suas roupas coloridas era um espetáculo, eu gostei dos trajes ciganos, me sentia confortável e segura naquele lugar, melhor que ter ido para as ruas.

O principal agora era conseguir enrolar o Yago, ele não parecia nem um pouco bobo, me olhava com olhos, digamos, do Lobo mau para o chapeuzinho vermelho, porém Madalena, já foi logo dizendo para ele respeitar a sua sobrinha, pois não era uma moça fácil.

Eu fiquei na minha morrendo de medo dele descobrir que de cigana eu não tinha nada, mas ele se mostrou respeitoso com Madalena.

−Claro Madalena, se é sua sobrinha eu tratarei como se fosse minha irmãzinha, fico feliz que ela tem decidido se juntar a nossa gente e conhecer a maravilhosa vida dos ciganos.

Eu não posso negar que o achei muito charmoso, um típico cigano que eu conhecia dos filmes, mas era estranho viver no meio de um povo de costumes tão exóticos, embora não fossem tanto quanto a televisão mostrava, vi que eram gente como a gente, muitas das coisas que se atribuíam a eles era pura lenda urbana, não eram ladrões, nem roubavam crianças, onde será que tiraram essa ideia? Mas eles eram espertos, gostavam de trabalhar com comercio, e de ler a sorte das pessoas.

      Eu não posso negar que o achei muito charmoso, um típico cigano que eu conhecia dos filmes, mas era estranho viver no meio de um povo de costumes tão exóticos, embora não fossem tanto quanto a televisão mostrava, vi que eram gente como a gen...

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Madalena foi me ensinando algumas coisas, como abordar, as pessoas para ler a sorte, ter uma lábia convincente e ganhar alguns trocados, dizia ela que uma cigana tão bonita não teria dificuldades, e era verdade as mulheres ficavam desconfiadas, mas os homens iam logo abrindo o bolso. Peguei as manhas com facilidade e fui levantando uma graninha legal, Madalena me confiscava boa parte dizendo ser para os preparativos da cerimonia que levaria eu e Aline de volta para nossas antigas vidas, eu não colocava objeções, no fundo desejava que ela também não conseguisse e eu pudesse continuar sendo mulher, porem em paz com minha consciência por ter feito o possível para devolver o corpo a minha irmã.

Até que não seria, ruim passar o resto da vida como cigana, andando pelo mundo a fora, conhecendo gente e lugares diferentes sem ter que fincar os pés em lugar algum, mas a saudade de minha família e do Denis me incomodava, além da preocupação com o estado de Aline.

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