Capítulo 9 Desfrutando a nova vida

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Eu precisava acabar de vez a relação com o Roberto. Não queria, mas ter que o enganar, e também queria poder ficar com O Dênis sem ter que me preocupar em ser pega flagra e passar por uma vadia, decidi que viveria a nova vida intensamente como sempre vivi e não pensaria mais quando ia acabar o encanto, aquilo não me incomodava mais, estava adorando ser uma mulher, e estava me sentindo cada vez gostosa, pois com malhação meu corpo estava um arraso, comprei roupas sexy que sempre gostei de ver as garotas usando, chamava atenção por onde passava. Aline ficou indignada disse que eu parecia uma periguete, eu nem liguei, eu sempre gostei de aparecer mesmo, então decido. 

−Foda-se vou desfrutar desta nova vida enquanto puder.

Eu desejava poder sair com o Dênis a luz do dia, o beijar e abraçar onde quer que fôssemos, finalmente tinha alguém que eu gostava mesmo, se a amizade é o sentimento mais próximo do amor, isso estava se confirmando entre a gente. Eu precisava descartar o Roberto, então o chamei, ele veio achando que finalmente Aline aceitaria seu pedido de casamento, mas eu o surpreendo, peço um tempo no namoro, para refletir, ele fica chocado. Claro eu queria terminar logo de uma vez por todas, mas ainda existia a possibilidade de tudo aquilo acabar num piscar de olhos e achei justo que Aline tivesse a esperança de reatar com seu amor.

Quando Aline soube ficou uma fera. Disse um monte de palavras feias, mas eu fui firme, disse que não mas aguentava fingir gostar do Roberto, ela ficou desolada mas teve que se conformar, era cada vez mais improvável que retornássemos aos corpos originais, eu torcia para ela nunca encontrar a cigana, queria apenas ter certeza que isso não aconteceria para me assumir como mulher e a minha paixão pelo Denis, só de pensar em perdê-lo eu ficava aflita, ele não era gay, se eu voltasse a meu corpo estaria tudo acabado, sempre gostei de ser homem mas tinha percebido as vantagens de ser uma mulher.

Eu já gostava de me maquiar, curtia dançar com as minhas amigas da academia, mais três meses se passaram, me adaptara e amava o novo corpo, apreciava olhar no espelho e me sentir atraente, já perdera vinte e um quilos, deixei meus cabelos ainda mais vermelhos e troquei os óculos por lentes de contato, fiquei show, eu era um sucesso como mulher, Aline pagará a língua, porem eu não a queria infeliz, sabia que tudo ela desejava era voltar para sua antiga vida, enquanto queria manter a minha, ela também folgara com a cigana, tinha parte da culpa de sermos amaldiçoados. Não vivia sempre dizendo que o mundo era feito para os homens, por que não podia se conformar e adaptar-se, arrumar uma namorada e curtir a nova vida, afinal é uma oportunidade que poucos tem se é que alguém mais de min e dela já passou por isso.

Eu estava amando a relação com o Denis, na casa dele ficávamos à vontade, dona Maria já me chamava de nora, isso me preocupava, se tudo acabasse? Seu eu retornar a ser o que fui, sem dar qualquer explicação a ela e o Denis, isso seria muito triste, já bastara ter ferido os sentimentos do Roberto, que eu não amava, mas também não desejava ver sofrer, porém que opção tinha eu? Fui junto com Aline vítima de uma magia perversa, alguém que se sentindo ofendido nos lançou em outro mundo, pois os mundos de mulheres e homens são diferentes, era como estar no inverso da vida, compreendia os problemas de ser homem e de ser mulher, me odiei por ter acreditado que os homens podiam ser melhores que elas.

As vezes sentia falta de ser como eu era, mas sabia no fundo estava feliz, não pretendia voltar a ser homem, pelo menos por livre espontânea vontade não. Se Aline quisesse desfazer o feitiço teria que se virar sozinha, pode ser egoísmo de minha parte, mas foi o que meu coração pediu.

Eu e o Denis estávamos muito bem, diferentes, mas um completando o outro, adorava dar para ele, era no seu quarto, em lugares escuros, eu tinha ficado uma garota bem safadinha, fazia tudo com ele menos estudar, as vezes ele ficava em casa também, dormia em um pequeno quarto de hospedes num canto isolado da casam lógico que quando todo mundo adormecia, eu ia correndo para o quarto dele e me jogava em seus braços.

Aquela noite estava muito gostoso, ele veio atem em casa, estava chovendo, eu estava com ele no quartinho, estava deitada de quadro enquanto ele me comia e eu gemia, quando a porta se abriu. Novamente Aline me pegava em uma situação daquelas, a mana empata fodas.

Ela acende a luz e começa a gritar comigo.

−Então foi por isso que você terminou com o Roberto! Seu canalha!

−Não é bem o que você está pensando Alan!

−Não me trate como idiota, nem me chame por esse nome. Cínico!

−Por favor se controle.

−Sabia que você estava dando para alguém, me tornou uma vadia!

Meu pai acordou e interveio, ele como sempre ficou do lado da sua filhinha.

−Alan, deixa a sua irmã em paz, ela é livre e maior de idade!

Por essa ela não esperava, percebeu que não era mais a garotinha do papai, seus olhos brilhavam de tanta raiva e fúria, ela começou a falar palavrões e depois caiu em uma crise de choro. Meu pai pediu que retornasse a meu quarto e que durante o dia teríamos uma conversa.

A minha maior preocupação era que Aline surtasse e falasse tudo o que aconteceu, ela estava na sala com mamãe tentando lhe consolar, dizia: −A culpa foi toda dele, roubou a minha vida.

A mamãe lógico que não entendia nada, talvez achasse que fosse apenas ciúme de irmão, ao pegar a sua irmãzinha dando para o melhor amigo.

Quanto drama! Ela continuava a ser a mesma embora num corpo diferente, não se adaptara, não tinha explorado as potencialidades do gênero oposto, apenas se lamentava o que estava passando e pior, disposta a chutar o balde.

De manhã depois que Dênis foi embora, meu pai e minha mãe me deram um sermão como nunca havia recebido antes, diziam que tudo bem que tivesse dispensado o Roberto e me apaixonado por outro, mas que eu deveria ter confiado neles e respeitado a casa onde morava, eu concordei e disse que eu e o Dênis estávamos pensando em morar juntos num cantinho apenas nosso. Isso foi a gota d'água. Aline surtou e disparou a falar, contou para meus pais tudo o que tinha acontecido, eu então me fiz de desentendida e disse: −O Alan pirou, onde já se viu uma coisa dessas, cigana, feitiço troca de corpos! −Ele precisa de tratamento eu posso ajudar a pagar um psiquiatra para meu irmão, ele não está nada bem.

 Aline surtou e disparou a falar, contou para meus pais tudo o que tinha acontecido, eu então me fiz de desentendida e disse: −O Alan pirou, onde já se viu uma coisa dessas, cigana, feitiço troca de corpos! −Ele precisa de tratamento eu posso ajud...

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Meus pais acreditaram em mim. Aquilo foi cruel, mas foi a saída que encontrei, eu não perderia a vida que tinha por causa do inconformismo da Aline, se ela não se adaptara ao corpo então que adaptasse o corpo a sua Alma, fizesse tratamento hormonal, redefinição sexual, fizesse a qualquer coisa com o corpo eu não me importava mais, estava muito contente por ser mulher, tinha um bom emprego e um namorado.

Senti o ódio no coração de minha irmã ou melhor agora irmão, que tinha perdido o emprego, o namorado e o lugar de garotinha do papai. Não poderia ser pior, eu temi que ela surtasse de vez, também temia que falasse para o Denis, não desejava mentir para ele novamente, sabia que mentindo o convenceria fácil como foi com meus pais, se confessasse poderia deixar ele em dúvida se era verdade ou se eu Aline tínhamos pirado. Eu tinha precisava entrar em acordo com ela.

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