Capítulo 6 Uma velha nova amizade

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No dia seguinte o Dênis voltou e jogamos vídeo game novamente, desta vez tive o cuidado de não vestir uma roupa que expôs-se tanto o corpo da Aline, estava divertido, com partidas equilibradas como de costume, eu conversava naturalmente com o Denis, quase me esquecendo do fato de estar em outro corpo, ele um momento me perguntou se estava acontecendo algo com o Alan, o seu amigo estava frio e distante, não ligava mais para ele, nem para a ninguém de sua turma, ai caiu a ficha, eu inventei que o Alan estava triste por conta da peneira e também finalmente havia resolvido estudar para tentar o vestibular.

−Mas em compensação eu estou mais próxima de você, disse eu. Ele balançou a cabeça concordando e dando um sorriso meio envergonhado. Eu disfarcei e mudei de assunto, pedindo a ele dicas do jogo, como se não soubesse jogar. Ele prontamente me atendeu dando dicas preciosas, até me contando os macetes que usava para derrotar o Alan. –Sacanagem, o que os homens não fazem para agradar uma garota que estão a fim de pegar? Mas ele ainda não era meu gênero preferido.

Eu fiquei pensando o quanto, a mudança de corpos tinha mexido não só com a minha vida e da Aline, mas também com as pessoas que gostávamos e convivíamos, eu me afastara de boa parte de meus amigos, ela acabara de perder o namorado, não que eu me importasse com o Roberto, até gostava dele mas sempre achei ele meio mala, porém comecei a entender o sofrimento da minha irmã, Aline não tinha culpa do que estava acontecendo, embora só em pensar de ter que ficar trocando beijos com um cara me dava náuseas, o safado sempre de pau duro querendo me comer, quer dizer comer a ela.

Depois de alguns dias procurei minha irmã e pedi desculpas por destruir o relacionamento deles, ela não ficou muito animada. Eu também exigi que ela passasse a cuidar melhor do meu corpo, eu não queria retornar como um balofo depois que desfizéssemos a maldição, em troca eu pensaria no caso dela como o Roberto. Ela concordou e prometeu se esforçar e começamos a frequentar a academia juntos.

Telefonei para o Roberto e pedi para conversar com ele, ele veio prontamente, como sempre fui bom de lábia criei uma historinha sobre o meu estado emocional que me levou a ter dúvidas e que o Denis foi apenas um amigo que me ajudou e na verdade era gay. O Dênis não era gay, mas o Roberto engoliu, e prometeu guardar segredo da condição do nosso amigo.

Roberto então questionou por que a gente nunca mais tinha transado, aí inventei que eu tinha entrado para uma religião que não aceitava sexo antes do casamento, e queria ficar em abstinência enquanto fôssemos solteiros.

−Amor então era por isso?

−Sim, o xamã é totalmente contra, tive receio que você não entendesse.

−Que não seja por isso, A gente casa já!

−O que! Casar?

−Claro meu amor, já está passando da hora, da gente se casar.

Essa reação me pegou de surpresa, fiquei sem saber o que responder, para o Roberto, imaginei que minha irmã aceitaria, mas eu não poderia responder por ela, então disse a ele. −Pede a minha mão pro Alan.

−Não deveria ser para o teu pai?

−Também, mas antes pergunta para o Alan se ele consente que a gente se case, a opinião do meu irmão é muito importante para mim.

−Desde quando?

Eu me enrolei, mas consegui convencê-lo, de que deveríamos ouvir a opinião do Alan, antes de qualquer, coisa. Roberto queria ir já falar, mas eu disse que precisava preparar meu irmão, pois ele poderia ficar magoado em perder a irmãzinha querida dele etc e tal.

−Nunca imaginei que vocês se gostassem tanto assim! Acho isso muito bonito, quem dera a minha relação com os meus irmãos fosse tão boa!

−Oh, se pudesse imaginar.... Mas ficou o pedido para outro dia, enquanto eu pensava de arrumar uma maneira de se livrar daquela situação de vez, sem magoar minha irmã.− Maldita compaixão fraternal!

Eu falei com a Aline, ela ficou eufórica, mas logo esfriei seu entusiasmo, pedi que enrolasse o Roberto até que a gente voltasse cada um para o seu devido corpo.

−Mas e se a gente nunca mais voltar? Como fica?

−Poxa Aline! Você não quer que eu me case com ele, e tenha que ter lua de mel e filhos no teu lugar?

Ela concordou e bolamos uma história para ir levando o Roberto no banho Maria, criamos uma seita fake e Aline no meu corpo disse a ele que existia uma determinada data para que o pedido fosse feito, até lá, nada noivado, nem de tentar comer a namorada, sem sexo, sem agarramentos, no máximo uns selinhos. O Roberto ficou desconfiado, porem ele amava mesmo Aline e acabou concordado com as condições para manter o namoro. Era um saco, ficar com ele e quase não ter assuntos, e ainda ter que dar uns beijinhos de vez em quando.

Aline me orientava o que eu deveria falar com ele toda vez que ele vinha ou tínhamos um encontro. Não era nada agradável andar de mãos dadas, com aquele mané, ir em cinema ver filmes românticos ou de ficção científica ou ainda alguma peça de teatro esquisita.

Roberto ficava sempre questionando minha mudança de atitude, mas se era pela religião, ele aceitaria, e até se converteria para ficar comigo. –Eu confesso que achei isso uma grande prova de amor, porem sentia calafrios só de pensar que se a maldição não fosse revertida eu talvez tivesse que assumir a vida da Aline, me casar com o Roberto e ser mãe dos Filhos dele. −Isso nunca! Se não tivesse como desfazer o feitiço da cigana eu seria uma lésbica. Claro as únicas garotas que nunca estiveram fáceis para mim eram as lésbicas, eu tinha especialmente um tesão por uma garota da academia, a Verônica, ela chegava com roupas pouco femininas, mas quando vestia os trajes de ginástica dava para ver que tinha um corpão! Um dos mais lindos entre as garotas da academia, eu adoraria pegá-la, porem sabia de sua preferência sexual, e que não teria chance alguma, Como Alan.... Agora como Aline, talvez eu pudesse experimentar aquela beldade.... Afinal já fazia tempo que não pegava ninguém, por motivos óbvios.



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