Capítulo 19 Os Planos de Yago

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Madalena acaba de se deitar, alguém me chama na entrada da tenda, é o Sereno, um garoto de uns 11 anos, ele me entrega um bilhetinho, é do Yago, ele me chama para conversar na sua tenda, eu penso por alguns instantes mas acabo me dirigindo até a tenda dele. Quando chego, Yago já vai logo me agarrando e tentando tirar minha roupa.

−Devagar Yago, sabe que minha tia voltou, ne?

−Sim meu amorzinho, por isso te chamei até aqui, estou morrendo de saudade de você, faz uma eternidade que não ficamos.

−A gente ficou ontem à noite.

−Para mim é uma eternidade! Eu desejo passar o tempo todo ao teu lado.

−Querida, eu quero ter você como minha esposa.

−Aceita casar comigo?

−Que!

−Casar?

−Yago! Estamos ficando a cerca de duas semanas, não acha que é cedo para pensar em casamento?

−Entre ciganos é assim, eu casei a primeira vez quando completei 14 anos.

−Nossa! Como podem fazer isso?

−A tradição de nosso povo, sua tia não explicou?

−Ah, sim claro. Explicou sim, mas eu tinha esquecido.

−Minha primeira esposa foi meu pai quem escolheu, talvez por isso não tenha dado certo.

−E as outras Três?

−Que outas Três?

−Não se faça de desentendido, suas outras esposas.

−Elas não eram como você.

−Tu es a mulher mais linda e maravilhosa que conheci, tenho certeza que desta vez dará certo.−Eu vou te fazer a mulher mais feliz do mundo! Casaremos e teremos uma dúzia de filhos.

−Está doido! As pessoas hoje em dia não têm tantos filhos como no tempo do teu pai.

−Meu pai teve duas dúzias. Apenas com a minha mãe.

−Oia!

Eu fico aflita, o pedido dele me deixou desnorteada, tento sair daquela situação, eu gostava de ser fodida pelo Yago mas casar com ele e ter uma dúzia de filhos estava totalmente fora de cogitação.

−Yago, eu não quero ser uma reprodutora, ficar todo ano tendo um filho teu.

−Quer dizer que você aceita? Podemos ter apenas uns dez então.

−Eu não disse isso, Yago eu...

Ele não me deu tempo, me agarrou, disparou a me beijar e me arrancou a veste, e lá fui eu novamente sendo fodida por aquele cigano tarado, desta vez morrendo de preocupação, nem pensar em ser mãe de uma dúzia de ciganinhos. Depois de duas horas sendo comida, pedi a ele para parar.

−Que houve amor? Eu mal comecei.

−Eu preciso voltar para a tenda, antes que Madalena desconfiei.

−Não se preocupe querida, amanhã vou confessar a ela sobre o nosso amor, depois irei até seus pais para pedir a tua mão.

−Não Yago, eu não sou quem você pensa que eu sou.

−Oh amor, eu sei que você não era mais virgem, porem isso não importa, os ciganos não ligam mas para isso, a gente se moderniza também.

−Não Yago não é isso, eu...

−Fiquei sem saber o que dizer, então menti para ele dizendo que precisava conversar com os meus pais antes de aceitar me casar com ele.

Depois de muito esforço consigo convencê-lo a me deixar ir, volto sorrateira para minha tenda e vou entrando de fininho para não acordar Madalena, mas sou surpreendida por ela.

−Bonito! Ne Moça? –Já foi lá abrir as pernas para o Yago.

−Madá, não fale assim comigo. –Eu estou numa enrascada. Me ajuda!

−Enrascada, como assim?

−Yago quer se casar e fazer uma dúzia de filhos em mim.

−Vai dizer que não gostou da ideia?

−Claro que não, eu não quero, isso, para mim o Yago é apenas uma diversão.

−Oh, como pode falar assim do coitadinho?

−Coitado nada, ele é um tarado que já teve quatro esposas, não vou ser a quinta.

Ela então me olha bem sério, faz sinal de reprovação e diz.

−Ok filha, então de manhã assim que ele sair para trabalhar, a gente faz as malas e vamos pra São Paulo. –Já passa da hora, vamos acabar com o drama que estão você e tua irmã.

Eu finalmente, me senti aliviada com a possibilidade de retornar, a meu corpo original, me deitei para tentar dormir e renovar as energias e partir daquele lugar.

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