Perdida no submundo criminoso de Gotham city, Charlotte Goodheart se vê presa a ninguém mais do que o Coringa. Impossibilitada de procurar ajuda da polícia, ameaçada pelas facções rivais, e vendida pelo próprio pai para fechar um acordo com a mafia...
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Charlotte nunca teria imaginado a cena que viu ao entrar em casa sem avisar.
Aquela era pra ser apenas uma de suas visitas anuais, no fim do ano letivo do internato. Mas se tornou algo escabroso.
Seu pai, Thomas Goodheart, o pastor mais famoso e politicamente engajado contra a máfia de Gotham city, sentava em sua poltrona grande e marrom de couro legítimo, com seu topete grisalho milimetricamente arrumado, e seu habitual terno cinza de gravata vermelha. O sorriso de revista parecia mais exagerado, mostrando a fileira de dentes brancos, e na mão direita, havia um charuto cubano aceso, minando quantidades grandes das bolas de fumaça fedorentas. Mas isso não era o intrigante. Na sala ampla de tom amarelado e dourado, as sanca de gesso branco iluminava com lâmpadas fluorescentes o local luxuoso, e havia uma mesinha de centro em frente seu acento, com outra poltrona ao lado.
A distorção gritante era o homem de terno roxo, com maquiagem de palhaço e cachos loiro esverdeados, sentado de frente ao pregador anglicano, cheirando com vontade uma fileira gorda de cocaína com uma nota de 100 dólares.
Charlotte não era tonta, sabia das notícias por mais que estivesse esse tempo todo no reino unido, e sabia que aquele era o mafioso mais temido da cidade. Nunca duvidou que seu pai fosse um pouco desvirtuado, mesmo em sua posição santificada pelos habitantes. Mas não sabia o quão baixo ele descia. Ou com quem descia.
Os capangas de preto armados, se colocavam em pé, atrás dos dois homens que conversavam de forma barulhenta. O palhaço gargalhava doentiamente sobre os comentários que o reverendo tecia sobre "as putas novas no casebre"
Atrás de uma pilastra de mármore, a menina ainda não havia sido notada, e prevendo o perigo, foi lentamente para trás, mas por um infortúnio do destino, havia se formado uma dobra no tapete persa chique do corredor, e Charlotte tropeçou, batendo com força a cabeça no chão , ficando sonsa. As conversas e risadas pararam, e então, um rapaz louro e corpulento, com uma cicatriz cruzando sua sobrancelha esquerda em um rasgo róseo, surgiu em sua frente com uma pistola em riste.
-É uma menina- Gritou abaixando a arma e agarrando-a pelos cabelos enquanto ela se debatia em pânico tentando se livrar do aperto.
Foi arrastada e jogada aos pés de seu pai, que bufou impaciente.
-Perdoe a má educação, ela puxou isso da falecida mãe.
A estudante se apoiou nos joelhos tentando se levantar, enquanto os olhos do palhaço, negros feito piche, esquadrinhavam o corpo esbelto. A jovem morena tinha os cabelos longos e desalinhados até a cintura, com uma franjinha falsa sobre as sobrancelhas, emoldurando o rosto angelical de olhos grandes e azuis, lábios cheios e bochechas avermelhadas. Ainda vestida com o uniforme do internato, trajava uma saia xadrez esverdeada, da cintura até os joelhos, uma camisa branca e amassada de mangas curtas com um brasão no lado esquerdo do peito, e um par de meias altas brancas sob um sapato preto simples.
