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Gente, quem não gosta de leitura gore, não leia esse capítulo.
Sua respiração travou enchendo o peito de uma vez com uma golfada presa de ar. Os olhos azuis se esbugalharam sob a máscara fina de plástico enquanto as mãos se fechavam em um encontro fúnebre de sentimentos conflitantes dentro do peito dolorido.
Charlotte podia jurar que sentia o sorriso torpe do palhaço ao seu lado, mesmo sob o acessório ridículo que ele usava.
O homem amarrado olhou para os três, visivelmente aterrorizado com um pedaço de silver tape tapando a boca rudemente surrada.
O suor de nervoso escorria na pele rosea e grudenta de Cárter, escurecendo nas extremidades amarradas fortemente sob o couro grosso.
O topete louro havia se desfalecido, criando um emaranhado de fios claros e desesperados sobre a sua cabeça muito bem iluminada pela lâmpada do farolete pendurado a um lustre quebrado no teto mofado, que parecia mostrar cada poro exalando pânico no corpo machucado.
Ao lado da cena brutal, estava uma singela mesa de mental, se destacando pela limpeza visivelmente caprichada e destoando das paredes descascadas e sujas.
-Então?- Perguntou Coringa em voz baixa, levando o rosto perto de sua orelha.
-Então o que?- respondeu incerta, fazendo-o rir roucamente.
-Ele é seu, vai deixar que vá embora sem pelo menos cortar uns dedos?
-Eu não sei se consigo fazer isso...- Murmurou abaixando a cabeça e dando um passo para trás, fitando com medo cena atroz.
Impaciente, o palhaço agarrou seu pulso firmemente, levando-a com força aos tropeços para a frente do seu estuprador.
Em um puxão firme, arrancou a fita que tapava os lábios do réu maculado.
-Por favor! Por favor me deixem ir! Eu sou parceiro do seu chefe, digam que eu pago o que ele quiser!- balbuciou assustado sem reconhecer a face do mafioso sob a máscara.
Charlotte engoliu em seco, ouvindo com penúria a voz conhecida do político, e sentindo seu estômago revirar pelas lembranças sofridas.
Em um lapso interno, ela tirou o próprio disfarce do rosto, revelando as lágrimas finas que corriam pelas bochechas úmidas.
-Você...- resmungou Cárter abrindo bem os olhos, deixando a expressão de medo, de um segundo ao outro, ser tomada pela raiva e cólera- Sua puta imunda! Você acha que vai se safar dessa?! Sua vagabunda! O Coringa vai te partir em duas quando souber que Batman tentou me jogar na cadeia por sua culpa! Sua porca do caralho, eu vou sair dessa cadeira e te comer até eu cansar do seu rabo e te dar um tiro no olho!
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Incorruptíveis
FanfictionPerdida no submundo criminoso de Gotham city, Charlotte Goodheart se vê presa a ninguém mais do que o Coringa. Impossibilitada de procurar ajuda da polícia, ameaçada pelas facções rivais, e vendida pelo próprio pai para fechar um acordo com a mafia...